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Etimologia

Redação Publicado em 17/04/2012, às 12h02 - Atualizado às 12h10

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Apoio: de apoiar, do italiano apoggiare, com origem remota no étimo latino podium, estrado, pódio, com o fim de sustentar um peso, seja de pessoa ou de estátua, seja de outro objeto. No português atual, esta palavra vem sendo substituída gradativamente por suporte, mas que pouco tem a ver com o verbo que lhe está na origem, suportar, que este tem o sentido de aguentar, sofrer, resistir.

Contraventor: do latim medieval contraventore, quem contravém, do latim contravenire, ir contra, pelo particípio do verbo, contraventum, designando o transgressor de leis. O contraventor (jogo do bicho) Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal em trabalho denominado com muita propriedade Operação Monte Carlo, por combater a jogatina, deixou em maus lençóis o senador Demóstenes Torres (51). Em grampos telefônicos, o senador, do DEM de Goiás, aparece como que recebendo ordens e fazendo relatórios de serviços anteriormente prestados ao contraventor. O senador é oriundo do Ministério Público de Goiás e, se renunciar ou for cassado, poderá voltar ao posto. Mas, se isso ocorrer, a  investigação que contra ele tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) poderá passar para o Tribunal de Justiça (TJ) de Goiás. Também o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) poderá investigá-lo e, se for o caso, puni-lo.

Embater: de bater, do latim clássico battuere, mas que no latim vulgar era battere, bater. Tomou numerosos significados, entre os quais dar pancadas, golpear, com a mão ou com objetos, nem sempre em brigas e combates, palavra do mesmo étimo, mas também para lavar, tirar o pó (bater um tapete), para sovar o pão (bater a massa); bater à porta, dando palmadas, acionando a aldrava ou golpeando a porta ou a janela para despertar a atenção dos que estão no interior da residência. No sentido de castigar, a princípio fisicamente e depois com palavras, é que embater consolidou-se como verbo que designa o combate, por atos e palavras, nas lutas verbais, de que são exemplos os debates nas campanhas políticas. Persistiram, porém, outros significados. Nos primeiros séculos, embate, palavra derivada de bater, era dita e escrita também empate, que se tornou pouco usual, mas que foi recuperada no título de um livro do escritor amazonense Márcio Souza (66), O Empate contra Chico Mendes.

Morrer: do latim clássico mori, pelo latim vulgar morrere, designando a chegada da morte, representada no mais das vezes por um vulto vestido de preto, trazendo na mão uma gadanha, pois predominava a ideia da colheita, de ceifar. Este conceito está presente também em defunto, do latim defunctus, pronto. Mas o poeta mineiro José Basílio da Gama (1741-1795), no célebre poema O Uraguai, conhecido também como O Uruguai, ao narrar a morte da índia Lindoia, criou o verso “tanto era bela no seu rosto a morte”, muito invocado por escritores românticos.

Prevaricação: do latim prevaricatione, declinação de prevaricatio, ato de prevaricar, do latim prevaricare, faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé, praticar abuso de poder, causando injustiças e prejudicando as ações do Estado ou dos cidadãos. A prevaricação transgride a moral e os bons costumes. O crime está presente também na revelação de informação ou segredo, traindo a confiança. Corrompe e perverte, principalmente a juventude, pelos maus exemplos. Como os antigos romanos eram um povo muito prático, prevaricare significou originalmente afastar o arado da linha reta ao lavrar a terra, fazendo desvios. Na prevaricação está presente a remuneração ilícita pelo resultado obtido, seja na venda de sentenças, seja na obtenção de favores igualmente reprováveis.

Ladravaz: do espanhol ladrabaz, mas ligado a ladrão, do latim latrone, declinação de latro, soldado mercenário grego. Na antiga Roma roubava muito um juiz chamado Lucius Antonius Rufus  Apius. Ele vendia sentenças assinadas, em que abreviava o nome para L. A. R. Apius, o que deu origem a larapius, larápio, ladrão. Alguns ladrões, poucos, têm foro privilegiado e, em caso de denúncia, são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).