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Zico: 'Rio 2016 pode mudar o Brasil'

Treinador do Olympiakos, da Grécia, Zico, o eterno Galinho, do Flamengo, acredita que a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016, é a ‘grande chance de se fazer acertos no Brasil'

<i>por Thais Arbex</i><br><br> Publicado em 20/10/2009, às 11h40 - Atualizado às 18h29

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Zico - Reprodução
Zico - Reprodução
"O Brasil merece. O Rio merece. Temos muitos frutos a colher com a Olimpíada de 2016". É assim que Arthur Antunes Coimbra, o Zico, como é mais conhecido, define a escolha do Rio de Janeiro como a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Atual técnico do Olympiakos, da Grécia, Galinho - apelido que ganhou no início da carreira por conta do corpo franzino - acredita que a decisão do Comitê Olímpico Brasileiro (COI), anunciada pelo presidente da instituição, Jacques Rogge, durante cerimônia realizada em Copenhague, na Dinamarca, no dia 2 de setembro, "premiou um projeto muito bem concebido e defendido". Para ele, que é considerado por muitos o maior ídolo da história do Flamengo, a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro é a "grande chance de se fazer acertos na cidade e no Estado que poderão servir de modelo para todo o país". Em conversa com o Portal CARAS, Zico, que ganhou notoriedade por conta da vitoriosa trajetória no clube rubro-negro nas décadas de 1970 e 80, afirmou que os "Jogos Olímpicos de 2016 não só podem, como devem, beneficiar o Brasil como um todo." Dizendo-se otimista com a possibilidade de o Brasil realizar, no intervalo de dois anos, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, Zico, um dos quatro brasileiros a figurar no Hall da Fama da FIFA, ao lado de Pelé, Garrincha e Didi, também faz questão de ressaltar que "como brasileiro, não posso esquecer que o Brasil precisa de muitas outras coisas", além dos dois grandes eventos esportivos. Por isso, ele garante: "como cidadão, vou acompanhar de perto o processo, fiscalizar todas as obras e, claro, torcer para que tenhamos uma grande festa que ajude a mudar a história do país". Confira abaixo a conversa de Zico com o Portal CARAS: - Você acredita que o Brasil está preparado para receber os Jogos Olímpicos? - O Brasil merece, o Rio merece, mas é claro que muita coisa precisa ser feita para recebermos a Olimpíada. Mas o discurso do Presidente do COI foi exatamente neste sentido, de que era uma oportunidade de um país em desenvolvimento ganhar impulso. A escolha da África para sede da Copa do Mundo de 2010 também seguiu a mesma lógica. - O que você acha que pesou para o COI na escolha do Rio? - Além das belezas naturais, da vocação que o Rio de Janeiro tem para organizar grandes eventos, como o Reveillon e o carnaval, acredito que pesou a ideia de incentivar um país em desenvolvimento, que tem muitos frutos a colher com uma Olimpíada. - Para você, o Brasil pode ser uma potência olímpica? - Claro que pode. Todos sabemos que temos um material humano excelente. Esse país enorme tem talentos em quase todos os esportes. Mas, para isso, é necessário um trabalho de longo prazo nas escolas, nas universidades. Também é preciso que, além de incentivos aos clubes, exista cobrança. É uma tarefa difícil, e que não é para amanhã. Mas é um trabalho que precisa começar. Acredito, sim, que o Brasil pode ser uma potência olímpica. Basta vontade política. - E por falar em vontade política, como você enxerga a política esportiva no Brasil? - Ainda é embrionária. Acho que se discute muito se a verba deve ir para lá ou para cá, deixando de lado a questão mais importante, que é entender e enxergar o esporte como educação. É preciso apoiar a escola, para que o esporte caminhe com a educação. Eu, como brasileiro, acho válido que todas as esferas de governo, municipal, estadual e federal, tenham se unido para que, em 2016, tenhamos uma Olimpíada no país. Mas não podemos esquecer que o Brasil precisa de muitas outras coisas, além dos Jogos. É claro que o esporte precisa do incentivo privado, mas os atletas também precisam se sentir seguros de que o governo fará a sua parte. Espero que a gente esteja vivendo o início de uma evolução. - Qual é a importância desse evento para o Brasil? Você acredita que os Jogos trarão investimentos para o país? - Acredito que foi dada a grande chance de se fazer acertos na cidade e no Estado que poderão servir de modelo para todo o país e vão refletir para o mundo inteiro naturalmente. Acho, sim, que os Jogos Olímpicos de 2016 não só podem, como devem, beneficiar o Brasil como um todo. Mas isso vai depender de como o evento será tratado, para onde irão os investimentos. Sou amigo do prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral, mas, como cidadão, preciso deixar bem claro que defendo a posição do carioca. Vamos acompanhar de perto o processo, fiscalizar todas as obras e, claro, torcer para que tenhamos uma grande festa que ajude a mudar a história do país. - Para você, alguém sai perdendo com a escolha do Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016? - Não. Estados Unidos, Espanha, Japão são países muito desenvolvidos que, amanhã ou depois, vão acabar recebendo os Jogos novamente. Como estão quase prontos, mudaria pouco para eles receber o evento. Para o Brasil, repito, é uma grande chance. Teremos a Copa do Mundo, em 2014, depois a Olimpíada, em 2016. Acredito que o impulso, que virá com os investimentos e com a infraestrutura para esses dois grandes eventos esportivos, pode mostrar os caminhos para encontrarmos soluções para a violência, que esta em níveis de guerra, para os transportes e para o país como um todo. Estou otimista.