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Revista / Moda

Paris emociona com alta-costura e despedida

Badalada semana de moda reúne fashionistas com elegância e roupas suntuosas

Revista CARAS Publicado em 05/02/2020, às 18h56

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Gabrielle Caunesil, de Armani; Lara Leito, de Zuhair Murad; Sonam Kapoor, de Valentino; Jean-Paul Gaultier é levantado ao fim do desfile Malika Menard; e Larsen Thompson - Bertrand Rindoff Petroff, Dominique Charriau, Francois Durand, Pascal Le Segretain, Pierre Suu e Stephane Cardinale/Getty Images
Gabrielle Caunesil, de Armani; Lara Leito, de Zuhair Murad; Sonam Kapoor, de Valentino; Jean-Paul Gaultier é levantado ao fim do desfile Malika Menard; e Larsen Thompson - Bertrand Rindoff Petroff, Dominique Charriau, Francois Durand, Pascal Le Segretain, Pierre Suu e Stephane Cardinale/Getty Images

Os looks desfilados nas passarelas durante a temporada Primavera/Verão 2020 da Semana de alta-costura de Paris parecem sonhos, literalmente! Formas diversas, cores vibrantes, bordados a perder de vista, volumes, construções e misturas de tecidos são apenas algumas amostras dos ‘delírios’ dos estilistas das grandes grifes participantes dos quatro dias de evento, responsável por abrir as atividades do calendário fashion feminino. Ao todo, 16 marcas são membros oficiais da Federação, como Chanel e Givenchy. Esta última, aliás, se inspirou em alguns episódios da trajetória de sua criadora, Coco Chanel (1883–1971), para os modelos em tons de preto, cinza e branco, numa referência às roupas das freiras de um convento, relembrando a adolescência da estilista. Já a Givenchy trouxe o romantismo como liga entre as peças desenhadas pela britânica Clare Waight Keller (49).

Os sonhos fashionistas foram intensos, especialmente para Jean-Paul Gaultier (67), que marcou seu nome na história da moda francesa com seu último desfile da alta-costura. Sim, foi o último! Poucos dias antes de se apresentar no palco suntuoso do Théâtre du Châtelet, uma construção parisiense de mais de 150 anos, o designer anunciou seu adeus em um post nas redes sociais, pegando todos de surpresa: “Vou compartilhar uma coisa com você: esse vai ser o meu último desfile de alta-costura, o meu último desfile de Gaultier Paris. Não vai perder, ok? Porém, calma, Gaultier Paris irá continuar neste universo da alta-costura, pois tenho um novo conceito”.

Na passarela, várias referências às inúmeras e icônicas criações do estilista, sem contar os tradicionais modelos pouco convencionais, cerca de 150, que desfilaram, dançaram e impactaram a plateia. O show começou fúnebre, com dançarinos carregando um caixão, embalados ao som de Back to Black, de Amy Winehouse (1983–2011), cantada por ninguém menos que Boy George (58). Daí em diante, uma sequência de corsets, noivas, amarrações, peças feitas só de gravatas e retalhos de couro, novas interpretações do consagrado sutiã cone, um clássico dos figurinos da diva Madonna (61), além de muita alfaiataria, marinheiros e marinheiras e peças complexas em vários sentidos. “É sempre um prazer desfilar para você, Jean. 50 anos de uma carreira genuína”, disse a modelo brasileira Lais Ribeiro (29), que desfilou ao lado da cearense Valentina Sampaio (23), além de nomes internacionais como Coco Rocha (31), Alexina Graham (29), Gigi Hadid (24) e Karlie Kloss (27).

Entre os convidados, lendas da moda, como a top Eva Herzigova (46) e os estilistas Nicolas Ghesquière (48), diretor criativo da Louis Vuitton, Isabel Marant (52) e Dries Van Noten (61). A brasileiras Camila Coutinho (32) e Thássia Naves (30) também estiveram presentes. “Chorei por quase uma hora após o fim do desfile. Jean-Paul e toda sua equipe têm sido como se fossem uma família para mim e eu sou muito sortuda por ter conhecido e trabalhado com eles por quase 15 anos”, relembrou Coco, que dançou em sua entrada final. Após todos os looks, Jean-Paul foi levantado pela multidão no palco e reverenciado por todo o seu trabalho.

As regras rígidas designadas pela Chambre Syndicale de la Haute Couture, o órgão que dirige a moda na França — que incluem desde ter um ateliê em Paris, empregar ao menos uma equipe em tempo integral de 15 pessoas, fazer as peças sob encomenda com ao menos uma prova de roupa até apresentar suas coleções publicamente duas vezes por ano —, parecem aumentar a criatividade das “Sou sortuda por ter trabalhado com Jean por quase 15 anos.” (Coco Rocha) Gabrielle Caunesil, de Armani; Lara Leito, de Zuhair Murad; Sonam Kapoor, de Valentino; Jean-Paul Gaultier é levantado ao fim do desfile apresentações. Por isso, a alta-costura é conhecida pela opulência dos detalhes, como aconteceu no desfile da Dior, comandado pela italiana Maria Grazia Chiuri (55).

Mulheres dominando o mundo foi a questão levada para a passarela da maison francesa. Maria Grazia continuou refletindo sobre o universo do feminismo e sua relação com a feminilidade. A artista americana Judy Chicago (80) foi convidada para contribuir com o evento, a partir de uma estrutura de uma escultura não realizada que a feminista havia proposto em 1977, intitulada de Deusa Mãe Inflável. “O que aconteceria se as mulheres dominassem o mundo? Este tipo de ativismo é um objetivo, de unir a moda à educação. Então, conversando com a Judy e sua fala sobre deusas, me veio Roma, claro, à cabeça e pensei logo no peplum”, sobre a típica vestimenta da Grécia Antiga. A atriz Camila Queiroz (26) esteve entre as celebridades brasileiras do show. “Um desfile que fala da divindade feminina. Deusas gregas. E tive a honra de poder estar ao lado desses dois grandes gênios, a Maria Grazia Chiuri e o Peter Philips. Foi uma honra enorme”, disse ela, ao conhecer a diretora criativa e o maquiador da maison.