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'O Astro': Edwin Luisi guardou segredo sobre morte de Salomão Hayalla até o fim

Em entrevista exclusiva à CARAS Online, Edwin Luisi fala sobre seu papel na primeira versão de ‘O Astro’, e revela que Henri Castelli o procurou para falar sobre o personagem Felipe, o assassino de Salomão Hayalla na trama de Janete Clair

Ana Carolina Giarrante Publicado em 12/07/2011, às 11h17 - Atualizado em 15/07/2011, às 15h05

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Edwin Luisi em 1977, como Felipe de "O Astro", e em 2011 - Rede Globo/ Roberto Filho-Agnews
Edwin Luisi em 1977, como Felipe de "O Astro", e em 2011 - Rede Globo/ Roberto Filho-Agnews

Nos anos 1970, quando estava começando a vislumbrar a história de uma das tramas mais importantes da televisão brasileira, a autora Janete Clair (1925-1983), recebeu, dentre os convidados de uma festa em sua casa, o ator Edwin Luisi(64). Ele acabara de interpretar o mocinho abolicionista Álvaro, em Escrava Isaura, e a Globo o preparava para ser um dos galãs da emissora.

Mas Janete mudaria o rumo da carreira do jovem Edwin, convidando-o para ser um vilão drogado (e assassino) em O Astro, que estrearia em 1977 e transformaria a história da teledramaturgia brasileira. “Eu não queria ficar marcado pelo papel de galã, então, eu vibrei com a proposta da Janete de ser um assassino, um jovem de caráter duvidoso”, disse Edwin, em entrevista exclusiva à CARAS Online. Segundo ele, assim que o convidou para ser Felipe, o vilão da trama, Janete também lhe fez um pedido, o de se calar com relação ao fato de ele ser o assassino de Salomão Hayalla (Dionísio Azevedo, 1922-1994), o grande mistério em torno de O Astro.

“Eu cumpri o prometido e guardei o segredo até o último capítulo. Não falei nem para os meus pais. Eles só ficaram sabendo quando assistiram na TV. E eu fazia todos acreditarem que meu personagem não era o assassino”, afirmou o ator, acrescentando que o público não queria que Felipe fosse o algoz de Salomão Hayalla, já que ele era querido pelos fãs como um ator que interpretava mocinhos.

Dúvida
Com o estrondoso sucesso da novela e pelo fato de ser um ator em início de carreira na época, Edwin chegou a pensar que Janete mudaria o final da história.

“Não se ouvia outra coisa, só falavam em ‘quem matou Salomão Hayalla’. Era até incômodo sair às ruas. Como eu era um ator iniciante, eu pensei que a Janete fosse mudar a história e transformar em assassino um outro ator com mais expressividade, com uma carreira mais sólida. Um dia, liguei pra Janete, muito tímido, e a questionei. Ela confirmou que eu continuava a ser o assassino da história. Fiquei feliz! Pra um ator, é bom porque teve uma repercussão fantástica, e, hoje, é bom saber que isso marcou de alguma forma a história da TV brasileira”, disse Edwin, referindo-se ao fato de que a dúvida “quem matou Salomão Hayalla” foi a primeira da teledramaturgia no Brasil e que, mais tarde, acabou inspirando outros autores a criarem suspense por vários capítulos com relação a assassinos.

Questionado sobre se, hoje, ele conseguiria guardar o segredo com tanto assédio da imprensa e do público, Edwin disse que sim. “Eu achava bacana ouvir aquelas confusões e guardar o segredo. Até as pessoas do meio artístico me perguntavam se eu sabia quem era o assassino de Salomão Hayalla. Rubens de Falco (1931-2008), o Samir Hayalla, Tereza Raquel (75), a Clô Hayalla, e Tony Ramos (62), o Márcio Hayalla, tinham quase certeza de que seriam eles”, completou o ator, que está no ar como o personagem Genaro Zanetti, na novela Rebelde, da Rede Record.

Henri Castelli
No remake de O Astro, que estreia na terça-feira, 12, o papel de Felipe será interpretado pelo ator Henri Castelli (33), que chegou a ligar para Edwin para pedir conselhos sobre o personagem.

“Achei bonito da parte do Henri. Fiquei feliz com a educação dele. Acho raro encontrar isso nas pessoas hoje em dia. Ele me perguntou como eu construí o papel na época e se eu poderia aconselhá-lo. Eu, na verdade, não o aconselhei. Eu disse ‘vai na tua, tenho certeza de que dará certo’”, disse Edwin, acrescentando que, após tantos anos, interpretar um papel desses é muito diferente. “Um drogado era tão diferente naquela época...”

Gran finale
Sobre a possível “mudança de assassino” no remake de O Astro, Edwin declarou-se contra. “Eu gostaria que os autores e diretores falassem que não fossem fazer o mesmo final, mas que surpreendessem a todos, repetindo o final. Gostaria que eles enganassem a todos, como eu fiz”, disse Edwin, afirmando ser contra uma mudança na obra de Janete Clair.

“Acho que mexer na história de Janete seria um pouco demais. Eles poderiam gravar vários finais diferentes, mas mexer com a Janete seria uma heresia. É legal manter como foi.”