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Maus hábitos fazem aumentar a incidência de angina mesentérica

Alexandre Margutti Fonoff Publicado em 12/09/2007, às 12h06

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Alexandre Margutti Fonoff
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Angina é dor em um tecido que foi mal abastecido ou não foi abastecido de sangue pelas artérias. Pode ocorrer em qualquer parte do organismo. Já mesentérico quer dizer intestinal. Os intestinos recebem sangue oxigenado de um grupo de artérias conhecido como tronco celíaco (irrigam esôfago, estômago, duodeno, fígado, pâncreas e baço); pela artéria mesentérica superior (irriga parte do duodeno, o intestino delgado e metade do intestino grosso); e pela artéria mesentérica inferior (irriga o restante do intestino grosso e o reto). A angina mesentérica caracteriza-se por dor nos intestinos pelo fato de não estarem recebendo nada ou apenas parte do sangue oxigenado de que necessitam. Ela pode manifestar-se em qualquer pessoa, porém é mais comum após os 60 anos. Era pouco freqüente até algumas décadas, mas a incidência cresce em função dos maus hábitos alimentares e porque a expectativa média de vida aumentou. A causa é a aterosclerose, ou seja, danificação dos tecidos internos da artéria, com a deposição de gordura e a formação de uma placa. Favorecem o fenômeno, entre outros fatores, sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes e altos índices de gordura no sangue. A conseqüência da aterosclerose é que o vaso vai se fechando e perdendo a capacidade de transportar sangue. Caso se feche totalmente, impossibilitando a passagem do fluido, pode causar infarto, isto é, morte dos tecidos que não receberam sangue e oxigênio. Dependendo da extensão, às vezes é fatal. Existe angina mesentérica aguda e crônica.O tipo agudo se caracteriza pela interrupção abrupta do fluxo de sangue de uma artéria saudável ou até de uma que foi sendo fechada aos poucos. De repente se solta um coágulo ou uma placa, por exemplo, que a oclui, o que é conhecido como embolia. Trombose arterial ou venosa e hipofluxo vascular mesentéricos também são causas de infarto intestinal. Os sintomas são: dor importante e mal definida no centro do abdome, distensão abdominal, mal-estar, sudorese, taquicardia, hipotensão, ânsia de vômitos e até sangramento intestinal. O quadro é grave. Em geral não dá tempo de socorrer e em seis horas o instestino necrosa. Nessas situações, 70% das pessoas vão a óbito. No caso das que sobrevivem - em geral nas situações de embolia, menos danosas -, trata- se com vasodilatadores para aumentar o fluxo de sangue. Conseguindo isso ou não, faz-se exame de imagem para se descobrir qual vaso está obstruído. Então o tratamento é cirúrgico: limpa-se o vaso ou se põe uma prótese substitutiva para desobstruí-lo e se retira a parte do intestino comprometida. Pessoas que têm necrose intestinal extensa e não morrem são candidatas ao transplante. Troca-se só o intestino delgado, importante pois é o que absorve os nutrientes. Já o tipo crônico consiste na oclusão paulatina dos vasos, durante anos. É menos fatal, pois raramente infarta. Os sintomas em geral aparecem logo após a refeição, porque o intestino exige mais sangue para digerir os alimentos e ele não chega na quantidade suficiente. Os sintomas são: dor em forma de cólica no abdome, sensação de que a digestão não está ocorrendo, peso na barriga. Melhora,porém, à medida que a digestão avança no dia. Prevenção, claro, é a melhor alternativa. Alimente-se de maneira saudável. Pratique atividades físicas regularmente. Abandone o tabagismo. Trate das doenças que predispõem à angina mesentérica. Depois dos 40 anos, consulte um médico e faça check-up clínico-laboratorial pelo menos uma vez por ano. Pessoas com sintomas, enfim, sobretudo dor aguda, devem procurar socorro médico, porque, como dissemos,um caso agudo de angina pode ser fatal.