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Tico Santa Cruz entre a polêmica e a intimidade

Em casa, com a mulher e os filhos, vocalista dos detonautas fala sobre as mudanças de sua vida

Redação Publicado em 07/12/2009, às 18h37 - Atualizado às 18h50

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Engajado politicamente e qualificado muitas vezes de rebelde, Tico curte seu lado família com a mulher, Luciana, com quem está há dez anos, e as crianças Bárbara Odara e Lucas. - Cadu Pilotto; Beleza: Rita Fischer
Engajado politicamente e qualificado muitas vezes de rebelde, Tico curte seu lado família com a mulher, Luciana, com quem está há dez anos, e as crianças Bárbara Odara e Lucas. - Cadu Pilotto; Beleza: Rita Fischer
O cantor Tico Santa Cruz (32) admite que é polêmico. Com dezenas de tatuagens cobrindo 60% do corpo, nem ele sabe o número exato, unhas pintadas e engajamento político feroz, que já o fez ficar nu para protestar contra a corrupção no Senado, o líder do Detonautas se transforma quando está em casa, na Barra, Rio. E se orgulha por ser rígido na educação de Lucas (8) e Bárbara Odara (1), seus filhos com Luciana Rocha (32). "Eles dependem de mim. Então, quero passar segurança emocional e financeira, coisas que não tive", justifica ele, que também planeja uma série de shows com a banda Raimundos. "Tico é preocupado em realçar valores e sabe impor mais limites do que eu. Só é meio viajandão", diverte-se Luciana. A harmonia que o casal cultiva hoje, no entanto, foi conquistada com muito diálogo, sofrimento e cinco anos de terapia. Em 2006, eles lutavam contra a famosa crise dos sete anos quando Tico sofreu um grande baque: a morte em um assalto de seu melhor amigo, o guitarrista Rodrigo Netto, aos 29 anos. "Minha mulher teve muita fibra e coragem para ficar comigo. Nos separamos por um ano e voltamos", revela, feliz. "Isso nos fortaleceu muito, tanto que depois tivemos mais um filho", completa Luciana. - Você atualmente se considera um cara equilibrado? - Meu olhar sobre o mundo sempre foi caótico e piorou com o sucesso da banda. Quando a visão romântica da profissão acabou, ruiu tudo. Isso se transformou em um problema de convivência com os outros. A terapia me salvou. - Mas o que mudou? - Talvez não transpareça tanto, mas aos 32 anos não posso ter o mesmo comportamento que tinha aos 23. Minha maturidade e a da banda fluem juntos. - Como encara a distância da família por causa das viagens? - Existe a saudade, a vontade de estar perto. Comecei a não ficar muito presente. Um dia, tive que falar para o meu filho que era o pai dele. Isso doeu muito. Tento compensar quando estou em casa. - A fidelidade é importante?Luciana - Não é uma coisa fácil. É um ambiente com muitas facilidades, em todos os aspectos. Mas Tico é um cara família. Tico - Não responderia com hipocrisia. Acredito no desejo de estar com alguém pelo bem querer. Há casamentos que não duram mais do que duas edições da revista. Não creio em nada eterno. - Como foi a perda do Netto?Tico - Não tive como segurar a onda. A revolta fez parte da minha vida. Afundei no luto, vivi intensamente a dor e a saudade. Depois, canalizei essa energia para questões que pudessem ser úteis para a sociedade. Mas os excessos são necessários para você descobrir o equilíbrio. Só se conhece o seu limite dessa forma. Talvez tenham me estigmatizado. Nesse momento percebi que existem certas coisas que precisava valorizar. Acredito na família como instituição. Ela é importante para se estruturar uma sociedade saudável. - Se arrepende por ser visto como uma figura polêmica? - Já perdi muito espaço por isso. Polêmica ocorre quando nos expressamos de forma clara. Isso se reflete na carreira e na família. Um empresário me falou para ficar mais quieto, mas estou bem comigo.