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Revista / Abre

Projetos da cantora Fernanda Takai

Ela lança novo album, revela dotes culinários e questiona as lives

Bianca Portugal Publicado em 10/07/2020, às 11h00

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Na Ilha de CARAS, em Ilhabela, SP, Fernanda fala de seu novo álbum, Será que você vai acreditar?, um retorno ao universo pop - Martin Gurfein
Na Ilha de CARAS, em Ilhabela, SP, Fernanda fala de seu novo álbum, Será que você vai acreditar?, um retorno ao universo pop - Martin Gurfein

Criar é o verbo que pontua o dia a dia da cantora e compositora Fernanda Takai (48). Seja com a icônica banda Pato Fu, que completa 28 anos, em sua carreira solo, em parceria com músicos como Roberto Menescal (82) ou mesmo escrevendo livros, ela está sempre envolvida em novos projetos. O isolamento social pode ter impedido o contato ao vivo com o público, mas sua cabeça continua a mil e Fernanda lança um novo disco, Será que você vai acreditar?. O álbum foi todo gravado durante a pandemia e traz convidados em faixas inéditas e versões de Fernanda para músicas de Amy Winehouse (1983–2011) e Michael Jackson (1958–2009). “Adoro fazer versões bem pessoais de canções de que gosto e, às vezes, estão esquecidas no tempo. Ele dá sequência de forma bem natural a um caminho que vinha desde o álbum Na Medida do Impossível, que também faz essa mescla entre autoral e intérprete”, explicou ela, que esteve na Ilha de CARAS, em Ilhabela, SP, antes do isolamento. No novo trabalho, Fernanda conta com a parceria do marido, o músico John Ulhoa (54), também integrante do Pato Fu, com quem tem Nina (17). Uma parceria musical de 28 anos e uma relação que completa 25 anos. “Fazemos isso há tanto tempo que acho natural e nada complicado. Mas é importante que, na minha carreira solo, eu tenha trabalhado com outras pessoas. É saudável ter outras companhias em nossa convivência, enxergar as potencialidades de outras pessoas. Ter o John por perto é ótimo porque somos bem práticos e encontramos um jeito bem nosso de manter a banda há 28 anos e o casamento há 25!

– Como conseguiu produzir um álbum em meio à pandemia?

– Começamos a gravar antes do carnaval. A intenção era mesmo lançar em julho. O que aconteceu é que tivemos que parar os shows do Pato Fu e os meus solo e ficamos cumprindo o isolamento à risca. Temos um estúdio em casa, John produziu e tocou todos os instrumentos, tivemos bastante tempo pra trabalhar nele apenas só nós dois.

– E as parcerias? Foram feitas via internet?

– Geralmente cada um faz sua parte sozinho. É raro eu me sentar com alguém pra compor cara a cara. Trocamos ideias via e-mail, áudio e concluímos as músicas. 

– Neste álbum tem música em japonês, mas você já gravou em inglês, francês, espanhol... Quantas línguas fala?

– Ah, desde o primeiro disco do Pato Fu a gente coloca outras línguas no repertório. Não que eu fale todas essas línguas perfeitamente, mas gosto de poder me comunicar com públicos diferentes. E como toquei em vários países, é simpático ter este tipo de bônus.

– Além do disco, como tem sido o seu dia a dia?

– Como estamos eu, John e Nina sozinhos, a rotina da casa é feita por nós. Eu já cozinhava, mas aproveitei para fazer mais experimentos, sem pressa, pois os horários estão dilatados. Com a escola da filha em modo remoto, ajuda a não me sentir pressionada. Acho terapêutico cozinhar, um momento de ouvir uma coisa nova ou algum podcast enquanto estou ali, descascando, picando, mexendo nas panelas... Tenho lido mais também, sempre pela manhã. Ainda bem que tenho concentração, pois muita gente fica aflita com a situação e não consegue foco. Isso é algo que tenho desde sempre.

– Como tem evitado estresses?

– Outro dia disse que tenho a sorte de ter uma família autolimpante e muito caseira, então estamos muito bem. Mas ver o sofrimento das pessoas desassistidas e a falta de rumo do País é angustiante. Moramos numa casa com ambientes bem diferentes: John fica muito no estúdio, Nina no quarto dela ou na sala de videogames e eu tenho um escritório com uma vista bonita e a cozinha como parte da casa de que gosto mais. Também temos um jardim e quatro bichinhos de estimação. O afeto deles e a natureza à nossa volta ajuda demais.

– Algum livro encaminhado?

– Imagino que escreverei mais coisas por aí, mas não gosto de contar antes de ter tudo bem planejado...

– O novo disco ganhará live?

– Prefiro aguardar e ir pra estrada. Não faz sentido a live de um show que nem existiu. Eu não fui fisgada pelas lives, fiz uma em abril, farei outra em julho, mas sinto falta da dinâmica da vida real. E não gosto de ver as lives desafiando o isolamento, com equipes inteiras em estúdio ou projetos que certamente demandam o trabalho de muita gente num momento de pico da doença.