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O SEGREDO DA DIVA GLÓRIA MENEZES

COM ALTAS DOSES DE BOM HUMOR, ELA CONSTRÓI SUA RICA TRAJETÓRIA

Redação Publicado em 15/08/2007, às 09h36

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A atriz passa temporada no Kurotel, em Gramado, na serra gaúcha. Em outubro, ela deverá estrear o espetáculo teatral <i>Ensina-me a Viver</i>, em palco paulistano
A atriz passa temporada no Kurotel, em Gramado, na serra gaúcha. Em outubro, ela deverá estrear o espetáculo teatral <i>Ensina-me a Viver</i>, em palco paulistano
por Ranieri Maia Rizza A característica risada da atriz Glória Menezes (72) denuncia seu bom humor nos ambientes do Kurotel - Centro de Longevidade e Spa, em Gramado, no Rio Grande do Sul, seu Estado natal. "Estou aqui para repor as baterias para iniciar um novo personagem", diz Glória, referindo-se à peça Ensina-me a Viver, texto de Colin Higgins (1941-1988) com adaptação e direção de João Falcão (48) e tradução de Millôr Fernandes (83). O espetáculo deverá estrear em outubro, reabrindo o Teatro da Faap, em São Paulo. O projeto é mais um dos motivos de alegria na consagrada carreira de Glória, iniciada há cinco décadas, quase o mesmo tempo da união com o ator Tarcísio Meira (71), com quem ela diz ter uma grande afinidade de temperamento. "Estamos sempre de bem com a vida", revela. Com o marido, a diva também comparte a paixão pela arte de atuar, e afirma que o prazer está no desafio do trabalho que está para acontecer. "Tenho muito orgulho de tudo o que fiz, mas o importante é sempre o que está por vir", diz Glória, que dividirá a cena na montagem com os atores Arlindo Lopes (28) e Fernanda Freitas (27), como conta em entrevista à CARAS. - Há dois anos você esteve no Festival de Cinema de Gramado com seu marido, Tarcísio Meira, para receber o Troféu Oscarito pelo conjunto de suas obras. Agora o Tarcísio não pôde vir? -Viemos para aquela homenagem emocionante, um momento maravilhoso nesta cidade que amamos. Eu venho para o Kur há 18 anos, e Tarcísio não me acompanhou agora porque está envolvido com as gravações da novela Duas Caras. Somos ligados, mas também independentes. Estamos sempre viajando por trabalhos diferentes. Mesmo na televisão, naúltima novela em que estivemos juntos, Páginas da Vida, fiz somente uma pequena participação ao lado dele. O público se lembra da gente sempre juntos, mas o importanteé que quando estamos um ao lado do outro somos muito felizes. - E essa sua alegria também é comum no Tarcísio... - Não me pergunte o porquê, mas nós dois temos bom humor e estamos sempre rindo. Essa semelhança no temperamento e o amor pela profissão fazem com que dê certo. É uma conquista diária, e acima de tudo com respeito, o que temos muito um pelo outro. - Sua vinda para o Kur tem a ver com seu novo espetáculo? - Estou aqui para me reabastecer antes de encenar a peça Ensina-me a Viver. Será o meu primeiro trabalho com o João Falcão, que adapta a tradução do Millôr e dirige. É um texto com uma bela mensagem sobre a vida. Já foi filme do Hal Ashby e teve uma montagem famosa com o Diogo Vilela e a Henriette Morineau no início dos anos 1980. Estarei em cena com dois jovens talentosos, o Arlindo Lopese a Fernanda Freitas. - Como está vendo essa nova geração de atores? - Tem gente que tem talento e tem os que querem apenas ser capa de revista, ser celebridade. Os que são talentosos têm que ter o aprendizado, fazer teatro. Veja o exemplo do Arlindo e da Fernanda, são nomes que prometem. - Seus dois últimos espetáculos foram de muito êxito, assim como seus trabalhos na tevê e no cinema. Como é essa expectativa perante um novo personagem? - Jornada de um Poema e Ricardo III, minhas últimas peças, foram grandes sucessos e desafios. Em Jornada, eu vivia uma mulher com câncer e raspei os cabelos. Em Ricardo III, um Shakeaspeare com direção do Jô Soares e um elenco sensacional, eu era uma mãe que desejava a morte do filho. Fiz textos lindos no teatro, assim como trabalhos na tevê dos quais guardo belas recordações. Mas o importante é o que está para vir. O desafio do novo. Ele é um bilhete de loteria que pode estar premiado ou não. - No cinema você participou de O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, premiado no Festival de Cannes, e fez outras obras. Mas não tem sido chamada para atuar na tela grande, não é ? - Eu digo que diretores de cinema não vão ao teatro. Quer dizer, a grande maioria. Não vejo muitos cineastas no teatro. A Fernanda (Montenegro) brinca dizendo que foi descoberta pelo cinema após os 70 anos. Ela tinha feito grandes filmes, mas passou a ser chamada mesmo e premiada de uns anos para cá. Quem sabe eu não tenho essa oportunidade? - Como você mantém a forma e a disposição? Tem algum cuidado especial com a beleza? - Tenho boa alimentação, faço academia e pilates. O importanteé estar bem. Depois de uma certa idade não adianta fazer plástica. Antes dos 50 você se preocupa em remoçar, depois é se manter. Fiz plásticas, entre elas uma no nariz, quando tinha 20 e poucos anos, logo após o filme O Pagador de Promessas, e um lifting quando estava com mais de 40. - O que você gosta de fazer nos momentos de lazer ? - Vou ao teatro ver os colegas, vou ao cinema, leio. Mas, quer saber onde me abasteço mesmo? Na fazenda que temos no interior de SP. Lá, ando a cavalo, subo em árvores, cuido das plantas... Com o Tarcísio, claro. Afinal, foi ele que me pôs nessa de vida no campo. FOTOS: LIANE NEVES/LIANE NEVES FOTOGRAFIAS