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Atualidades / Refletiu!

Vitão defende moda como expressão e reclama de conservadorismo: "O Brasil é um país difícil"

Em entrevista exclusiva, o cantor Vitão avaliou as críticas que recebe pela forma como se expressa através de seus looks

Daniela Santos

por Daniela Santos

dsantos_colab@caras.com.br

Publicado em 30/11/2022, às 20h00

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Vitão fala sobre as criticas que recebe por seu estilo livre - Reprodução/Instagram
Vitão fala sobre as criticas que recebe por seu estilo livre - Reprodução/Instagram

O cantor Vitão (23) está vivendo uma fase bastante expressiva em sua vida pessoal e também em sua carreira, e tem usando a moda para se expressar com mais liberdade, seja através de seus looks, maquiagens ou penteados no cabelo. 

Em entrevista exclusiva para a CARAS Digital, o artista avaliou as recentes mudanças e explicou como suas músicas refletem na sua estética. Além disso, ele contou como lida com as críticas que recebe devido a forma como se expressa. 

"Eu sempre fui uma pessoa que gostou de trazer inovação de certa forma. Sempre gostei de falar de coisas que não eram faladas normalmente. Eu sempre gostei de ter uma visão diferente de todo mundo sobre assuntos, de sair da normalidade. E eu me vejo nesse momento assim, principalmente musicalmente, os meus novos projetos estão trazendo muito essa característica de sair um pouco da normalidade", explicou. 

"As nossas vivências vão moldando a gente para muitos lugares e de muitas formas diferentes, e eu vivi muitas coisas na minha vida dos meus 18 aos 23 anos, que foi me moldando a partir disso. Acho que a minha personalidade foi sendo feita e moldada muito a partir desse período também da vida", ressaltou. 

Vitão também falou sobre sua decisão de passar a usar roupas sem gêneros. "Essa concepção chegou para mim com toda a ideologia do meu processo do meu álbum novo, porque é um álbum que não tem gênero. Ele justamente traz isso, é um álbum que é muito fluido, ele tem uma fluidez que transita por muitos e muitos gêneros, estilos e ritmos. Tudo na minha vida nasce a partir da minha música, isso acabou se espelhando também a minha estética, nas minhas ideias."

O cantor ainda ressaltou que ele não é a primeira pessoa a se expressar dessa forma. "Ney Mato Grosso já trazia esse tipo de ideologia na época dele, Caetano Veloso, enfim, tantos artistas já trouxeram dessa desconstrução, desses dogmas que a gente tem socialmente. E eu sempre achei isso sensível e muito grandioso, e sempre achei que traz uma Liberdade muito legal pra gente como ser humano", pontuou.

Música x Estilo

Vitão ainda confessou que a mudança no seu visual aconteceu por causa da sua música. "Meus projetos musicais que refletem na minha estética, sempre foi e sempre será assim. Tudo na minha vida nasce da minha música. As minhas ideias, a minha forma de ser, de me vestir, de pensar, tudo vem sempre da minha música."

"A minha música entrou em um caminho muito fluido de gênero, de estilos, de ritmos. Então naturalmente esse tipo de ideia começou a aparecer também na minha estética, na minha forma de me apresentar para o mundo, brincando com tudo isso, com essa fluidez. No fim, é tão divertido a gente poder ser vários personagens em um só, assim como é tão divertido poder ser vários músicos em um só, vários criadores, vários produtores e compositores e um só, como eu vejo que é o meu caso. Eu bebo de muitas fontes diferentes, então no fim tudo acaba sendo batido no liquidificador da mente ali e saindo na música", afirmou. 

Críticas sobre a aparência

A mudança na estética de Vitão fez com que ele passasse a receber diversos ataques nas redes sociais. O artista ressaltou que seus looks vão de acordo com o momento que está vivendo, não necessariamente precisa influenciar outras pessoas a seguirem o seu estilo. 

"O Brasil é um país um tanto difícil em relação à aceitação das pessoas, ao público e ao conservadorismo que está muito enraizado na alma das pessoas. Eu tenho que pensar no todo, e sempre deixar muito claro que a minha forma de vestir, de pensar, de me portar, de maquiar, qualquer coisa do tipo, é só a minha forma de ser e de me curtir naquele dia específico, não necessariamente tem que influenciar outras pessoas, que outros jovens tenham que fazer isso também."

"Eu acho que cada um faz o que quer, e o que eu estou falando é sobre a gente poder se portar da forma como a gente se sinta bem, que gente possa ter liberdade consigo mesmo", avaliou o artista, pontuando que sabe que muitas pessoas não tem a mesma liberdade que ele ao decidir usar uma roupa sem gênero ou maquiagem porque não são aceitos por seus familiares, ou porque correm o risco de serem assassinado na rua. 

"Não estou querendo influenciar ninguém, a única influência que estou querendo trazer é de dizer que a gente deveria ter mais liberdade de ser, de pensar, de existir da forma como a gente se sente bem, sem ser tão tolido da nossa própria liberdade de existência... É tanto conservadorismo, é tanta porrada que eu tomo de todos os lados simplesmente por causa de uma roupa, uma maquiagem, que às vezes vale mais a pena estar mais cru [sem produção] para eu conseguir acessar o coração das pessoas e depois que eu acessar o coração das pessoas, e aí falar sobre liberdade até de outras formas. É complexo", frisou. 

Vitão reflete sobre seu trabalho

O ano de 2022 foi de bastante trabalho para Vitão. Além de lançar diversos singles, o cantor ainda participou da Dança dos Famosos, da Globo, ficando em segundo lugar na competição.

"Eu avalio como um ano de muito trabalho e de e muitas vivências. Eu participei do Dança dos Famosos, lancei muitas músicas, comecei a fazer meus shows com banda. Foi um ano de muito desenvolvimento artístico, eu sinto que eu cresci muito artisticamente", afirmou o artista.

Sem dar spoilers, o artista garantiu que em 2023 os fãs podem esperar muitos lançamentos. "No próximo ano os fãs podem esperar muita música boa, garanto, é isso que eu garanto. Vai ter música boa."

Por fim, Vitão também deixou uma mensagem de reflexão. "A gente precisa ler mais, se informar mais, se aprofundar, ouvir mais músicas, ouvir músicas antigas… estudar o ser humano, estudar a nossa forma de entender a mente, estudar a nossa mente. Quanto mais a gente se aprofundar, eu acho que menos intolerante vamos ser, e obviamente, menos ignorante. Ainda somos um país muito ignorante, um povo muito ignorante, e enfim, não é nem culpa nossa, somos ignorantes por conta das circunstâncias que nos rodeiam, mas que a gente possa se aprofundar na vida cada vez mais", finalizou.

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