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País registra todo ano por volta de 85 000 casos novos de tuberculose

Antonio Carlos Campos Pignatari Publicado em 06/04/2006, às 13h10

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Antonio Carlos Campos Pignatari
Antonio Carlos Campos Pignatari
O Ministério da Saúde promove, até o final do mês, Campanha de Rádio e TV para o Combate à Tuberculose. Todo ano ocorrem no país em torno de 85 000 casos novos da doença, com cerca de 6 000 mortes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 2 bilhões de pessoas no mundo têm a doença. E mais: a cada 10 segundos morre uma delas. Hoje, 22 países concentram 80% dos casos, entre eles o Brasil. A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch. O microrganismo é transmitido pela via respiratória. Ao contrário da gripe, em que o contágio é fácil e rápido, para se contrair o bacilo é preciso um contato mais próximo com o doente. Uma tossida rápida no metrô talvez não contamine ninguém. Mas se ele tossir durante horas numa sala em que trabalha com várias pessoas com certeza a maioria poderá se tornar portadora. O bacilo, em cerca de 90% dos casos, provoca uma infecção alojando-se preferencialmente nos gânglios linfáticos pulmonares. Mas, embora menos comum, pode causar a doença também em órgãos como sistema nervoso, rins, fígado e ossos. No pulmão, o bacilo tanto pode desenvolver a tuberculose em semanas ou meses - já que se multiplica lentamente -, quanto incubar-se e só causá-la anos depois, quando a resistência do portador diminuir. O grande problema é que só uma minoria dos contaminados desenvolve a tuberculose. Para cada doente há dezenas de portadores assintomáticos que eventualmente podem ficar doentes e difundir o bacilo para pessoas que convivem ou têm contato com eles. Os sintomas da tuberculose são: febre não muito intensa no final da tarde e começo da noite, tosse freqüente por no mínimo três semanas, transpiração noturna, perda de apetite, fraqueza, emagrecimento e escarro com sangue. O bacilo destrói porções na parte superior dos pulmões, formando "cavernas". Ocorrem lesões nos brônquios e nos vasos sanguíneos. Por volta de 8% dos doentes morrem por hemorragia e outras complicações. Pessoas com sintomas - em especial tosse por cerca de três semanas - devem consultar um clínico geral. O diagnóstico é clínico: o médico ausculta o pulmão do paciente e conversa com ele para comprovar a doença. É importante que questione até sobre familiares tuberculosos no passado que possam tê-lo contaminado. Comprova-se a moléstia com raios X: mostram cavidades e manchas nos pulmões. É igualmente importante detectar, por meio de exame laboratorial, a presença do bacilo no escarro. Diagnosticada a doença, o médico informa a Vigilância Sanitária, já que é de notificação compulsória, e encaminha o portador ao Posto de Saúde para receber orientação e tratamento. A tuberculose é tratada obrigatoriamente no serviço público. Em casa, o paciente, se possível, deve ficar em quarto separado do restante da família, que precisará ser rigorosa quanto à higiene para não se contaminar. Mas, infelizmente, sobretudo nos meios mais pobres, em que muitos convivem em pouco espaço, quando se descobre que alguém tem tuberculose em geral ele já contaminou os familiares. Há vários esquemas de tratamento. Adultos com peso e altura normais e que não tenham outras doenças, por exemplo, tomam diariamente seis comprimidos - parte pela manhã, em jejum, e o restante no almoço-, por seis meses. Não se pode interromper o tratamento. Quando isso ocorre, o bacilo se torna resistente aos medicamentos básicos, que são mais baratos e menos tóxicos, ou seja, menos prejudiciais ao organismo. Assim, para combater o microrganismo resistente, o médico será obrigado a recorrer a remédios mais fortes, mais caros e muito mais tóxicos. Fundamental, finalmente, do ponto de vista da saúde, é que o serviço público deve visitar a casa e os familiares do doente para detectar eventuais contaminados e fazer com que se tratem. Quando isso não ocorre, o cidadão tem o direito de exigir que os organismos da saúde pública cumpram as suas obrigações.