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Etimologia

Redação Publicado em 22/05/2012, às 11h34 - Atualizado às 11h39

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Caravançará: do persa karwaansarai, palácio das caravanas, estalagem, pelo francês caravansérail, refúgio para caravanas, construído pelo governo ou por anônimos beneméritos à beira dos caminhos para servir de abrigo aos viajantes. Aparece num conto do escritor paulista Malba Tahan, pseudônimo de Júlio César de Melo e Sousa (1895-1974): “Encontrei num caravançará, perto de Damasco, um velho árabe de Hedjaz que me chamou, de certo modo, a atenção. Falava agitado com os mercadores e peregrinos, gesticulando e praguejando sem cessar; mascava constantemente uma mistura de fumo e haxixe.” Ele recebe de um feiticeiro, a quem salva da morte, um poderoso talismã que lhe dá acesso ao Maktub, o que está escrito no Livro do Destino, numa gruta encantada. Começa a acrescentar males nas páginas da vida dos inimigos e se esquece de acrescentar boas coisas à própria vida. Termina na miséria. A lição final do conto é: “Alguns homens, preocupados em levar o mal a seus semelhantes, se esquecem do bem que podem trazer a si próprios.”

Embromar: do grego broma, cárie, úlcera, pelo espanhol broma, mingau de aveia, brincadeira e burla, entre outros, mas também um molusco que se agarra ao casco das embarcações, dificultando e atrasando a navegação. Foi por esse último significado em espanhol que embromar em português ganhou o significado de atrasar, protelar a execução de um trabalho, sem prejuízo de outros significados que lhe estão atrelados, de que são exemplos embuste, cilada, engano, tapeação, velhacaria. No português corrente, é mais frequente embromar com o sentido de prometer e não cumprir, levar muito tempo para decidir ou fazer alguma coisa, prometendo sempre que no futuro a tarefa será feita. E o futuro nunca chega.

Jaburu: do tupi yambiru, de papo cheio, designando ave de grande porte, encontrada em grandes rios, lagoas e pantanais. As penas são brancas e o bico é preto, levemente curvado para cima, é preto também o pescoço, mas com a base vermelha.  Diz-se também jabiru. Como parece muito desajeitada, jaburu passou a designar também a mulher feia. O tuiuiú, ave-símbolo do Pantanal mato-grossense, é uma das espécies de jaburu.

Massagem: de origem controversa, talvez de amassar, do latim hispânico amassare, do latim massa, massa. O francês massage é adaptação de como foi ouvida a palavra na Índia. O árabe massa, tocar, apalpar, é outra hipótese. Dia 25 de maio é o Dia do Massagista. A massagem é principalmente uma atividade terapêutica pela compressão metódica de determinados pontos do corpo, com o fim de melhorar a circulação sanguínea ou aliviar tensões. E, como massagista é substantivo de dois gêneros, não é necessário recorrer à lei que desde 3 de abril último obriga as instituições de ensino a expedir ou reemitir diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada. A reemissão é gratuita.

Ojeriza: do espanhol ojeriza, formado a partir de ojear, espantar a caça, afugentar animais. O espanhol ojo, olho, está presente em muitas outras expressões que vieram para o português, como olho d’água, isto é, lugar de onde a água subterrânea vê a luz; a advertência ojo, significando cuidado, como em nosso “fique de olho”, “estou de olho” etc. Ter ojeriza a alguma coisa ou a alguém é nem olhar, rejeitar, evitar, pois ojeriza é sinônimo de horror.

Pressionar: de pressão, do latim pressione, declinação de pressio. Designa fazer pressão, apertar, comprimir, sendo usada também em sentidos conotativos. Assim, o corpo é pressionado na massagem, mas as pessoas podem ser pressionadas a fazer o que não querem ou que iriam fazer, mas não já.

Tranchã: do francês tranchant, que corta bem, por ser duro e afiado. Tomou o significado de categórico, decisivo, bom. Em francês, trancher é dividir, separar, trinchar. O étimo está também em destrinchar, cortar, que tomou o sentido de explicar, resolver, mas neste caso a origem é strictiare, apertar, comprimir, delimitar o campo de combate no corpo a corpo. Em Mistura Tranchã, temos estes versos de Valdo Silva: “Batuque baticum bom/ Bum! Bum! Agogô/ Balangandã com raybun/ E chapéu-coco são/ Uma mistura tranchã/ De samba funk e baião!”.