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Revista / TV

Ritmo intenso move Christiane Torloni

A luta pela Amazônia não para nunca, assim como a meditação e a yoga

Revista CARAS Publicado em 24/04/2020, às 12h32 - Atualizado em 09/05/2020, às 00h39

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Em 2012, quando esteve no Castelo de CARAS, em NY, ela celebra sucesso de Fina Estampa, de volta ao ar na pandemia - AgNews, Fernando Lemos e Marcelo Faustini
Em 2012, quando esteve no Castelo de CARAS, em NY, ela celebra sucesso de Fina Estampa, de volta ao ar na pandemia - AgNews, Fernando Lemos e Marcelo Faustini

O sucesso da edição especial de Fina Estampa, atual novela das 9, comove a protagonista, Christiane Torloni (63), que vive a perua Tereza Cristina na trama. “Nunca vi uma reprise fazer mais sucesso que o original! É muito interessante como o público corresponde. As pessoas estão angustiadas e a presença de uma comédia de costumes como essa é reconfortante. É o que estávamos precisando. É a prova de que a arte pode ser o antídoto da dor”, avaliou ela. Para a própria atriz, a reprise traz muitas alegrias. “Fico muito feliz assistindo. E nós, atores da novela, recriamos um grupo de mensagens. Conversamos e rimos juntos. Está fazendo muito bem para todos nós também. E assistimos sem aquele julgamento da correção. O que está feito, está feito. É um antídoto compartilhado entre nós e com o público”, revelou.

– A democratização da arte é um caminho sem volta?

– Acredito que sim. Estamos vendo lives de diversos músicos, museus disponibilizando seus acervos on-line, óperas, balés... Tudo agora acessível pela internet. Talvez esta democratização seja um dos maiores legados da pandemia. A inclusão planetária da arte. Acredito, sim, que isso é sem volta. Vai impactar muito a maneira de produzir arte depois que a pandemia acabar.

– Como tem passado esses dias de isolamento?

– Estou cumprindo as ordens da Organização Mundial de Saúde e acredito que é o que todos devem fazer. Fico em casa, mas faço minha yoga on-line e estou voltando a estudar inglês por conta de um convite da Organização das Nações Unidas, a ONU. Por isso, a importância de estudar e cultivar a língua oficial do planeta.

– Está trabalhando para a ONU?

– Fui convidada para fazer parte de um projeto chamado SPA, Strategical Plan for Amazon, por conta do meu trabalho há anos na luta pela preservação da região e do meu filme Amazônia, o Despertar da Florestania junto com a FAS, Fundação Amazônia Sustentável.

– Em que consiste este seu trabalho?

– Eles reuniram 100 cientistas de todo o mundo e representantes da sociedade civil. O fotógrafo Sebastião Salgado, por exemplo, também faz parte. Buscamos sensibilizar governos para que políticas públicas beneficiem a Amazônia. Quem ajuda a Amazônia, ajuda o mundo.

– Vocês têm atuado diretamente no combate à Covid-19 na região amazônica?

– Conseguimos chegar em lugares onde o Estado não chega. Como já se sabe, a Covid chegou ao Rio Negro. Fico até arrepiada de pensar nisso. Nossas campanhas agora incluem a ajuda com cestas de produtos de higiene e limpeza, claro. E nossas ambulâncias estão levando profissionais da área de saúde. Sabemos que Manaus está um caos. Estão precisando muito de ajuda. Grandes empresas têm ajudado, mas pessoas físicas também podem fazer sua parte. Eles são muito vulneráveis e não sabemos quanto tempo isso vai durar.

– Você tem se mantido então bastante ativa mesmo no isolamento?

– Superativa. O que não falta é trabalho. De noite, vou dormir exausta. Não estou aproveitando este período para fazer inventário da vida porque não tenho tido tempo para isso. Ser útil é muito bom, faz a gente fica mais esperto com a saúde também.

– E ajuda na saúde mental?

– Sim, mas para isso eu também medito diariamente há muitos anos. É uma fonte de sanidade e, comprovadamente, aumenta a imunidade. O corpo agradece. E quem nunca fez, pode começar on-line. Tem vários sites ensinando a meditar.

– Como tem visto a situação política do Brasil?

– Não vou falar sobre isso porque tenho evitado qualquer situação tóxica, qualquer coisa que possa poluir minha saúde. A gente tem que escolher nossas lutas. Há muitos anos, saí da frente da questão política para me colocar à frente da Amazônia. Mas acho que todos os nossos anos no processo de democratização farão com que, uma hora, o Brasil responda à altura. Eu estou fazendo minha parte na minha grande luta pela querida Amazônia.

– Há projetos artísticos engatilhados para o pós-pandemia?

– Minha peça, Master Class, em cartaz desde 2015, fez 72000 espectadores em três turnês. Ganhei muitos prêmios e havia um convite para retornar no segundo semestre deste ano. Mas, no momento, os sonhos estão sendo postergados. Vamos ter que esperar para ver o que acontece.

– E na televisão?

– Também tem projetos novos na TV Globo, mas preciso que caminhe mais para poder divulgar. São projetos muito bons. Mas, no momento, estou muito feliz com a volta de Fina Estampa. Foi um prêmio esta visita do passado ao presente. Só posso ser muito grata.