CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

‘Foi uma falha ter demorado para ter uma negra na MTV’, avalia Pathy de Jesus, a última VJ

Pathy de Jesus, a última VJ da MTV e a primeira negra em 20 anos no canal, fala sobre o mês de despedida da emissora que será relançada em outubro

Renan Botelho Publicado em 13/09/2013, às 15h48 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Pathy de Jesus - Divulgação / Vira Comunicação
Pathy de Jesus - Divulgação / Vira Comunicação

Pathy de Jesus (34) estreou na MTV Brasil em abril deste ano. Ela foi a última contratada pelo canal para assumir o posto de VJ na emissora, que irá encerrar sua transmissão na televisão aberta no dia 30 de setembro e será relançada com nova direção, apenas para o circuito fechado, em outubro. “Eu fui a última a entrar e vou ser a última a sair”, diz ela, em entrevista à CARAS Online.

Apesar de ser a última da fila, Pathy foi a primeira VJ negra em 20 anos da emissora. “Isso também é um marco para mim. Eu só fui na MTV para marcar gol (risos)”, conta. “Mas não carrego isso com uma medalha no peito. Tenho orgulho, mas, por outro lado, preferia que eu fosse apenas mais uma negra no canal. Mas que bom que deu ainda para fechar a porta com esse trunfo”, comenta.

Pathy avalia que ‘houve falha no sistema’ ao deixarem de investir em apresentadores negros. “A gente está falando de Brasil. Foi uma falha ter demorado para ter uma negra na MTV daqui. Eu acabei conhecendo uma menina que é VJ negra da MTV Portugal, faz tudo quanto é capa de revista, é super famosa lá. Na Europa tem, nos Estados Unidos tem, e, aqui, onde dizem que tudo é mais misturado, não. Duvido que não tenham negros capazes, que nesses anos todos não tiveram uma pessoa com carisma, com talento para isso”, avalia.

Mas a VJ não deixa de fazer elogios ao canal. “É a empresa dos sonhos para se trabalhar”, fala Pathy, que sente a mistura do clima de despedida e de celebração que toma conta de todos os funcionários da emissora. “O clima depende do dia. A gente já teve um momento ‘poxa vida’, de ficar triste. Atualmente, neste último mês, existe um clima de celebração. É impossível não ficar contagiado com a energia. É como uma família que perde tudo e tem duas opções: ficar sentado chorando ou fazer um churrasco no quintal para se animar. E a gente faz o churrasco”, diz.

Pathy ficou surpresa por ter sido um dos nomes salvos pelo diretor de programação Zico Góes, que teve que dispensar parte do casting da emissora em junho. “No dia que me chamaram para conversar, muita gente já tinha ido na salinha e sabia que não ia ficar. Eu achei que não iria sobreviver justamente por ter sido uma das últimas contratadas, mas para mim foi uma das coisas mais gratificantes que ouvi. O Zico me disse: ‘a gente te encontrou muito tarde, você tem o espírito dos VJs das antigas’. Minha vontade era já me jogar para outras coisas, mas quando ouvi isso, eu falei: ‘Vamos aí que eu quero fechar a porta’”, conta.

Agora que o canal será administrado pela Viacom International Media Networks, Pathy não se vê mais no futuro da MTV. “Particularmente falando, para mim já deu. Não sei o que vai acontecer, mas acho que tudo tem começo, meio e fim. Quero terminar esse ciclo do jeito que comecei, mas se um dia alguém me convidar... Nunca digo nunca. Até porque eu nunca na minha vida imaginei que ia ser VJ”, fala.

O foco de Pathy volta a ser o teatro – ela já atuou em novelas do SBT, da Record e da Rede Globo. “Sou atriz. Essa é minha essência e meu estudo.Nunca deixei de pensar em atuar. Estou batalhando, adoro trabalhar. A oportunidade que me derem, eu quero estar sempre pronta”, diz. 

Mas até o dia 30 de setembro, Pathy terá muito trabalho pela frente. Ela, que já comandou o Top 10, Yo! e My MTV, vai apresentar um programa de 24h sobre hip hop e ainda está envolvida em outra produção do canal. “Para quem vai fechar, a MTV está bombando na programação (risos)”, brinca.