Sônia Braga se queixa da cultura atual e avisa que está buscando uma personagem com a qual se identifique
Redação Publicado em 22/06/2011, às 11h11 - Atualizado às 11h47
Há mais de duas décadas morando nos Estados Unidos – com um intervalo em 2007, quando voltou ao Brasil para atuar na novela ‘Páginas da Vida’ – Sônia Braga mantém uma rotina básica: acordar, tomar café, se atualizar das notícias no mundo e pesquisar sobre diversos assuntos. “O ator tem que estar pronto para quando o trabalho aparece”, diz. Mas a atriz se queixa de não encontrar nenhum papel que justifique suas pesquisas.
“Estou buscando desesperadamente essa personagem”, confessa Sônia, que quer interpretar uma mulher de sua idade, moderna e voluntária. E ela não se importa em que lugar do mundo vai achar tal trabalho, mas está determinada a encontrá-la.
“Não sou casada, não tenho filhos, e basicamente a paixão da minha vida é essa profissão que escolhi e abracei. Eu nem planta tenho, por que se você me chamar para trabalhar, seja onde for no mundo, eu quero estar lá em 10h. Quero fechar a porta da minha casa e ir para lá”, conta a atriz, que deixa um recado: “Eu não produzo o que eu faço, mas se em cinco anos esse projeto não aparecer, eu vou fazer.”
Ícone do cinema nacional, Sônia vai além de seu protesto contra falta de personagens para mulheres como ela e lamenta a transformação na cultura da geração atual.
“As pessoas dos anos 70 assistiam a filmes do Godard, do Feline, e conversavam muito sobre isso. E essa cultura está acabando em tempos de internet. Isso é o que estimula, é o pensamento, o que eles chamam de ‘brainstorm’, é a troca. Eu sinto falta disso”, diz.
O último trabalho de Sônia Braga no Brasil foi uma participação na série 'Tapas & Beijos', da Globo. Ela também desfilou pela marca de Adriana Degreas no São Paulo Fashion Week. Em Hollywood, seu nome foi confirmado no filme An Invisible Sign of My Own, onde será uma enfermeira, mãe da protagonista vivida por Jessica Alba.
