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Etimologia

Redação Publicado em 27/03/2012, às 13h11 - Atualizado às 13h23

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Fusão: do latim fusione, declinação de fusio. O étimo está presente não apenas em fundir, com o significado de derreter, mas também em outras palavras com o significado de incorporar (fundir uma empresa com outra), tornar sólido (fundir moedas), mudar (fundir imagens em televisão e em cinema), confundir (misturar alhos e bugalhos) e difundir (espalhar): muitas emissoras de rádio chamam-se difusoras. E é o mesmo de funda, estilingue, arma de antigos exércitos para lançar pedras.

Invenção: do latim inventione, declinação de inventio, do mesmo étimo de invenire, encontrar, de inventum, invento, e de inventarium, inventário, entre outros. Antigas invenções foram narradas em forma de lendas, não em linguagem científica, como nos chegou por via popular a do vidro. Um chefe de caravana notou que desaparecera a areia sob pedaços de natrão postos à beira do fogo para escorar vasilhas onde tinham cozinhado na noite anterior. Ele reacendeu as brasas e durante a tarde um líquido rubro e fumegante escorreu das cinzas. Antes que a areia incandescente se tornasse sólida, o chefe tomou sua faca e com ela plasmou uma ampola. Existem indícios de que há 4000 a.C. o vidro já era conhecido.

Natrão: do egípcio ntrj, pelo árabe natrun e daí ao latim natrium e ao francês natron, de onde chegou ao português para designar o carbonato de sódio, presente na origem do vidro, que chegou até nós narrada por curiosa lenda árabe. A descoberta do vidro foi acidental, como tantas outras. Pedaços grossos de natrão, usado para tingir lã, foram usados por viajantes para apoiar vasilhas onde cozinhavam carne de caça. Depois de comerem, foram dormir, deixando o fogo aceso. Ao acordarem, os pedaços de natrão haviam se transformado em enormes pedras, que lhes pareceram preciosas.

Resfriar: de frio, do latim frigus, com a variante frigor, que deu origem a frigorificus, frigorífico. Frigor foi usada pela primeira vez por Santo Agostinho (354-430), nascido na atual Argélia. O latim vulgar cunhou as formas frigerare, esfriar, e refrigerare, resfriar. O étimo está presente também em resfriado, inflamação e congestão das vias aéreas superiores, que causam mal-estar geral, coriza e até calafrios. Também os cadáveres semelham a corpos resfriados.

Sobrenatural: de sobre, do latim super, e de natural, do latim naturale, declinação de naturalis, ligada a natura, natureza. Como substantivo ou adjetivo, designa ou qualifica aquilo que é superior à natureza e seu sentido mais comum dá conta do que é ligado à divindade ou às divindades, desde tempos mais remotos, em todas as culturas. Os índios brasileiros achavam que o trovão era sinal de que Tupã, deus deles, estava furioso. A ciência vem explicando diversos fenômenos tidos por sobrenaturais, mas que na verdade não o são. Uma das maiores autoridades mundiais em vidros, o professor doutor Edgar Dutra Zanotto (57), da Universidade Federal de São Carlos (SP), provou que a imagem de Nossa Senhora no vidro de uma igreja de Ferraz de Vasconcelos (SP) era acidental e “já existia quando o vidro foi instalado, mas foi notada recentemente.” E acrescentou: “A percepção dessas figuras é realmente sutil. Por exemplo, no Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, há anos, há várias vidraças com imagens de geometria arredondada, similares à de Ferraz de Vasconcelos (mas não tão parecidas com santas). Entretanto, pouquíssimos pesquisadores e estudantes as notaram!” Ele desfez também antiga convicção que nada tinha de sobrenatural: a ideia de que os vidros das antigas catedrais eram mais grossos na base porque teriam escoado para ali com o tempo. Seu artigo foi publicado em 1998 na revista American Association of Physics. 

Vidro: do latim vitrum. Há vidros em toda parte. Os locais onde moramos e trabalhamos estão cheios deles. O vidro está presente também nos hospitais, nos frascos de remédios, nos automóveis e nos trens. A palavra que o designa veio do latim, mas de onde veio esse invento que os romanos denominaram vitrum, os franceses verre, os italianos vetro, os espanhóis vidrio, os alemães Glas e os de língua inglesa glass? Os antigos egípcios e fenícios foram os primeiros a fabricá-lo.