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'Ronaldo é meu ídolo', diz jogadora Marta

<i>Por Thiago Almeida</i><br><br> Publicado em 14/05/2009, às 16h03 - Atualizado às 19h07

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A jogadora de futebol, Marta - REUTERS
A jogadora de futebol, Marta - REUTERS
Consagrada mundialmente por todas as suas conquistas no futebol profissional feminino, Marta Vieira da Silva, de 23 anos, ainda lembra dos preconceitos que sofreu na infância na cidade de Dois Riachos, em Alagoas, sobre o encontro com o rei Pelé e alguns de seus ídolos dentro do futebol. Apaixonada pelo que faz, ela revelou os problemas enfrentados em sua juventude: "As pessoas da pequena cidade de Dois Riachos diziam que não era correto uma menina no meio de tantos garotos jogando bola". Sonhadora, a atleta deixou sua cidade natal para conquistar seus objetivos e ser eleita por três vezes a melhor jogadora do mundo. Por conta do sucesso, a atleta teve a chance de conhecer Pelé. "Ele me parabenizou por todas as minhas conquistas", contou. Como toda boleira, ela falou sobre seus ídolos no futebol. "Gosto de vários jogadores. Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho", completou. - Você já foi considerada por três vezes a melhor jogadora de futebol do mundo. Na sua opinião, quais são os seus pontos fortes, que a levaram a tais conquistas? - Bom, sempre sonhei em ser uma jogadora profissional e poder proporcionar uma vida melhor para a minha mãe e minha família. Foi com esses pensamentos que saí de Dois Riachos, Alagoas, para o Rio de Janeiro, em busca desse sonho. Todas as dificuldades que tive que enfrentar para conseguir, tudo que vi e ainda vejo a minha família passar é o que me dá força para ir em busca dos meus objetivos. - Como foi sua infância em Alagoas? - Minha mãe trabalhava o dia inteiro. Eu estudava uma parte do dia. No final da tarde jogava bola com meus amigos na rua e nos campinhos de Dois Riachos. - Ser comparada com o rei Pelé foi um dos maiores elogios que você já recebeu. Dos jogadores que você viu jogando, qual deles parece mais com o seu estilo de jogo? Por quê? - Bom, não sei se é porque gosto muito do Ronaldinho, mas me acho um pouco parecida com ele. É um jogador rápido, pensa rápido e também improvisa bastante. - Qual o seu maior ídolo no esporte mundial? - Gosto de vários jogadores. O Rivaldo eu gostava muito de ver jogar. Gosto do Ronaldo e do Ronaldinho. Temos jogadores maravilhosos. É difícil se contentar somente com um. - Você já teve a oportunidade de conversar com Pelé? O que ele lhe disse? - Sim. Não temos muita intimidade e sou um pouco tímida também. Nos falamos muito pouco e ele me deu os parabéns pelas conquistas. - Como é ser mulher num esporte historicamente voltado para o público masculino? - Realmente não é fácil, mas o futebol feminino está sendo visto com outros olhos, diferentemente de alguns anos atrás, quando as pessoas não tinham tanto interesse. Hoje estamos aos poucos atraindo o público. - Sofreu algum tipo de preconceito no início de sua carreira? - Sim, a minha infância toda. Joguei com meninos. Apesar de a maioria aceitar, sempre tinha alguns que não gostavam muito. As pessoas da pequena cidade de Dois Riachos, onde nasci, falavam bastante, diziam que não era correto uma menina no meio de tantos garotos jogando bola. - Por ser mulher, existe alguma proteção especial que utiliza dentro de campo para se proteger das adversárias? Como funciona a sua preparação física e mental antes de entrar em campo? - Não. Normal, nada demais e nem diferente da preparação dos times masculinos. A diferença é que a gente só concentra quando jogamos fora de casa. - Como faz para cuidar do seu corpo no dia-a-dia? Você é uma pessoa vaidosa? - Treino todos os dias. A minha vida se resumi a treinos, boa alimentação e descanso. Vaidosa não sou. Vivo a vida normalmente, não me preocupo muito com isso ou aquilo, mas também não sou relaxada (risos). - Em pouco tempo, você já se tornou celebridade do futebol dos Estados Unidos. Como faz para lidar com o assédio dos torcedores do Los Angeles Sol? Como é sua vida em solo norte-americano? - Está muito tranquila. As pessoas me conhecem mais dentro de campo, nos dias de jogos é onde sou mais assediada. Fora de campo levo uma vida normal. Algumas pessoas na rua me conhecem, perguntam se sou eu mesma, nada demais. - Você está solteira? Pensa em se casar e ter filhos? - Sim, sou solteira e penso em ter filhos. - Qual o maior sonho de sua vida? - Como profissional, sonho em conquistar um mundial, uma Olimpíada e ter uma vida tranquila. Quando eu parar de jogar, quero poder construir algo na minha cidade natal, um projeto para ajudar as crianças. - Se não fosse jogadora profissional de futebol, qual outra profissão escolheria? - Me pegou. Não me vejo fazendo outra coisa fora do futebol!