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Etimologia

Redação Publicado em 19/03/2013, às 11h10 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Acordar: do Latim accordare, concordar. Deu extensão de significado para designar também o ato de despertar. O Dicionário Antonio de Moraes Silva, de 1877, já diferenciava que acordar é deixar de dormir naturalmente e despertar é interromper o sono. Nas línguas neolatinas predomina o étimo latino deexpertigitare, despertar, ficar esperto, atento, e nas anglo-saxônias o indoeuropeu weg, vigor, presente no Inglês wake up. Os primeiros despertadores da Humanidade foram os elementos da natureza, como o Sol, as trovoadas e as tempestades. E, por falar em tempestades, também os familiares. Depois, vindos do Egito no século VI e instalados no alto das torres ou em campanários das igrejas, passaram a ser os sinos, junto aos quais, a partir do século XVI, foram instalados também grandes relógios.

Despertador: de despertar, do Latim deexpertigitare, em domínio conexo com expertu, tendo havido troca de prefixo. O relógio despertador mecânico, inventado pelo norte-americano Seth E. Thomas (1785-1859), veio a ser substituído pelo rádio e pelo telefone, fixo ou celular. Despertador dá título ao livro de estreia da carioca Layla Shpielman (20), revelação de autora e cronista brasileira, em que diz: “Eu tenho um gato, e como qualquer outro, ele é cheio de manias. Então, quando toca o despertador, o Milk vem correndo subindo pelas escadas (e eu sei que é ele, porque ele carrega um guizo no pescoço) e sobe na minha cama pra ter certeza de que eu estou acordando e não vou perder a hora.”

Licenciamento: de lincenciar, por sua vez de licença, do Latim licentia, no sentido de permissão, do mesmo étimo de licitação, tornar lícito um procedimento, de licenciado, aquele que tem autorização para ensinar no ensino fundamental e médio, e de licenciatura, o grau obtido pelo licenciado. A palavra é mais usada no Brasil para designar o ato pelo qual um carro é liberado para trafegar. O primeiro licenciamento de um automóvel no Rio de Janeiro, então capital da República, deu-se no dia 29 de agosto de 1903 e foi o de número 146. Naquele ano foram licenciados apenas seis veículos.

Protestar: do Latim tardio protestare, cujo étimo é também o Latim testis, testemunha, na verdade terceira testemunha, uma vez que nas queixas havia a testemunha de quem acusava e a de quem defendia, sendo invocada uma terceira, supostamente neutra. Protestar é declarar publicamente alguma coisa: um título protestado é a declaração pública de que alguém deve algo a outro. Protestar designa o ato de pessoas, em geral pacificamente, reclamarem de alguma coisa.

Repassar: do Latim tardio repassare, cujo étimo é passo, do Latim passus, espaço entre uma perna e outra no ato de caminhar, tendo o significado de receber algo e passá-lo adiante, como fazem as empresas com os impostos e as taxas, repassados para os consumidores. Por causa de novo imposto sobre o transporte público nos bondes, houve confusão entre o povo e a Polícia na célebre Guerra do Vintém, ocorrida em 28 de dezembro de 1879, no Rio de Janeiro. Chamadas, as tropas do Exército foram aplaudidas. Mas um dos manifestantes alvejou o comandante e este, já caído, ordenou fogo contra a multidão. Morreram 10 pessoas e 20 ficaram feridas. Aborrecido, em carta à amante, Luísa Margarida de Barros Portugal, condessa de Bairral (1816-1891), dom Pedro II (1825-1891) declarou que seria mais feliz se fosse presidente da República e não imperador, segundo o historiador e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Murilo de Carvalho (73), no livro Dom Pedro II: Ser ou não Ser. Disse o mesmo a seu conselheiro francês, conde Joseph Arthur Gobineau (1816-1882), autor desta frase: “O Brasil é o Inferno do negro, o Purgatório do branco e o Paraíso do mulato.”

Vintém: do Português arcaico vinteno, radicado no Latim viginti, vinte, designando antiga moeda portuguesa, de cobre ou de bronze, que valia 20 réis. Mais tarde, o vintém foi cunhado também em prata. A moeda deu nome à Guerra do Vintém, como passou à História a revolta popular ocorrida no final do século XIX, na capital fluminense, contra um imposto sobre o transporte público.