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Alessandra Maestrini volta ao canto lírico

Com mais de 10 anos de experiência em musicais, Alessandra Maestrini, a Ditta de 'Tempos Modernos', fala de seus ídolos, as características de sua personagem e como é viver uma diva da ópera na telinha

<i>por Priscilla Comoti</i><br><br> Publicado em 22/02/2010, às 19h03 - Atualizado em 23/02/2010, às 16h22

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Ditta (Alessandra Maestrini) - TV Globo / Márcio de Souza
Ditta (Alessandra Maestrini) - TV Globo / Márcio de Souza
No ar na novela Tempos Modernos, da Globo, a atriz Alessandra Maestrini tem a chance de mostrar ao público mais um de seus talentos: a longa experiência com musicais. Conhecida pelo grande público com a sua personagem Bozena, do seriado Toma Lá Dá Cá, de Miguel Falabella, a atriz, que já exerceu seu lado humorístico, agora explora o drama e a sua musicalidade. Na trama de Bosco Brasil, Alessandra é a cantora lírica Ditta, que deixou de lado a família, marido e filhos, para se dedicar à carreira internacional de ópera. Mesmo sendo uma diva e grande personalidade do mundo da música lírica, Ditta tenta retomar o tempo perdido anos depois. "Mas no auge desse sucesso, marcam um concerto no Brasil e ela se dá conta de que isso não basta para ser feliz, que não consegue ser feliz sem a família", disse. Alessandra conta ao Portal CARAS como tem sido interpretar uma diva da ópera, que se inspira em Marília Pêra e Madonna, garante que não tem dublagem nas cenas em que canta lindamente e revela detalhes de suas grandes inspirações antes de ingressar na carreira artística, quando o caminho a levava para a vida de musical. Confira, abaixo, a conversa de Alessandra Maestrini com o Portal CARAS: - Conte-nos um pouco da Ditta. - Ela é bem dramática, talvez a mais dramática da novela. Ditta abandonou a família para fazer uma carreira internacional de ópera, na Áustria, e conseguiu realizar esse sonho. Tornou-se a maior soprano do mundo. Mas, no auge desse sucesso, marcam um concerto no Brasil e ela começa a se dar conta de que isso não basta para ser feliz, que não consegue ser feliz sem a família, sem os filhos, e tenta reconquistar a todos. - Como foi a sua preparação para fazer a Ditta? - Eu retomei às aulas de canto lírico. Tenho também formação de cantora. Faço musical desde 1997. Comecei estudando canto lírico e as professoras sempre insistiram para eu fazer ópera, mas não gostava muito. Fui, então, fazer musical, pesquisar outras coisas que não estavam ligadas à ópera. Agora estou tendo a oportunidade voltar às minhas origens, ao canto lírico. A minha maior preparação para a personagem foi voltar a estudar ópera. - Está feliz com a personagem? -Estou super empolgada porque sou eu quem canto mesmo na novela. Não vou estar dublando. Mas como posso cantar, e gosto de fazer isso, tem sido uma delícia. - Você tem ídolos na sua carreira? - Tenho vários ídolos. Comecei a cantar por causa da Barbra Streisand, da Marília Pêra, que é uma pessoa sempre muito inspiradora, e da Nina Hagen, que foi meu ídolo de infância. Também a Madonna, que acho que é uma pessoa poderosíssima e que tem muito a ver com essa personagem, apesar de a Ditta ser uma cantora de ópera. Nós temos ainda Eliane Coelho, que é praticamente a história da minha personagem. Eu não sei nem se ela tem filho, nem nada, não estou falando dessa parte, mas é uma grande cantora lírica brasileira que faz muito sucesso na Europa, como uma das maiores cantoras de ópera do mundo e está agora vivendo na Áustria. Para mim, Ditta e Eliane são praticamente a mesma pessoa. Uma grande intérprete, uma pessoa maravilhosa, que conheci há pouco tempo. Eliane Coelho, eu aconselho, vão olhar no Youtube. (risos) - Por que você gosta da Madonna? - Acho que é uma mulher poderosa, decidida, independente, transformadora e à frente do seu tempo. Até a Emilia Duncan (figurinista da novela) falou que os figurinos da Ditta seriam como se fosse uma Madonna clássica. E eu me identifico muito com isso, até na vida pessoal mesmo, quando fui colocando o figurino da Ditta, eu disse: "Estou me achando, estou me achando". Claro que mais jovem que a personagem, enfim, mais tropical, mas seria uma roqueira de ópera. - O que você e a Ditta têm em comum? E de diferente? - Essa coisa de ter um pé no rock e outro na ópera, um pé no moderno e um pé no clássico. Eu faço musical há anos e estou à frente dos musicais aqui no Brasil. A relação com a família que a Ditta tem, eu não tenho, porque não tenho filhos. Mas conheço o outro lado da história. O meu pai, que é um engenheiro, trabalhava com mineração, é nômade por natureza. Desde muito cedo, meu pai estava muito distante, mas tinha um grande amor pela família. Vejo uma grande identificação do meu pai com a personagem. Crescendo, sempre me perguntei como é que ele estaria se sentindo. Eu sei que sentia falta dele e, quando a gente vai ficando mais velha e começa a conversar mais, fica sabendo o quanto ele também sentia a sua falta. Acho que entendo um pouco o lado dos filhos e me sinto muito feliz em poder estar vivendo o lado dos pais. - Como é viver uma diva da ópera internacional? - É ótimo! Eu me acho o máximo (risos). Você pode agir como se fosse o máximo, porque está escrito. Acho que, como todo mundo, em alguns momentos me sinto o hematoma da mosquinha do cocô do cavalo e, em outros, acredito que sou o próprio Deus. Todos têm essas variantes, não assim tão próximas, senão eu seria bipolar, mas com todo o degradê. Mas, quando está escrito no texto e sou paga para defender o texto, dizendo que sou o máximo, não é ótimo? Uma delícia! Aí é um desafio porque tenho que ser o máximo também, tenho de arcar com a personagem de verdade.