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Etimologia

Redação Publicado em 18/12/2012, às 12h00 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Bem: do Latim bene. No Português, pode ser (a) substantivo: meu bem, uma pessoa querida; minha casa, um item do patrimônio; (b) adjetivo: “gente bem”, entendendo-se do bem, como diz o maior escritor de língua portuguesa no século XVII, o padre Antônio Vieira (1608-1697), e como dizemos hoje em ele é de ou do bem; (c) advérbio: ela canta bem, ele joga bem, eles leem e escrevem bem. Na celebérrima canção de Natal Noite Feliz, bem é substantivo: “Pobrezinho nasceu em Belém,/ Eis na lapa Jesus nosso bem”. Bem, neste caso, tem o significado de patrimônio e pessoa querida. Os versos foram compostos pelo padre austríaco Joseph Franz Mohr (1792-1848) e a música por Franz Chave Gruber (1787-1863). A estreia deu-se na Missa do Galo, em 24 de dezembro de 1818, na Paróquia de São Nicolau, em Oberndorf, no Distrito de Rottweil, na Áustria. O título original em alemão é Stille Nacht (Noite Silenciosa). O amigo fez a música para violão e flauta. O Inglês manteve a ideia de silêncio, Silent Night; o Francês a de doçura, Douce Nuit; e o Português a de felicidade, Noite Feliz. Já foi traduzida para 45 línguas.

Cometa: do Grego kometes, astro cabeludo. Komes, em Grego, é cabeleira, resultando no Português coma, sinônimo de crina, cabelo, juba. No Português antigo era palavra feminina, mas depois mudou para masculino, para designar preferencialmente o corpo celeste que se move em torno do Sol, fazendo uma trajetória excêntrica, bem diferente das dos planetas, aparecendo no Céu com uma cauda semelhante à cabeleira com milhões dequilômetros, o que torna possível vê-los daqui da Terra. Foi o que aconteceu na noite de Natal, entre 4 e 6 a.C., assim chamada porque, por conveniência religiosa, fixou-se a data como do nascimento de Jesus (entre 4-6 a.C.-29 ou 27), marcada pela Estrela de Belém, que era um cometa. A expressão “passo como um cometa” deve-se à incrível velocidade desse tipo de astro.

Guarani: do Guarani guarani, combater, guerrear, donde os índios da etnia guarani serem tidos como um povo guerreiro. O grupo linguístico do tupi-guarani forneceu numerosas palavras ou étimos para o Português do Brasil. Os índios da nação guarani habitavam o Mato Grosso do Sul, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul, a Bolívia e o Paraguai, lugares onde ainda são encontrados muitos deles, principalmente no Paraguai, país oficialmente bilíngue, que adota o Espanhol e o Guarani como línguas oficiais, dando nome de guarani também à moeda nacional. No idioma tupi, tu-u’pi quer dizer Pai Supremo. Do mesmo étimo são tupã, Deus, e tu-‘pana, trovão.

Monge: do Grego monos, único, sozinho, solitário, pelo Latim monachus e daí ao Provençal antigo monge, padre ou frade que integra ordem religiosa masculina. Se feminina, é monja. No filme Guerra do Contestado: Restos Mortais, do cineasta catarinense Sylvio Back (75), sobre os conflitos entre Exército e camponeses do Paraná e de Santa Catarina cujas terras foram desapropriadas nos começos do século XX para a construção da estrada de ferro que ligou São Paulo ao Rio Grande do Sul, os líderes são chamados monges e atendem pelos nomes de José Maria, João Maria e Adeodato. Mas não pertenciam a nenhuma ordem religiosa. 

Resto: de restar, do Latim restare, ficar, permanecer. Designa o que sobra de um conjunto do qual foram tiradas uma ou muitas partes. Em Matemática, o produto do dividendo, isto é, aquilo que está sendo dividido, o produto do divisor pelo quociente é denominado resto. Restos a pagar são as contas rubricadas no orçamento para o próximo exercício.  Os ossos, as cinzas, o cadáver, enfim o que restou das pessoas onde foram sepultadas são chamados restos mortais. 

Tacacá: de origem controversa, talvez do Caribe taka’ka ou de mescla com o Tupi taca, haste comprida, tronco, como é a mandioca, uma vez que esse prato da culinária indígena é um caldo feito com goma de mandioca, à qual são juntados camarões e tucupi, que é um molho de água de goma e pimenta, além de alho, sal e jambu, erva capaz de provocar sensação de formigamento na boca, tamanha é a excitação causada nas papilas gustativas. É uma iguaria típica da cozinha do Norte do Brasil.