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Dudu Azevedo sobre a carreira: "Quero bons personagens em obras reconhecidas"

Atualmente interpretando o vilão Zur, em 'Os Dez Mandamentos', da Record, o ator fala sobre os novos desafios da carreira em uma entrevista exclusiva. Confira!

CARAS Digital Publicado em 27/05/2016, às 16h09

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Dudu Azevedo - João Cotta/Globo
Dudu Azevedo - João Cotta/Globo

Dudu Azevedo vive um ótimo momento em sua carreira. Atualmente como o vilão Zur, na 2° temporada de Os Dez Mandamentos, da Record, o ator comemora a indicação ao prêmio internacional Goya e já trabalha em um novo monólogo.

Em entrevista exclusiva para o site da CARAS, Dudu conta sobre a mudança de emissora, os desafios da carreira e o rótulo de galã. Confira:

Como está sendo interpretar um vilão em Os Dez Mandamentos?
Interpretar um vilão é sempre um grande exercício, é a oportunidade ideal para experimentar, sem culpa e reflexão, o pior lado de nós mesmos (atores). Uma vez que penso em estar no ponto para o personagem, atingindo o estado e não a forma, “ser mau”, nesse caso, é experimentar o desconhecido. Personagens, de um modo geral, nos permitem ir a outros lugares. Na vida real, tenho o compromisso primordial em ser um homem de bem, honesto e responsável pelas atitudes e escolhas que faço. Já meus personagens, podem ser qualquer coisa e isso é um infinito de possibilidades.

Está conciliando o trabalho na trama bíblica com algum outro projeto?
Estou trabalhando na adaptação de um livro que será um monólogo, em parceria com Evans Queiroz. Será uma experiência inédita em muitos sentidos - palco, monólogo, drama. Estou muito instigado! Começo a ensaiar em julho e pretendo entrar em cartaz ainda esse ano.

É a primeira vez que você trabalha na Record, após anos na Globo. Como foi a mudança de emissora?
Levando em conta que o trabalho é a espinha dorsal desse tipo de relação, a mudança de emissora é muito natural. Autônomo ou contratado, o trabalho de ator sempre me conduziu ao longo dos meus 25 anos de carreira. Meu comprometimento é com o ofício e com a qualidade do trabalho que entrego. Onde quer que eu esteja meu objetivo será fazer meu trabalho com a máxima excelência que puder e conciliando isso com minha realização pessoal.

Como avalia sua evolução como ator nessas duas décadas?
Eu avalio com orgulho minha trajetória. Batalho, ao longo dos anos, para me superar e, hoje, vejo o resultado para todo esse esforço. Me sinto evoluindo a cada trabalho e sobrevivendo por muitos anos a todas as adversidades em uma profissão que exige de nós, antes de mais nada, muita coragem para assumi-la, independente das incertezas e instabilidades inevitáveis as quais estamos submetidos.

Recentemente você foi indicado ao prêmio de melhor ator pelo filme Blue Lips, na 29ª edição do Goya. Como foi representar o Brasil em uma premiação internacional?
Representei de longe e silenciosamente. Tanto é que só agora está sendo noticiada uma indicação de 2015. Me estimula e recompensa ter meu trabalho reconhecido em um prêmio internacional. Não creio que isso aumente minha responsabilidade, mas me sinto lisonjeado por ter tantas oportunidades e por continuar sobrevivendo da profissão que escolhi e que amo. Quero outros filmes, outros grandes personagens, outras oportunidades. Quero prêmios também, mas eles não determinarão o tempo ou a minha felicidade em realizar o meu trabalho.

Pensa em seguir carreira internacional?
Quero trabalhar bastante e por muito tempo ainda, mas espero trabalhar, cada vez mais, no que me dá prazer, no que me realiza. Os filmes internacionais serão muito bem-vindos, com certeza, mas não se tornarão meu objetivo principal. Quero bons personagens em obras reconhecidas. É isso que desejo.

Como foi interpretar um personagem gay no filme 'Desejos Modernos', de Guga Moretzsohn
Interpretar um gay foi como interpretar qualquer outro personagem dentro das nuances que cada um tem. Aprendi, na vida, a ver e respeitar o indivíduo, independente de toda e qualquer característica particular. Antes do Gege, meu personagem, ser gay, ele é o Gege. Fui escolhido pra contar sua história e, com a licença do autor, tentei dar a perspectiva mais honesta e real possível a ele. Essa é a minha missão como ator em cada obra que atuo.


Você foi baterista da banda Redtrip e hoje toca eventualmente com outras bandas. É fácil conciliar os dois trabalhos?
Não é fácil conciliar os ofícios de ator e músico, pois, nem sempre, a logística permite que isso seja possível. O amor que tenho pelas duas profissões me faz permanecer na tentativa de ser o melhor ator que puder, sem abrir mão da música, e o melhor músico que eu puder, sem abrir mão da dramaturgia.

Você é considerado um galã, não só pela beleza, como também pelo corpo. Como se sente em relação a isso?
Acho que “ser galã” é um rótulo e os rótulos podem acabar minimizando as pessoas. Cada um tem suas virtudes, belezas e características particulares. É isso que nos diferencia! Acredito que o amor seja a premissa principal e mais genuína para se enxergar a beleza verdadeira de alguém. Ninguém é lindo o tempo todo, ninguém é feliz o tempo todo.  O tempo passa, o corpo muda, o rosto também.