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Etimologia

Redação Publicado em 03/04/2012, às 12h06 - Atualizado às 12h18

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Afélio: do latim aphelium, palavra criada pelo astrólogo, astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630). Designa o período de maior afastamento da Terra na órbita ao redor do Sol. Kepler a criou a partir do prefixo grego apó, distante, e helium, relativo a Helius, que os romanos adaptaram do grego Hélios, Sol, para designar o astro em latim. No afélio, a Terra viaja com menos velocidade ao redor do Sol. Ao contrário da maioria dos astrônomos que lhe seguiram, Kepler tentava conciliar argumentos religiosos com pressupostos científicos, e denominava seus estudos como “física celeste”. Em sua época, a astrologia e a astronomia não estavam separadas como hoje, e como não estiveram na Babilônia e no antigo Egito, onde surgiram. Foi muito influenciado pelas ideias do filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), que considerava perfeita a órbita dos astros nos céus e, em assim sendo, tal órbita só podia ser o círculo. Ainda assim, Kepler provou que elas eram elípticas, mas pagou caro por isso: foi exilado por autoridades católicas, que o perseguiram. Ele era protestante.

Clemente: do latim clemente, declinação de clemens, com o significado de bondoso, indulgente, sossegado, que perdoa, mas originalmente qualificava a subida que não era íngreme, tinha declive suave. É aplicado tanto a pessoas, quanto a animais e fenômenos, embora mais no antônimo, neste último caso, como em temperatura inclemente, isto é, extrema. Nome de homem, clemente cedeu o étimo também para Clementino e Clementina, nome de homem e de mulher.

Equinócio: do latim aequinoctium, noite igual, do mesmo étimo de equador, do latim equator, linha imaginária que separa a Terra em duas metades iguais. No caso de equinócio, pela formação aequi, prefixo que indica igualdade, e noctium, que refere a noctis, caso genitivo de nox, noite. Designa o dia e a noite com duração igual, o que ocorre nos dias 21 de março e 21 de setembro, indicando respectivamente o começo do outono e da primavera, no Hemisfério Sul. O Sol, visto da Terra, passando pelo equador nesses dias inaugura em 21 de março o outono, e em 21 de setembro o verão. Exceto no Hemisfério Norte, onde começa a primavera em março, e o outono em setembro. Difere do solstício, que ocorre em 22 ou 23 de junho, no inverno, e em 22 e 23 de dezembro, no verão, no Hemisfério Sul, invertendo-se no Hemisfério Norte.

Periélio: do grego peri, ao redor, em torno, presente na expressão perímetro (urbano) e do latim helium, relativo ao Sol, que em grego é hélios. Designa o período de menor afastamento de um astro do sistema solar em redor do Sol, quando a Terra viaja com mais velocidade pelo espaço. É por isso que a data do equinócio pode mudar. Neste século, o equinócio de março ocorreu no dia 21 apenas em 2003 e em 2007. Nos demais anos, tem sido no dia 20. O ano trópico não tem ano bissexto, não tem 29 de fevereiro! Não corresponde exatamente ao ano gregoriano do calendário vigente desde 1582. A partir de 2044, o equinócio vai recuar para 19 de março.

Rabo: do latim rapum, nabo, cauda. Tem também o significado de cabo e, como sinônimo de bumbum, é chulo no Brasil, embora não o seja em Portugal, onde nas lojas são oferecidas saias longas “cobrindo o rabo.” Rabo está presente em muitas expressões: “pegar no rabo da enxada”, isto é, no cabo; “olhar com o rabo do olho”, isto é, de esguelha, contemplando pequena parte do que se quer observar ou então dando vistas por alto, mas rapidamente; “crescer como rabo de cavalo” equivale a retrocesso porque o rabo do cavalo cresce para baixo; “dar com o rabo na cerca” é entrar em sérias dificuldades ou morrer; “meter o rabo entre as pernas” é retroceder, aceitar reprimendas; “ter o rabo preso” é estar comprometido ou envolvido em situações que, embora reprováveis, não podem ser denunciadas porque o eventual denunciante é um dos beneficiados.

Tititi: de origem onomatopaica, burburinho que imita sons de frases pronunciadas por muitos ao mesmo tempo. Os temas do tititi, anunciados como inconfidências, não passam de segredos de polichinelo, designação vinda de Polichinelo, personagem de textos latinos antigos, mas celebrizado na commedia dell’arte. Tititi dá nome a uma novela de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993).