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Impressoras 3D estão democratizando o design

Como elas permitem mais liberdade na hora de criar, acabam oferecendo peças mais personalizadas e criativas sem depender de larga escala ou encarecer demais o produto final

Camila Carvas Publicado em 16/11/2012, às 17h27 - Atualizado em 22/02/2013, às 13h00

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Divisória 'Macedonia', usada em um escritório de Londres, na Inglaterra - Freedom of Creation
Divisória 'Macedonia', usada em um escritório de Londres, na Inglaterra - Freedom of Creation

Em Tóquio, no Japão, a empresa Omote 3D instalou uma cabine fotográfica que capta imagens em três dimensões e entrega aos clientes não uma porção de fotinhos 3x4, mas um boneco miniatura igualzinho à pessoa! Em outros tempos, tal “encomenda” demoraria meses, custaria um absurdo e no final poderia não ser exatamente aquilo que você queria. A tecnologia de impressão 3D, usada nesse caso, tem ajudado a democratizar o design, diminuir o desperdício e liberar as pessoas das seleções feitas pelas lojas. Para muitos, ela será tão revolucionária quanto o MP3 e a fotografia digital, que transformaram a indústria da música e da imagem.

Apesar de não ser tão nova, a impressão 3D vem sendo usada com mais força há poucos anos. Entre suas vantagens, ela permite criar produtos mais personalizados e com desenhos geométricos de altíssima complexidade sem aumentar os custos. Também é possível gastar menos com estocagem e embalagens e envolver o consumidor no processo de criação através de lojas on-line e ferramentas digitais. Mais liberdade para quem cria, mais opções para quem compra.

“Essa tecnologia já é muito usada no desenho industrial e, em menor escala, também na moda”, diz Sueli Garcia, professora do curso de Design de Interiores do Centro Universitário Belas Artes. De maneira bem simplista, o processo envolve o aquecimento de um polímero (que pode ter várias naturezas, mas é basicamente uma resina de secagem rápida) que, de acordo com informações computadorizadas, vai sendo moldado em camadas do miolo para fora.  “Trata-se de uma impressão em volumes”, explica Sueli. 

Hoje, criar um protótipo, por exemplo, é bem diferente do que há algumas décadas. “Antes, era preciso ir desgastando o objeto. Agora, quando ele fica pronto, está exatamente como o planejado”, diz Sueli. Mas isso, claro, se a pessoa que o criou domina, além do software usado, cálculo e modelagem. Afinal, a máquina apenas segue as orientações que foram passadas para o computador por um profissional. Se houver um erro, a cadeira não vai parar em pé.

E quando o assunto é decoração de interiores, a tecnologia 3D já está muito além dos primeiros testes. Muitos jovens designers, que foram expostos à técnica ainda na faculdade, fizeram seus negócios em cima disso, vendendo luminárias, fruteiras, mobiliário e arte. A Freedom Of Creation (FOC), por exemplo, fundado pelo designer Janne Kyttanen, é uma das empresas pioneiras nesse segmento. Desde 2000, Janne e outros colaboradores se valem de novos materiais industriais e softwares para criar produtos que vão de divisórias a anéis!

Na moda, a coisa ainda é um pouco mais complicada. “A roupa não é um volume esculpido, é mais um invólucro”, diz Sueli. “A questão do miolo atrapalha”. Mas com a impressão 3D é sim possível fazer joias e acessórios, como bolsas e protótipos de sapatos. Fato é que num campo ou em outro, a lógica já começou a mudar. Mas antes que você já esteja sonhado com uma impressora 3D em casa para imprimir seus próprios móveis, roupas e até aquela pecinha da máquina de lavar que cobrou e custa caro, muita calma. Esse dia ainda está longe de chegar. 

Por Camila Carvas