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Ronald Rios comenta sobre sua saída do CQC

Em vídeo, Ronald Rios falou sobre a saída do CQC e reclamou por não terem incluído sua cobertura na Faixa de Gaza no especial de melhores do ano do programa

CARAS Digital Publicado em 20/01/2015, às 13h29 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Ronald Rios - Instagram/Reprodução
Ronald Rios - Instagram/Reprodução

Ronald Rios, de 26 anos, publicou um vídeo em seu canal do YouTube nesta semana falando sobre sua saída do programa CQC. O roteirista e comediante foi desligado da atração por conta da renovação do elenco do programa, que passa por reformulação em 2015. 

No seu depoimento, Ronald deixa claro que não guarda mágoa da direção do programa por conta de sua saída. "Não vou falar que achei injusto os caras não renovarem meu contrato só porque eu tinha ido para a Faixa de Gaza, só porque fiz uma matéria no Trem da Morte; ou então, ainda no México, quando fui encontrar a mílicia armada; ou quando fui para Bolívia andar em uma mina de prata velha e poluída. É o seguinte: fiz todas essas coisas para mim, não para o programa", disse ele. "Mas em três anos dá para cansar, dá para avaliar o que você está fazendo da vida. Por isso, quando ouvi rumores sobre uma mudança no elenco, não me preocupei. Tenho vários projetos que acabam rolando devagar e acabam não acontecendo porque não tenho muito tempo", revelou. 

Ronald contou que ficou sabendo sobre a demissão primeiro pela imprensa. "Pensei: 'Se for verdade, se eu for sair do programa vai ser legal porque vou deixar de fazer várias coisas legais no CQC, mas vou poder fazer coisas de música, de rap, de seriados...'. Ao invés de ficar puto, abracei isso como uma chance de recomeçar a vida. São 3 anos, é muito tempo, por isso não fiquei puto", argumentou. 

Quando recebeu a confirmação do seu chefe, ele estranhou o que ouviu. "Passou um tempo, um dos meus chefes confirmou que ia mesmo sair do programa e falei que ia ser bacana, que ia ter tempo livre. O cara falou: 'Por que você quer ter tempo livre?'. Pô, o cara me demite e ainda se preocupa com meu tempo livre? Só que teve uma coisa que ele falou que fiquei coçando a cabeça. Ele falou assim: 'Você vai embora do programa, mas você sabe que você é muito inteligente. Você tem uma noção da realidade melhor do que muitos que vão ficar'. Que elogio é esse? Tinha que ser mais burro para manter meu emprego?", indagou. 

Especial do CQC

Para Ronald, o que pesou também foi o fato de a direção do programa ter ignorado sua cobertura na Faixa de Gaza no especial de melhores momentos do CQC exibido no final do ano. "Eles podem não ter achado a matéria legal e cortado, embora na época tivessem me levado para vários canais, várias rádios para dar entrevista. Eu, quando estava em Gaza, dei vários depoimentos todos os dias ao vivo, no rádio e na TV... Para quem não gostou da matéria, eles exploraram bastante. Então, não engulo essa", reclamou. 

"Em Gaza, eu vi a bomba cair a três, quatro quadras de mim. Era horrível, desesperador. Todo dia tinha drone israelense sobrevoando a minha cabeça. Se ficasse mais que cinco minutos na rua de bobeira, o drone ia descendo descendo... Era uma m... O clima era horrível. Você não conseguia ter fome porque seu estômago vivia embrulhado", contou. "Eu ficava pensando: 'Eu vou morrer. Eu vou morrer hoje ou eu vou morrer amanhã'. Um dos dias que a gente teve mais medo, a gente tava almoçando no hotel, quando um dos membros do Hamas soltou um foguete em direção à Israel e a gente morreu de medo de Israel contra-atacar para aquela área. Nosso hotel estava sendo usado de escudo", lembrou. "No último dia, a gente teve a liberação de sair correndo de Gaza, porque até então a fronteira estava fechada por conta dos ataques pesados que estavam rolando lá. Eu lembro até hoje de estar em um ônibus a 100km por hora, foi um absurdo. Era bomba caindo de um lado, foguete do outro".

Ronald contou que até hoje sofre com as lembranças da cobertura. "Até hoje eu ouço um avião voando baixo e eu sinto um arrepio achando que é foguete. Alguma coisa explode do meu lado - escapamento de um carro, uma bombinha de São João - na hora eu sou transportado para Gaza. É um negócio que você nunca vai sentir sentado em uma cadeira, em São Paulo, dirigindo um programa de TV ou uma emissora. Ninguém nunca me perguntou como eu estava ou se eu precisava de ajuda. Até aí tudo bem, é uma emissora de TV e não uma ONG do Bono Vox. Mas quando não reprisaram a minha matéria no especial...", continuou. 

No final do vídeo, Ronald contou que chegou a recusar uma nova proposta para integrar a equipe de jornalismo da Band, mas ele recusou. Agora, ele está focado em seus projetos pessoais. "Volta a escrever, gravar as minhas coisas, e assistir as duas últimas temporadas da Família Soprano", contou.