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Conversa de casal deve ser clara, generosa, equilibrada e serena

Redação Publicado em 06/11/2012, às 11h07 - Atualizado em 14/11/2012, às 17h29

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Já defendi neste espaço que um casal pode transformar as cansativas discussões da relação, ou DRs, em experiências gratificantes, mas para isso é preciso que a comunicação entre os envolvidos tenha cinco qualidades: precisão, clareza, generosidade, equilíbrio e serenidade. Toco de novo no assunto porque essas qualidades são tão importantes que merecem detalhamento.

Quando se pretende abordar com o parceiro qualquer assunto sério, convém, em primeiro lugar, exprimir objetivamente o que se deseja comunicar, ter rigor no foco. Isso é precisão. Para consegui-la, precisamos, antes, refletir. É através da reflexão que se obtém nitidez de pensamento. Ao sermos precisos, corremos menos riscos de nos perder na conversa, permitindo que outros assuntos se sobreponham ao principal.

Não é incomum que isso aconteça, pois no calor da discussão uma avalanche de problemas é lembrada e tudo parece ser importante. O casal inicia falando da negligência afetiva dele e logo está discutindo os decotes dela, o ronco dele, os problemas do filho na escola e até o mau humor da empregada. Nessas condições é quase impossível esclarecer e encaminhar a solução de qualquer problema. Antes de uma DR, portanto, devemos pensar bem e definir o assunto que pretendemos abordar. Se houver mais de um, convém estabelecer uma escala de prioridades — e tentar não mudar de tema enquanto o primeiro estiver em discussão.

Por serem complementares, precisão e clareza costumam ser confundidas, mas são diferentes. Claro é aquele que não deixa dúvidas. “Você deveria usar roupas mais folgadas”, disse o marido à esposa, evitando dizer que a achava gorda. Ela abriu a brecha para o marido ser claro quando respondeu: “Você está dizendo que estou gorda?” Mas ele se acovardou: “Não! É que eu acho que você poderia mudar seu estilo de vestir”.

As pessoas evitam ser claras em assuntos constrangedores. Falam pela metade. Com isso, acabam gerando dúvidas. O outro fica sem saber que atitude tomar diante do que parece ser, mas não está claro se é.

Ser preciso e claro é fundamental, mas não suficiente. Há que se ter também generosidade. Ser generoso ao comunicar é entregar-se, expor-se, permitir que o outro saiba dos sentimentos e pensamentos que nutrimos e que se referem a ele.

Ser generoso é mais do que ser sincero, implica abrir mão do controle — controle que exercemos, por exemplo, quando mantemos o outro ao nosso lado porque não temos coragem de assumir que não o queremos mais. Ser generoso é, nesse caso, deixar o outro saber que o amor que sentíamos acabou. Na DR, é generoso quem dá liberdade a si a ao outro para validar ou não a escolha feita no passado.

São conversas delicadas, e devem ser conduzidas com equilíbrio, sem dramas ou exageros do tipo: “Pra você tudo o que eu faço está errado”; “Você nunca me ouve”; “Esta casa está sempre uma bagunça”. Muitas DRs terminam em briga porque quando um fala assim, no superlativo, o outro se sente desafiado e passa a fazer o mesmo, numa crescente disputa de agressividade.

Por fim, é indispensável haver serenidade. É ela que constrói o caminho para o consenso, contrabalanceando emoção e razão. Como é isenta de julgamentos, críticas, rótulos e acusações, desarma o outro, gera segurança e estimula os parceiros a construir o alinhamento que se espera de toda DR.