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Marco Bravo: sem ciúmes de Carol Castro

Marco Bravo, marido de Carol Castro, conversa com a CARAS Online sobre seus projetos, conta como é viver Dorival Caymmi na peça 'Dona Flor e Seus Dois Maridos' e garante que não sente ciúmes de sua mulher

Redação Publicado em 23/09/2011, às 11h36 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Marco Bravo e Carol Castro - André Muzell/AgNews
Marco Bravo e Carol Castro - André Muzell/AgNews

Marco Bravo (30) é multifuncional: ator, diretor, produtor, roteirista e não para de se envolver em diversos projetos – todos ligados à arte. Há quase quatro anos em turnê com a peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, na qual vive dois personagens, incluindo Dorival Caymmi, ele prepara um novo espetáculo onde será Dom Pedro I.

Casado com a Carol Castro (27), ele garante que não sente ciúmes da atriz e fala sobre a rotina do casal em conversa com a CARAS Online. Confira a entrevista:

- Quais as vantagens e desvantagens de ficar quatro anos em cartaz com a mesma peça (Dona Flor e Seus Dois Maridos)?
Difícil falar sobre desvantagens. São mais de 150 cidades percorridas, mais de 600.000 espectadores por todo o país. A experiência adquirida com o desenvolvimento das personagens é única para o ator. Quando se tem o espetáculo na mão, a comunicação com a plateia é mais imediata. Sabemos exatamente o que fazer para satisfação do espectador. Se torna um aprendizado para toda a vida na arte. Ficar tanto tempo em cartaz nos traz a possibilidade de aprendizado. Conhecemos e nos apresentamos em teatros maravilhosos, com públicos bem variados, seres humanos distintos, e muito curiosos.

- Você interpreta Dorival Caymmi no espetáculo. Como se preparou para o personagem?
Li muito. Vida, obra, tudo o que fosse possível. Estudei violão e canto. Comecei barítono, hoje sou baixo barítono. Tive que trabalhar os graves da minha voz... Mas, o mais curioso, é que quando vim de Brasília fazer teatro no Rio morei ao lado do Caymmi. Um dia, passando embaixo de sua janela, vi aquele senhor memorável e comecei a falar com ele. Contei um pouco minha história na música e na interpretação. Ele me ouviu carinhosamente. Me desejou boa sorte. E fez um sinal com a palma da mão sobre mim. Foi muito especial. Fui abençoado por ele. Depois de três anos, meu primeiro personagem depois da minha formatura foi o próprio Caymmi.

- Alguém da família Caymmi já te assistiu na peça? O que acharam de sua performance?
A família Amado já viu em peso e sempre emocionados vieram falar sobre a semelhança que alcancei no meu trabalho. Foi meu maior pagamento. Ouvir a Paloma Amado [filha de Jorge Amado e Zélia Gattai, próxima a Caymmi], por exemplo, chorando, me dizendo que quando era pequena via o Caymmi  cantando na sala de sua casa, com o pai dela... e era aquela imagem exata que ela tinha na cabeça. Ali senti que tinha conseguido imprimir minha interpretação desse homem extraordinário. Mas, infelizmente, da família Caymmi não. Ninguém viu ainda. Pelo que eu saiba.

- É mais fácil viver um personagem fictício ou alguém que realmente existiu?
Não fiquei muito preso a isso. Quis dar minha contribuição. Existe o trabalho de caracterização que também ajuda muito. Mas acho que fazer alguém que existiu é mais difícil. Tem sempre a cobrança de ser o mais próximo possível. Nem que seja uma cobrança interna, do ator. Mas, como disse, procurei relaxar, não pensar nisso. A disciplina me fazia compreender melhor como chegar perto de quem foi Caymmi.

- Como foi sair em turnê com sua mulher?
Foram várias! Era uma extensão da vida. Acordávamos, resolvíamos coisas simples da casa... logo estávamos do outro lado do país nos apresentando. Os dias passavam e depois de muitas cidades estávamos em casa cuidando dos animais, das plantas. Pegávamos aviões, vans, ônibus, carros, como se fossem patins adequados aos nossos pés. De repente estávamos de chinelo (risos). Casa e hotel eram a mesma coisa. As malas nunca eram desfeitas. Podíamos ver, um ao lado do outro, o mapa girar à nossa volta.

- A peça tem cenas bem quentes que foram feitas pela Carol. Você sente ou sentia ciúmes de vê-la contracenando com outros atores?
Não. Sei que é trabalho. Fui assistente de direção também. Acabei ajudando a acertar cenas de beijo e de sexo. É importante dizer que são cenas leves, de comédia, e bem cuidadas, bem dirigidas. Acho que esse é o princípio básico. O público vê com música, luz, efeitos... Quando em TV ou cinema, vê com a edição... Isso é o que traz a magia. Fazer as cenas em si é sempre meio constrangedor e sem glamour nenhum.

- E ela? Tem ciúmes de você?
Também não. Ela pensa como eu. Trabalho é trabalho. Acredito sempre no acordo e respeito entre os atores. Em qualquer cena que envolva o outro, como beijo, briga, sexo, assassinato, deve-se conversar antes e deixar condições estabelecidas, marcas bem ensaiadas. Carol e eu procuramos ser bem profissionais nesse sentido para não haver complicações.

- Com a Carol na novela [Morde & Assopra] e você viajando com a peça, quando vocês conseguem se ver? Como funciona a rotina do casal?
Acertamos os acontecimentos da semana. Dividimos tarefas de casa e os possíveis horários de cada um. Conseguimos nos ver tranquilamente. Procuramos uma vida simples, em contato com os animais. Gostamos de ler, ver filmes... Como naturalmente saímos muito por causa dos compromissos, curtir a casa é nosso maior alento.

- Você dirigiu um clipe do Mombaça e cedeu sua casa como espaço para gravação. Como foi a experiência?
Foi única. Usamos a casa não como cenário, mas sim como estúdio. Montamos os cenários quando preciso. De modo que não há o reconhecimento visual da nossa casa. Conseguimos transpor o espectador para os lugares necessários. No caso do clipe fizemos um show do Mombaça ali. Foi lindo. Essa é a magia da arte. Ficamos satisfeitos com o trabalho. Existem outros casos também. Estou co-dirigindo um filmete para um espetáculo, fizemos lá em casa também. Fiz como ator e produtor um curta, que levou um velório para nossa sala de estar. Foi engraçado e divertido trabalhar com essa rara e estranha possibilidade.

- O que exatamente é o Conexão- Japa-Preta e o que vocês pretendem fazer com ele?
É um encontro de artistas, músicos e compositores, idealizado por Dani Suzuki (Japa) e Sandra de Sá (Preta). Depois os encontros passaram a ser na nossa casa e na casa da Sandra. Os artistas se encontram. Tocam, cantam, compõem. Dali nasceu coisas interessantes para as carreiras pessoais, clipes. A idéia já virou um show que acontecerá num camarote do Rock'n Rio. Pode virar álbum... programa de TV...

- Quais são seus próximos projetos como diretor e ator?
Fiz a adaptação e produção de um espetáculo onde farei Dom Pedro I. Está em fase de captação. Logo lançaremos Maitê 45 [curta com Reginaldo Faria, Marco e Carol Castro, sobre um mafioso]. Fora os trabalhos de direção de clipes, vídeos, editoriais e curtas. Trabalho que gosto muito de fazer.