CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Revista / FAMÍLIA

Luis Navarro, de Elas por Elas, reforça cumplicidade com Ivi Pizzott: 'Amor pelas filhas'

De folga das gravações da novela Elas por Elas, Luis Navarro recebe CARAS em casa; o ator e a mulher, Ivi, abrem a intimidade e o coração

Pai de duas meninas, o paulistano vive cercado por mulheres - FOTOS: MARCIO FARIAS
Pai de duas meninas, o paulistano vive cercado por mulheres - FOTOS: MARCIO FARIAS

Se na ficção o Edu, da trama global das 6, Elas por Elas, é um mulherengo, na vida real, o seu intérprete, Luis Navarro, (34) é o oposto. Casado com a influenciadora, atriz e bailarina Ivi Pizzott (37) e pai das pequenas Kali (6) e Zuri (1), o ator também vive cercado por mulheres, mas de outra maneira. “É muita responsabilidade, porque sou a referência masculina para essas meninas. Tento ao máximo me desconstruir, entrar nesse universo da brincadeira, nesse clima de maquiar, pentear cabelo, escolher um look. Isso é algo que nós, homens, não estamos acostumados. A gente brinca de futebol e carrinho. Se os meninos brincassem de boneca seriam melhores pais”, reflete ele, em papo exclusivo com CARAS, em sua casa, no Rio.

Junto há oito anos, o casal é a prova de que os amores de carnaval podem dar certo, sim! Hoje, o maior desafio é buscar o equilíbrio diante das múltiplas facetas: pais, artistas e eternos namorados. “Não é só casa e trabalho. De vez em quando, a gente sai para se divertir, é importante. Temos uma rede de apoio bacana e buscamos pelo menos uma vez na semana se dedicar um ao outro, porque, senão, acaba perdendo o namoro”, explica Ivi. Ter mais de um filho era um desejo dos dois, que viram a vida mudar com a chegada da caçula. “Sempre sonhei em construir uma família, mas eu nunca achei que fosse tão difícil. Para ser sincero, acho que romantizei um pouco”, reconhece ele.

A casa com duas crianças de idades diferentes fica agitada, mas Ivi e Luis contam com o apoio da mãe dela, Claudia, e da babá, Helena. O ator também ajuda a eleita nas gravações de suas publicidades e ela passa o texto da novela com ele. A parceria tem dado certo! “É uma rede de apoio e uma cumplicidade de estar sempre tendo jogo aberto. Eu falo para ele ‘Hoje eu preciso fazer isso e isso’ e a gente se organiza”, detalha ela. No início, a Kali sentiu ciúme da irmã caçula, mas, hoje, os dilemas já são outros: o par se preocupa com a criação das herdeiras.

Eu estudei em escola pública a vida inteira, então a gente quer dar o melhor para elas em questão de estudos, de tudo. A gente se depara com algumas questões problemáticas, porque tem escolas particulares que, às vezes, não estão preparadas com o ensino voltado para a negritude. Então, a gente encontra vários problemas, de ir à reunião de pais e ter que levar o livro Amoras, do Emicida, porque eles não têm muita referência antirracista. A Kali é uma das poucas negras da escola e já teve escola que ela foi a única negra!”, conta Luis.

Dentro de casa o letramento racial acontece por meio da leitura, de desenhos e bonecas. “Mas quando chega lá fora ela encontra o outro lado. A Kali está em uma idade que ela quer se adequar ao ambiente, quer ser da turminha; e ela encontra uma barreira por ser diferente. Ela já chegou aqui em casa falando que foi chamada de pele de lama e outras situações assim... ela sente que realmente não se enquadra, que é diferente”, lamenta a atriz e bailarina. Após superarem uma turbulência na relação — em janeiro de 2023 eles se separaram — a família está mais unida. “Foi a crise dos sete, né? A gente chegou a ela, passou por ela e foi real. Mas, hoje em dia, estamos bem mais fortes e felizes”, garante o ator. “As coisas que estavam desajustadas se ajustaram depois desse rompimento. Talvez, tenha sido importante, sim, porque poderia ir para um lugar pior. Tivemos esse tempo de se reconectar e de se entender também”, completa ela.

O período, no entanto, não foi fácil. Luis enfrentava uma fase depressiva e buscou terapia. “Eu nem gosto muito de falar sobre isso, mas no mundo que a gente vive hoje, a saúde mental é preocupante. Acho importante cuidar da alimentação, fazer atividade física, terapia e ter um tempo para si. Agora, estamos firmes e fortes, sonhando alto e sonhando juntos, isso é o mais importante”, afirma o artista. Na época, eles tiveram que lidar com o hate nas redes sociais. “As críticas para mim foram mais intensas quando as pessoas perceberam que a gente tinha reatado. Para o Luis acho que o mais pesado foi no momento da separação”, avalia Ivi.

O paulistano aproveita para fazer uma observação. “Acho que a gente sempre vai ser muito mais criticado. Não vou citar nomes, mas muitos atores brancos terminaram o casamento e não foram criticados, acabou e tudo certo. Eu aprendi muito com todas as críticas e entendi que estava vivendo muito em prol de uma rede social que está ali para cancelar pessoas. E eu sou o alvo”, afirma o artista, que transformou a dor em arte e criou um álbum musical, previsto para ser lançado nos próximos meses.

Projetos, aliás, é o que não faltam na vida dos dois. Ivi, que estudou na CAL, a Casa das Artes de Laranjeiras, e no Célia Helena Centro de Artes e Educação, quer focar na carreira de atriz. “A maternidade acabou me pausando um pouquinho desse sonho duas vezes, mas agora estou prontíssima para retomar essa vontade, esse lado meu de atuar e sair um pouquinho só da publicidade e ir para a TV”, afirma ela.

Já Luis, além da novela e do álbum, em que explora seu lado cantor, também mostrará outras facetas em breve. Inspirado na história que viveu com a filha, ele escreveu e dirigiu o filme Por Que Eu Sou Diferente, no qual conta a história de um pai que se depara com o racismo sofrido pela filha em sua primeira vez na escola. A produção, por enquanto, vai percorrer os festivais de cinema.

Estudando inglês há quatro anos, ele também planeja expandir seus horizontes. “Estou pensando muito em uma carreira internacional. O Brasil é muito interessante, mas dá para explorar muitas coisas lá fora. Para mim, as maiores referências são o Rodrigo Santoro e o Wagner Moura, mas por que não eu também, né? O não a gente já tem em tudo na vida”, reflete ele.

Filha de dois artistas, a primogênita já mostrou que tem tudo para seguir os passos dos pais. Com apenas 8 meses fez sua primeira capa de revista. Ela até já atuou em um curta e no próprio filme do pai. Mas, por enquanto, deve parar por aí, afinal, a escola e a infância são prioridades. “Kali ainda é muito nova”, observa o ator. “Apesar de a gente saber que ela tem essa veia artística muito forte e tem influência dentro de casa o tempo todo, acho que ela precisa ser criança primeiro”, defende Ivi. 

FOTOS: MARCIO FARIAS