Ela fala de amor frustrado, do afeto com os netos e da vaidade de se manter exemplo de beleza
CARAS Digital Publicado em 29/12/2015, às 10h27 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20
A atriz Claudia Ohana (52) não tinha curiosidade de visitar Londres, achava que a cidade fosse fria, chuvosa. Mas reviu sua opinião ao realizar a primeira viagem à capital inglesa. “Fiquei apaixonada. Faz tempo que não sentia energia tão maravilhosa em um lugar, as pessoas são incríveis. Estou com vontade de voltar”, assegurou a estrela, diante do famoso Big Ben. “Imaginava uma coisa enorme, e não é, mas é lindo”, acrescentou ela, que foi à Inglaterra filmar o longa The Hand of the Creator (A Mão do Criador), dirigido por Odilon Rocha (47), brasileiro radicado lá. “Já tinha rodado com ele A Novela das 8, no Brasil e, agora, Odilon escreveu a personagem para mim”, contou sem dar mais detalhes da produção. Quando rodou as cenas, já estava envolvida com a peça A Voz Humana, de Jean Cocteau (1889 – 1963), seu primeiro monólogo em 35 anos de carreira, cuja temporada carioca foi recém-encerrada. “Somente após atuar em Callas, no ano passado, com direção da Marília Pêra, é que me senti em casa no teatro. Cinema é a coisa que mais entendo, nunca dediquei a carreira aos palcos. Há tempos queria fazer um monólogo, mas gosto da coxia, de ter parceiros. E achava que ia me sentir só”, ressaltou ela, que, sempre em meio à correria do trabalho, dedica-se aos netos Arto (3) e Martin (10), herdeiros da filha, Dandara (32).
– Você identificou-se com a personagem da peça, a mulher que sofre com o fim da relação?
– Ela vai ao extremo e, hoje em dia, é difícil pôr alguém na minha frente. Você só faz isso uma vez na vida, mas é problemático, isso não é bom para a relação. Já passei por isso, me apaixonei, achei que a pessoa era mais importante do que eu. Bastou. É horrível sofrer por amor, não ser correspondida. Dói o corpo.
– Hoje, você se move mais pela razão do que pelo coração?
– Sim, mas isso não quer dizer que fique bem. Mas não sofro a ponto de adoecer. Neste momento, estou solteira. Gosto de namorar, mas fico bem sozinha.
– E está sempre com os netos?
– Não entendo como tem avó que não participa da vida deles, porque a gente ama de uma maneira enorme, como a um filho. Tenho um lado meio infantil, criança, brinco de tudo com eles. Com o Martin, já costruí uma rotina, ele vai à minha casa e gosta que eu faça cabelinho de anjo e gelatina. Ele e o Arto são lindos, é muito amor, acho um presente ser chamada de avó.
– Você interfere na criação?
– Sou aquela avó que quer se meter, mas Dandara não deixa.
– Fica envaidecida ainda de ser citada como exemplo de beleza?
– Sem dúvida. Quando comecei, me incomodava ser chamada de sex symbol. Eu dizia que desejava ser atriz de verdade, ser respeitada. Hoje em dia, acho um charme.
– Envelhecer incomoda?
– Há coisas inevitáveis. É melhor lidar bem, senão você fica mal. A única maneira de não envelhecer é morrendo. Assim, é melhor encarar o passar dos anos honestamente. Às vezes, olho no espelho e me pergunto: “Que ruga é essa?” Mas eu me cuido. E acho que Deus foi bem generoso comigo.
– E como se cuida?
– Yoga, musculação, gosto de andar. Correr, não, já sou magra e não quero emagrecer mais. Não tenho o hábito de comer besteira, sou regrada, como a cada três horas, levo marmita até no avião. Estou com 47 quilos (ela mede 1,60m), um a menos que o meu normal. Com o ritmo de trabalho, dei uma emagrecida.
– Muitos projetos para 2016?
– Ensaio agora um musical. E até por ter sido indicada ao Emmy de melhor série, acredito que vai rolar a terceira temporada do PSI, da HBO. Em março, lanço o filme Zoom. Há cenas com a Mariana Ximenes que já deram o que falar. Já tinha feito cenas nua, mas foi a primeira vez com uma mulher. Fiquei tímida, não sabia ser a ativa. Tentava lembrar como os homens faziam comigo. (risos)
