Renovado, Fábio Assunção volta à TV

Um ano após deixar a novela Negócio da China para iniciar um tratamento contra a dependência química, Fábio Assunção está de volta à televisão. O ator é, ao lado de Adriana Esteves, protagonista da minissérie Dalva e Herivelto, Uma Canção de Amor, que estreia em 4 de janeiro na Globo. A trama da autora Maria Adelaide Amaral, com direção de núcleo de Dennis Carvalho, conta, em cinco capítulos, a trajetória dos cantores Herivelto Martins (1912-1992) e Dalva de Oliveira (1917-1972), ícones do samba-canção e da época de ouro do rádio, que marcaram época com suas vozes, letras e conflitos conjugais. "Trabalho há 20 anos nessa área, sempre preservei o meu lado pessoal, apesar dos últimos tempos terem sido difíceis. Agora, está sendo um prazer retornar interpretando Herivelto. Foi como entrar em um parque de diversões já que ele tinha vários talentos: era sambista, letrista, cantor, palhaço e agente", contou o ator em conversa com o Portal CARAS. A minissérie se constrói a partir de um retrospecto da vida do casal, começando em 1972, com Dalva de Oliveira já no leito de morte, sonhando com a visita de seu ex-marido e grande amor, Herivelto Martins. A partir de então relembra os principais momentos de suas vidas desde que se conheceram, em 1936, no Teatro Pátria, no Largo da Cancela em São Cristóvão. "A minissérie presta também um serviço, pois não deixa de ser um documentário da época ao retratar personagens reais como os atores Grande Otelo e Dercy Gonçalves, o que vai atrair a curiosidade de muita gente. Eu, por exemplo, conhecia um pouco sobre a história de Dalva e Herivelto", confessou o ator. Confira abaixo a conversa de Fábio Assunção com o Portal CARAS: - Como foi fazer o Herivelto? - Foi como entrar em um parque de diversões já que ele tinha vários talentos: era sambista, letrista, cantor, palhaço e agente. Foi complexo, mas ao mesmo tempo divertido. Acho o Herivelto fantástico. No começo, foi um grande desafio. Fiquei morrendo de medo, com receio de não dar conta pela grandiosidade do personagem. Mas fui construindo o Herivelto passo a passo, e ele foi ficando de um jeito bacana, ganhando uma cara. - Você cantou de verdade? - Tivemos a ajuda de muita gente com essa parte musical. Confesso que era algo que me assustava. A história de cantar, sambar e dançar em cena sendo um paulistano me deixava meio inseguro. Herivelto foi carioca cheio de ginga. Em alguns momentos, não tinha ideia de como ia fazer isso. Tenho uma relação com a música mais não tinha com o samba. Mas a minissérie foi uma reunião de talentos. E como o Herivelto era mais uma personalidade do que um cantor, usamos a minha voz mesmo. - Como foi trabalhar com a Adriana Esteves? - Eu conheço a Adriana há uns 20 anos, ela é madrinha do meu filho (João, de 9 anos, fruto do casamento com Priscila Borgonovi) e muito minha amiga. Não poderia ter sido uma Dalva melhor pra mim. Porque a humanidade que a Adriana deu às cenas me fez achar meu Herivelto. Foi olhando ela naquele cortiço que eu falei: é por aí que eu vou" - Como você julga a história de Dalva e Herivelto? - Eles tinham um retrato que não era da época, mas sim deles. Eram pessoas geniais, mas com problemas como todo mundo. Não faço nenhum julgamento do casal porque, de uma forma ou de outra, eles viveram juntos durante 13 anos. Eles não jogaram nada para baixo do tapete. Isso mostra como foram verdadeiros, sinceros e íntegros. - Você passou por algumas transformações para viver o Herivelto. Como encarou isso? - Fiz o Herivelto dos 24 aos 60 anos. Tive que mudar algumas coisas durante as gravações, mas não fiquei preocupado com a vaidade. Fiz duas entradas nos cabelos, coloquei barriga e bigode. E só.