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Teatro / PRISCILLA, A RAINHA DO DESERTO

Reynaldo Gianecchini sai da zona de conforto no teatro: 'Venci uma batalha'

Em entrevista à CARAS Brasil, Reynaldo Gianecchini e Wallie Ruy comentam papéis e superações em Priscilla, a Rainha do Deserto

Arthur Pazin e Mariana Arrudas

por Arthur Pazin e Mariana Arrudas

apazin_colab@caras.com.br

Publicado em 06/06/2024, às 12h15 - Atualizado às 18h43

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Reynaldo Gianecchini durante o lançamento do musical Priscilla, A Rainha do Deserto - Foto: Reprodução/AgNews
Reynaldo Gianecchini durante o lançamento do musical Priscilla, A Rainha do Deserto - Foto: Reprodução/AgNews

Dupla nos palcos, Reynaldo Gianecchini (51) e Wallie Ruy (38) não escondem a empolgação com Priscilla, A Rainha do Deserto. O espetáculo, que estreia em São Paulo nesta sexta-feira, 7, foi desafiador para ambos, que interpretam Anthony Belrose e Bernadette Bassenger, respectivamente.

"Me senti acolhido mas cheguei cheio de medo também, porque eu nunca tinha feito um musical. É totalmente fora da minha zona de conforto", conta Gianecchini, em entrevista à CARAS Brasil após a passagem exclusiva de cena da peça realizada em São Paulo na última terça-feira, 4. "O processo é gigante, de suor e lágrimas. Sinto que venci uma batalha gigante."

O ator diz que precisou se empenhar bastante para viver Belrose, personagem que trabalha como a drag queen Mitzie Mitosis. Além dele, o ator Diego Martins (27) interpreta o amigo Adam Whiteley, que se monta da drag queen Felicia.

Leia também: Elenco do musical Priscilla destaca representatividade com atrizes trans: 'Reparação'

Ruy, vencedora do prêmio Shell de melhor atriz, diz que não teve desafios para encarnar Bernadette, papel que alterna com Verónica Valenttino (38), já que, assim como a personagem, também é uma mulher trans. Para ela, o musical dá um passo importante ao trazer diversidade no elenco.

"Não estou tento grandes dificuldades em fazer a Bernadette, porque eu sou uma travesti. E ser uma travesti, fazendo outra travesti com a certeza de existência não seria possível se não fossem duas travestis fazendo. Eu e a Verónica temos uma parceria de vida, de anos, e isso só fortalece", afirma.

Agora, os dois se animam com a proximidade da estreia. Para eles, subir no palco trará a parte mais divertida após toda a preparação e trabalho duro que tiveram com a montagem que permanecerá até setembro na capital paulista, no Teatro Bradesco, em Perdizes, bairro da zona oeste.

Para Gianecchini, o musical o trouxe entendimento e pode levar o público a entender mais sobre sua própria liberdade. "É sobre isso também, de nos sentirmos bem dentro da nossa liberdade de ser, com as nossas cores e a nossa potencialidade máxima. É um orgulho gigante estar fazendo esse trabalho."

Ruy diz que, apesar de saber da possibilidade da existência de travestilidades, também sabe que há um movimento contrário à comunidade e isso a fez sentir uma responsabilidade de não poder errar. No entanto, agora, ela usa o espaço para referenciar.

"Eu e Verónica não começamos agora. Estou referenciando as que vieram antes, as minhas transcestrais que viveram, trabalharam, lutaram e correram contra seus medos para que hoje eu pudesse estar aqui. Hoje eu me sinto inteira."

Por fim, os dois celebram a parceria em cima dos palcos. "Estamos muito felizes com os nossos encontros na vida. A Wallie, bati o olho nela e soube que ela era parceira demais. É tão legal poder dividir as nossas vivências. Nem temos muito tempo de conversar nesse processo maluco que é fazer um musical, mas no pouquinho de tempo que temos de troca é muito lindo", acrescenta Gianecchini.

CONFIRA A ENTREVISTA DE REYNALDO GIANECCHINI E WALLIE RUY À CARAS BRASIL: