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Música / Novo caminho!

Em nova série, Demi Lovato abre o coração e choca ao falar sobre overdose e estupro

Novo documentário de Demi Lovato explica detalhadamente o que levou à estrela em ascensão à sofrer uma overdose

André Luiz Freitas Publicado em 23/03/2021, às 12h28 - Atualizado em 24/03/2021, às 12h36

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Demi Lovato durante cena do documentário 'Dancing With the Devil' - Foto/Reprodução YouTube Originals
Demi Lovato durante cena do documentário 'Dancing With the Devil' - Foto/Reprodução YouTube Originals

Demi Lovato está pronta para contar ao mundo que, ser um fenômeno pop, é como andar em corda bamba, você articula entre a fantasia e a realidade. Em um momento você está repleto de pessoas ao seu lado, em outros, o controle excessivo e a pressão doentia sobre precisar ser perfeita em todos os atos, ronda você em um quarto de hotel.

Vivenciando um novo renascimento - como descreve a cantora norte-americana em uma entrevista, Dancing With the Devil está repleto de novas admissões que revelam um passado difícil; um espetáculo repleto de autenticidade e fuga para encontrar o seu verdadeiro propósito no mundo e na música.

Poucas vezes – ou nunca – se viu uma super estrela da música falar tão abertamente de detalhes sobre o seu vício em drogas e álcool. Já para Demi, isso é completamente diferente, principalmente a partir de agora.

Atenção: essa matéria aborda temáticas sensíveis que podem despertar gatilhos em algumas pessoas. 

"Precisei morrer para acordar"

A overdose acidental causou falência múltipla de órgãos, ataques cardíacos, derrames, danos cerebrais, um processo de hemodiálise que passou para sobreviver e danos a visão. (Ela não pode mais dirigir e descreveu os efeitos remanescentes como manchas solares). O traficante que trouxe heroína para ela, naquela noite, também a agrediu sexualmente e a deixou à beira da morte.

O que levou Demi Lovato a sofrer uma recaída após 6 anos sóbria?

Demi cresceu em Dallas, no Texas. Violento, seu pai se tornou uma figura ausente após o divórcio, e morreu em 2013. A mãe, uma cantora country, lidava com distúrbios alimentares. A estreia da cantora nos palcos se deu em concursos infantis de beleza, experiência que a fez desenvolver bulimia.

Há muitos anos, ela conta a sua história aos seus fãs, mas nunca foi feito desta maneira. Foram necessários dois documentários para que a verdade, por mais dolorosa e assustadora que fosse, viesse à tona. Expor suas imperfeições ao mundo fez pouco para aliviar as pressões internas.

O ponta pé inicial na história de Demi Lovato é marcado por fatores específicos: coisas que ela queria dizer sobre as quais não ouvia, e coisas que ela preferia não ter dito e que era obrigada a falar repetidamente - como letras de canções antigas que estavam sendo apresentadas durante a sua última turnê mundial.

Em 2018, ela não era apenas uma cantora, mas uma pessoa visivelmente comprometida com uma vida saudável, limpa e de felicidade. O segundo documentário da artista, o Simply Complicated, é uma imagem disso. Ele traz uma celebração de um papel como garota que, como Dallas Lovato [irmã mais velha de Demi] diz: "não necessariamente queria assumir".

Sua overdose quase fatal veio após seis anos de sobriedade, durante os quais a compositora se sentiu cada vez mais "miserável" pelas medidas em que sua equipe de longa data tomavam para mantê-lá no, até então, caminho certo. Mas, esse era um caminho certo para eles, e não para ela. 

De forma surpreendente, a série documentário também revela detalhes da agressão sexual sofrida por ela A revelação de fato impactou, visto que durante seu relato, ela afirmou que o ocorrido foi com uma pessoa relacionada ao seu trabalho na época da adolescência.

Durante a adolescência, a artista trabalhou em filmes e séries dos estúdios Disney, produções diretamente relacionadas ao Disney Channel, como Camp RockSunny Entre EstrelasPrograma De Proteção Para Princesas e mais. Embora ela não revele a identidade de seu agressor, ela diz que eles nunca enfrentaram consequências por suas ações, embora ela tenha informado alguém sobre o incidente.

Idealização e busca do corpo perfeito, positivismo em excesso, monitoramento de uma equipe que serviu melancia coberta com chantilly no lugar de um bolo em seu aniversário, forçou uma conversa interminável que deixou a cantora se sentindo inquieta e com raiva da sua própria luta.

​Em 2018, a compositora subia aos palcos todas as noites e apresentou uma imagem confiante e estável que tinha pouco em comum com como ela realmente se sentia naquele período. Agora, ela se sente forte o suficiente para se tornar ainda mais transparente com o seu público fiel. 

Focada em uma nova tentativa de equilíbrio

Assim como ela havia revelado durante as suas últimas entrevistas, o final do documentário é marcado por um discurso honesto de Demi Lovato, onde ela não faz promessas a cerca de sua sobriedade e seu comportamento no futuro.

Ela diz que, atualmente, não está sóbria e que encontrou equilíbrio no uso social e moderado de álcool e maconha, apesar do método não ser muito apoiado, ela está focada em manter essa nova tentativa e equilíbrio.

“O que quero que as pessoas peguem desse documentário é que a coisa mais importante que você pode fazer, é viver a sua verdade e não deixar que ninguém te controle ou diga quem você é”, afirmou a cantora durante o evento do seu novo documentário.

A verdade e a aceitação é algo libertador

Dancing With the Devil explora as consequências devastadoras de viver sob essas restrições e a pressão quando sua recuperação se torna parte de sua marca. O cineasta Michael D Ratner, que também dirigiu os documentários de Justin Bieber, permitiu que Demi explicasse os motivos de sua recaída, bem como ela entrou em contato com drogas mais fortes das quais logo se tornou dependente.

O cineastra trabalhou, no tom certo, as camadas complexas do que levou a essa situação e, de forma sensível, fazendo com que o telespectador se coloque na situação. As nuances do trauma enfrentado por Demi recebem espaço para se estabelecer conexões com pessoas que passaram pelo mesmo ou enfrentam uma terrível batalha com eles próprios.

O documentário, que busca servir de inspiração assim como as letras da própria, acompanha a caminhada de cura da cantora na busca de saúde mental, emocional e física após os traumas do passado.

“Eu não fui completamente honesta no passado, então eu tive que voltar e dizer ‘quer saber? Eu vou realmente ser honesta’. E é o que eu acho que esse documentário está fazendo”, destacou.

Repleta de sonhos e movido pela vontade de viver, somos apresentados a uma nova Demi Lovato. Hoje, a cantora busca valorizar muito mais as coisas pequenas e como ela está buscando se priorizar cada vez mais. Além de meditação, ela procura estudar e criar um lindo equilíbrio espiritual.

Durante uma entrevista para a premiere que aconteceu na última segunda-feira, 22, em Los Angeles, Califórnia, a cantora fala aberta sobre isso. "Eu estou sendo completamente honesta. A vida está fluindo, tudo vai mudar a partir de agora", diz ela a Michael sem segurar a emoção.

Demi Lovato apresenta duas novas canções do novo seu novo álbum, 'Dancing With The Devil: The Art of Starting Over'. Foto/Divulgação: Hi-Res Press Images (courtesy of Getty Images)

Novo álbum irá detalhar novo capítulo na carreira de Demi

Se preparando para o maior álbum de sua carreira, a cantora norte-americana está há um passo de contar a sua verdade para o mundo através da sua música. O álbum foi intitulado como The Art Of Starting Over, mas será um título duplo. O disco também levará o nome Dancing with the Devil e isso irá refletir a importância de seu próximo documentário - mas, de outra forma intensa.

“Meu álbum realmente se parece como algo completo que te leva a uma viagem”, afirmou ela. “Se você ouvir faixa por faixa, e se seguir as canções, será como se fosse uma trilha sonora não-oficial do documentário, porque realmente acompanhou a minha vida nos últimos dois anos”, disse a cantora ao revelar detalhes sobre o seu novo trabalho.

Para mostrar um pouco mais do que está por vir, a cantora apresentou duas faixas importantes do novo trabalho no evento da premiereI See You (ou ICU, que significa UTI em inglês), que ela disse que foi composta sobre o momento em que ela acordou após a overdose, a parada cardíaca e os dois derrames, e não conseguiu enxergar sua irmã mais nova, Madison de la Garza, de 19 anos, e que será a faixa número 3. E claro, a faixa título do documentário, a tão esperada Dancing with the Devil.

Demi Lovato apresentando a canção 'Anyone', que está presente no seu álbum, durante a 'Dancing with the Devil' virtual premiere event. Foto/Divulgação: Hi-Res Press Images (courtesy of Getty Images)

Como faço para assistir o documentário?

O documentário de quatro partes de Demi Lovato: Dancing With the Devil estreia nesta terça-feira, 23, as 16hrs (horário de Brasília) no YouTube Originals.