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Festejar veio do latim tardio festa, plural de festum, festivo. Na Idade...

...Média, era difícil um homem festejar seus 50 anos. Não vivia tanto. Hoje, a longevidade, do latim longaevitate, declinação de longevitas, vida longa, é maior. Morreu em 2003 um cambojano de 122 anos.

Deonísio da Silva Publicado em 07/12/2006, às 11h55

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Blablablá: de provável origem francesa, de bla, sílaba inicial da palavra blague, blague, mentira, falsidade, dito engraçado, nascido do verbo holandês blagen, soprar para encher, como se faz com bexigas e balões. Por metáfora, blablablá passou a designar a conversa fiada, vazia, ou, como a bexiga, cheia apenas de ar. O blablablá é praticado em quase todas as línguas do mundo, que somam 2,7 mil, sem contar os mais de 6 mil dialetos, muitos dos quais em processo de desaparecimento, quase sempre por perderem os últimos falantes. A língua portuguesa, com cerca de 250 milhões de falantes, é hoje a sétima mais falada no mundo, atrás do árabe, do russo e do espanhol e à frente do japonês, do alemão e do francês. As duas línguas mais faladas são o mandarim, com cerca de 1 bilhão de falantes, e o hindi, com 800 milhões. O inglês, embora universalmente aceito, tem cerca de 500 milhões de falantes. Chaveco: provavelmente do árabe vulgar xabbak, barco para pesca com rede, embarcação utilizada por piratas. Pode ter vindo daí o sentido estendido a ato ilícito, mas na década de 1990 irrompeu na gíria com o significado de cantada, paquera. A paquera veio de um verbo de caça, paquerar, surgido do paqueiro, aquele que vigia a paca para caçá-la. E chaveco, de sentido semelhante ao de paquera, é metáfora que muda da caça para a pesca. Pode ter havido influência de chave, seja para abrir e dirigir o carro, onde o namoro continuaria, seja para abrir o apartamento ou a casa, com a mesma finalidade. Terra, céu e mar fornecem contextos para o surgimento de novas palavras e expressões. Nos anos 1960, broto passou a designar a moça adolescente, que era comparada ao broto das plantas. E a expressão "na crista da onda", inspirada no mar, compara o sucesso pessoal a algo que o movimento das marés eleva. Já "garota de fechar o comércio" é inspirada em desfiles de moda feitos por lojas pouco antes de terminar o expediente comercial para que empregados das lojas vizinhas também pudessem acompanhá-los. Festejar: de festa, palavra vinda do latim tardio festa, plural neutro de festum, designando o dia de festa, acrescido do sufixo ejar, freqüente no português para formar verbos, como em arejar, marejar, trovejar. Festejar é comemorar, demonstrar alegria, numa determinada data. A origem remota procede de fes, de uma raiz indo-européia, ligada a dia de festa. O adjetivo é festus, festivo. Com inicial maiúscula, era nome próprio masculino. Sexto Pompeu Festo (séculos 2 e 3), por exemplo, foi um grande gramático latino. No dia 8 de dezembro - o 342º do ano, apenas 23 dias antes do início de 2007 -, a Igreja Católica festeja Nossa Senhora da Imaculada Conceição, instituída pelo papa Sisto IV (1414-1484), em 1477, e declarada dogma por Pio IX (1792-1898), em 1854, na mesma data. Foi também nesse dia, no longínquo 1297, que a família Grimaldi fixou a primeira pedra da fortificação que seria transformada no palácio do Principado de Mônaco. O território, hoje encravado na França, era colônia de Gênova e os Grimaldi, de origem genovesa, chegaram ali exilados. Gagueira: de gago, de gag, designação onomatopaica, isto é, imitativa de como soa a voz de quem gagueja. Gago veio do latim balbus, aquele que não sabe falar direito, que balbucia como os bebês, palavra latina que deu origem a bárbaro. Os povos bárbaros receberam tal denominação porque, aos ouvidos romanos, eles pareciam gaguejar ou balbuciar. Os gregos tinham outra palavra para designar o gago, que em português deu bleso, menos freqüente, por ser muito erudito. No latim, o grego blaisós, porém, não designava o gago, mas a pessoa de pernas tortas. Quando os romanos trouxeram a palavra para o latim, tornou-se blaesus e passou a designar também o gago. Os antigos gregos cobriam várias realidades com algumas palavras. Kakós, por exemplo, aplicava-se ao feio, ao estrangeiro, ao aleijado, ao surdo, ao mudo, dando idéia de quem era diferente ou prejudicado de alguma forma na sociedade em que vivia. Longevidade: do latim longaevitate, declinação do substantivo longevitas, longevidade, vida longa. Homens longevos tinham pouco mais de 50 anos até o século 16. Na Idade Média, era raro aquele que passava dos 40. A Bíblia fez do avô de Noé, o personagem mítico Matusalém, que viveu 969 anos, o símbolo de homem mais velho de todos os tempos. Matusalém, nome próprio, virou substantivo masculino em português para designar o ancião. Na vida real, a longevidade se ampliou, embora não tenha chegado nem perto da de Matusalém. Em 2003, um cambojano morreu aos 122 anos e 5 meses de idade. Em outubro deste ano, morreu em Cuba um homem que alegava ter 126 anos, mas isso não foi comprovado. Comparado à tartaruga mais idosa, que morreu com 188 anos, é pouco, mas o chimpanzé mais longevo de que se tem notícia morreu aos 59 anos e 5 meses. Dentre os animais domésticos, comprovou-se que um gato longevo viveu 34 anos e um cachorro, 29. Um cavalo chegou aos 62 e uma ovelha, aos 24. Um esturjão de lago, o vicecampeão, perdendo apenas para a tartaruga, chegou aos 152 anos.