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Zumbidos no ouvido incomodam ao menos 28 milhões de pessoas no País

Redação Publicado em 14/08/2012, às 06h22 - Atualizado em 22/08/2012, às 12h55

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Diz-se que uma pessoa tem “zumbidos nos ouvidos” quando escuta sons “fantasmas”, ou seja, que não se originam no meio ambiente. Pode-se verificar que não há barulho no local em que está, mas ela ouve um barulho (zumbido) de intensidade e característica variáveis, contínuo ou não.

O problema é muito comum em homens e mulheres. Pode ocorrer tanto em um ouvido quanto nos dois, ou até mesmo existir a sensação de que está em outros locais da cabeça. Pode manifestar-se em qualquer idade, porém é mais frequente após os 60 anos. Pesquisas internacionais e nacionais constataram que cerca de 15% das pessoas apresentam o problema em algum momento da vida. Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia, 17% dos brasileiros, ou cerca de 28 milhões de pessoas, têm zumbido no ouvido. O zumbido é um sintoma, não uma doença, e pode ter inúmeras causas.

Didaticamente, dividem-se as causas básicas do zumbido em dois grupos: as de fora do ouvido, também chamadas para-auditivas, e as de dentro do ouvido, ou auditivas. As causas auditivas mais comuns dos zumbidos são: a) lesões no nervo coclear, ou da audição, por exposição a ruídos de forte intensidade,  isto é, acima de 85 decibels; b) por inflamações crônicas; c) pela doença de Menière, que se carateriza pelo aumento da pressão do líquido no interior do ouvido; d) por presbiacusia, isto é, perda auditiva decorrente do envelhecimento natural; e) por doenças metabólicas como diabetes, hipotireoidismo, hipertireoidismo e ingestão excessiva de cafeína e/ou chocolate. As principais causas para-auditivas dos zumbidos no ouvido são: a) doenças vasculares; e b) problemas nos músculos da região dos ouvidos, como as mioclonias. 

Também podem causar zumbidos: a) doenças psiquiátricas como depressão, ansiedade e fobias; b) problemas odontológicos, entre eles a disfunção temporomandibular; c) consumo de remédios como anti-inflamatórios derivados do ácido acetilsalicílico; antibióticos como os aminoglicosídeos; anticoncepcionais; e alguns medicamentos usados no tratamento de câncer. É comum, finalmente, a associação de perda da audição e zumbido.

Boa parte das pessoas, sobretudo se atingidas por zumbidos periódicos ou menos intensos, convivem com eles sem grandes dificuldades. Portadores das formas mais intensas e contínuas, porém, sofrem muito. É comum terem dificuldade para dormir e apresentarem alteração de humor e da capacidade de concentração, o que prejudica suas atividades diárias, até o trabalho e as relações sociais. Nas situações mais graves, se tornam presas fáceis dos quadros depressivos crônicos.

O ideal é consultar um otorrinolaringologista à primeira indicação. Hoje, existem especialistas em zumbido pelo menos nas capitais e em muitas cidades grandes. Boa alternativa é buscar um deles nos Departamentos de Otorrinolaringologia das Faculdades de Medicina.

Nem sempre é fácil descobrir a causa, ou as causas, do problema, porque podem ser várias ao mesmo tempo. E o tratamento muitas vezes é multidisciplinar, ou seja, realizado em conjunto com psiquiatra, endocrinologista, neurologista e outros profissionais. Mas em grande parte dos casos é possível superar ou atenuar o problema.