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Sandra Corveloni volta aos palcos após Amor à Vida: 'O teatro sempre foi uma batalha', diz

Atriz está em cartaz com a peça 'Dançando em Lúnassa' no Teatro Viga, em São Paulo

CARAS Digital Publicado em 13/03/2014, às 14h44 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Sandra Corveloni - Globo/Alex Carvalho
Sandra Corveloni - Globo/Alex Carvalho

Sandra Corveloni está de volta aos palcos após interpretar Neide, mãe da autista Linda (Bruna Linzmeyer) na novela Amor à Vida. Prestes a completar 26 anos no teatro, a atriz dá vida à irreverente Maggie, uma das cinco irmãs protagonistas da peça Dançando em Lúnassa. 

O espetáculo se passa na pequena cidade fictícia de Ballybeg, na Irlanda, em 1936, no momento em que a chegada de um rádio e o retorno de um padre missionário transformam a vida das irmãs Mundy. "Ela tem um jeito meio divertido de levar a vida, de tirar um sarro de tudo para dar uma suavizada nos acontecimentos pesados", conta Sandra à CARAS Digital. "Se a gente pensar, quando acontece alguma coisa muito triste, morre um tio, por exemplo, dali um tempo sempre tem alguém da família que é meio palhaço e que comenta, faz uma piadinha. Acho que a peça, apesar de falar profundamente sobre as relações humanas, mostra como nós somos patéticos. Nós, no nosso sofrimento, somos patéticos", continua a atriz.

Veja o bate-papo com Sandra:

Fazer novela, pela visibilidade da TV, ajuda na volta aos palcos?
Acho que ajuda porque você fica em evidência, ainda mais uma novela da Rede Globo, uma novela das nove que é uma obra que tem um alcance muito grande. Não acho que isso seja uma garantia 100% de que a peça vai bombar e fazer sucesso, tem peça que dá certo e peça que não dá. A novela ficou 11 meses no ar, foi uma personagem que criou uma certa polêmica, um assunto importante (autismo), então acho que acaba revertendo um pouco para a carreira. Trabalho gera trabalho, em qualquer profissão.

Está mais fácil fazer teatro hoje em dia?
O teatro sempre foi uma batalha. Acho que hoje a gente tem mais leis de incentivo, mas não sei se está mais fácil porque outras coisas acabam acontecendo. Acabam entrando pessoas, grandes produtores no meio que se aproveitam um pouco da situação. Captadores que conseguem a grana e deixam a peça em cartaz dois meses e depois acabou. E eu não acredito nesse tipo de teatro. O teatro tem que ser feito, tem que ser mostrado e a peça demora para amadurecer. Não é assim, faz dois meses e acabou, ganhou uma grana e parte para outra. Tem muita gente boa em teatro. A gente tem que fazer a peça, viajar com ela. A peça tem que ter uma vida. Está mais fácil fazer teatro, mas nem por isso está melhor.

Você acredita que todo ator tem que passar pelos palcos?
Acho que ator é ator. Tem ator que gosta de fazer mais uma coisa ou outra: uns gostam só de fazer televisão, tem quem só gosta de fazer teatro... mas eu acho que ator é ator, pode fazer cinema, teatro e  televisão. São linguagens diferentes, mas é a mesma profissão. Acho que ator tem que fazer tudo e aí cada um segue o seu caminho e faz o que gosta mais. Eu gosto de tudo. Gosto da minha profissão e cada lugar tem a sua magia e sua graça.

Seu papel na novela era bem intenso. Como se preparava para as cenas dramáticas?
O primeiro é o jogo com o outro ator. Eu e a Bruna pulávamos de cabeça no precipício mesmo, era olho no olho e amor e coragem. A gente sempre ficava mandando mensagem uma pra outra: 'filha, amor e coragem'. A gente lia as cenas, via que ia ser pauleira e ia nessa pegada. Os diretores sempre sabiam que as cenas iam ter um tempo dilatado e nos ajudavam bastante também em relação a isso. Tem que se colocar nas situações. Quem me ajudou muito foi a Nathalia Timberg, porque às vezes eu ficava desesperada. Um dia eu falei 'não sei o que fazer, como vou fazer isso?'. Ela disse que a primeira coisa é deixar a Sandra em casa. A Sandra não entra no estúdio, vamos pensar como Neide. Ela me colocou no foco.

O que ficou dessa experiência?
Aprendi a valorizar bem mais (quem faz TV) quando comecei a fazer televisão. A gente não tem ideia quando a gente vê o produto pronto, do trabalho que dá para fazer, do tempo que leva para fazer um capítulo de uma novela. É  tanta gente, uma trabalheira, é muito complicado e a gente tem pouco tempo para produzir muito. Então você tem que ser muito concentrado. E para ficar bom você tem que ser muito bom e estar todo mundo focado na mesma coisa. Não é fácil não, é puxado.

Quais são os próximos projetos?
Vamos viajar com a peça, ir a festivais, e tenho um filme para fazer em Florianópolis. Meu papel não é muito longo, mas é um filme bem bacana, diferente, de suspense. Tem também três filmes que eu fiz que serão lançados esse ano. 

SERVIÇO: Dançando em Lúnassa:
Elenco: Denise Weinberg (Kate), Sandra Corveloni (Maggie), Clara Carvalho (Agnes), Mário Borges (Jack), Isadora Ferrite (Rose), Renato Caldas (Gerry), Fernanda Viacava (Chris) e Bruno Perillo (Michael).
Local: Viga Espaço Cênico (Rua Capote Valente, 1323, próximo ao metrô Sumaré)
Data: até 10/04 (Quarta e Quinta às 21h)