Após interpretar vilão em "O Outro Lado do Paraíso", ator revela paixão pelo ofício de atuar
Tamara Gaspar Publicado em 12/03/2018, às 08h36 - Atualizado às 09h06
Ele fez o Brasil parar diante da TV com uma interpretação impecável e um tema para lá de polêmico: a pedofilia. No papel do delegado Vinícius, na global das 9, O Outro Lado do Paraíso, Flávio Tolezani (39) se despediu da novela com a sensação de dever cumprido. “Não imaginei toda essa repercussão e a grande conquista é justamente isso, fazer a população discutir o assunto. A função do artista não é só entreter, mas também mostrar o que está errado e despertar um senso crítico”, diz o ator, que viu o julgamento de seu personagem, acusado de abuso infantil, ser recorde de audiência da novela.
A paixão pelo ofício rendeu não apenas reconhecimento ao paulistano, mas também o encontro mais importante de sua vida. Foi nos palcos que ele conheceu seu grande amor, a atriz Natalia Gonsales (33). “Como todo homem geminiano, ele se fazia de difícil no começo!” recorda Natalia, aos risos. “Mas depois, foi ela que começou a me dar alguns foras”, defende-se ele. Hoje, após encontros e desencontros, já são quase 10 anos de sólida união. “Relacionamento é igual trabalho, precisa de dedicação”, diz ela. “Não adianta se acomodar, é preciso sempre cuidar e olhar para a relação. Infelizmente, é mais fácil se separar do que enfrentar um problema”, emenda ele, que encerrou temporada paulistana da peça Carmen, na qual atua com Natalia. “É uma delícia trabalharmos juntos, temos muita cumplicidade em cena”, conta Flávio, durante ensaio no MASP Auditório, em São Paulo.
A sintonia do casal é tamanha que até a trajetória artística é semelhante. Antes de decidir pela atuação, Flávio cursou Economia em uma das universidades mais conceituadas do País, a USP. Já Natalia apostou na Administração antes de entrar nos palcos. “Desistir foi libertador. Apesar de ser tímido quando menino, todos sabiam que a área de exatas não tinha nada a ver comigo”, conta ele. “Mas o Flávio ainda é bom na Matemática”, entrega a atriz, formada em balé clássico. “Parece uma profissão glamourosa, mas não é. Existe algo maior que faz a gente continuar apesar de todas as dificuldades”, avalia Natalia. “Não existe estabilidade e, às vezes, você pensa em desistir, mas a vida te traz de volta”, completa o pai de Ana Clara (13), de outra relação.
Aliás, o casal não faz planos para engravidar. “Nunca tive esta vontade e, hoje, por conta de nossa rotina, ficaria difícil ter um filho”, frisa Natalia. “Nosso filho é o teatro”, conclui Flávio, que deve fazer turnê pelo País com a peça.
