Sobrinha de Malu Mader, a atriz e apresentadora Érika Mader diz que contou com o apoio da tia em seu primeiro projeto como diretora teatral. "Ela está super satisfeita, ficou orgulhosa"
Redação Publicado em 11/09/2012, às 12h12 - Atualizado em 12/09/2012, às 17h11
Atriz, apresentadora, repórter e produtora, Érika Mader (26) ainda quer mais. A sobrinha de Malu Mader (45) resolveu derrubar seus medos e estreia como diretora teatral com o espetáculo Sóbrios, do dramaturgo americano Adam Rapp (43). A peça conta a história de um menino de 16 anos, viciado em tecnologia, que tenta salvar a família desestruturada participando de uma competição de videogame que vale um milhão de dólares.
Definitivamente, Érika não é do tipo que fica parada esperando as coisas acontecerem. “Isso é uma marca da minha geração, essa multidisciplinidade”. Mesmo assim admite. “Fiquei um pouco receosa de me arriscar na direção, por não achar que estava pronta, conversei com diretores, até que reconheci que tinha de me libertar desse medo e que sou jovem, que é o momento certo de se arriscar. Assumi a direção e mergulhei no projeto”, diz, empolgada com a nova empreitada.
A peça está em cartaz no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. A agora diretora, como não poderia deixar de ser, tem o apoio total da tia famosa na nova experiência. “Ela está super satisfeita, ficou bem orgulhosa acho, ficou feliz". Confira a entrevista que Érika Mader concedeu à CARAS Online nos bastidores do teatro pouco antes da estreia, que aconteceu no dia 7 de setembro.
- Quando decidiu dirigir?
- Desde o ano passado que estou querendo voltar a fazer teatro e não sabia ao certo que tipo de atuação teria, se dirigir, produzir, escrever. Andei pesquisando textos contemporâneos. Li e reli vários até que cheguei nesse, que tive uma concepção geral da peça. Fiquei um pouco receosa de me arriscar na direção, por não achar que estava pronta, conversei com diretores, sondei alguns, até que reconheci que tinha que me libertar desse medo e que sou jovem, é o momento certo de se arriscar. Assumi a direção e mergulhei no projeto.
- Foi a primeira vez que traduziu um texto para teatro?
- Foi sim. Na verdade, desde que li o original, estava com o inglês muito afiado e estava conseguindo enxergar o que o autor queria dizer. Fui experimentar, ver se funcionava tudo bem, caso contrário chamaria alguém. Mas deu certo, as pessoas me incentivaram e descobri o caminho legal nessa tradução.
- Você morou um tempo fora do Brasil. Como foi a experiência?
- Morei um ano. Fui convidada pelo Multishow, em 2009, a apresentar o programa Lugar Incomum, em Nova York. Foi muito legal pra mim, tive a oportunidade de estudar, fazer muitos cursos, na área artística, pintura, direção de cinema, de conhecer lugares que não imaginaria conhecer jamais.
- Também atua na peça?
- Não, são quatro atores, Cris Larin, Luisa Arraes, Léo Wainer e o César Cardadeiro, que vai conduzir o protagonista, está muito interessante. O César vive só um personagem, que é o menino, e os outros vivem dois personagens, um membro da família e uma pessoa que cruza a vida dele fora da casa.
- Escolheu o elenco?
- Escolhi. Como diretora, uma das funções é montar o elenco. É ser maestro das autonomias entre o artístico, o figurino, a iluminação. O diretor monta a equipe, então escolhi cada uma dessas pessoas, em quem confiava e gostava do trabalho, e também montei o elenco. Eles estão muito em sintonia, o que é importante pra teatro, entrosados.
- Ficou ansiosa?
- Estou tranquila na medida do possível, porque estou satisfeita com o resultado da peça. É muito bom começar um trabalho segura de que suas escolhas foram assertivas. Agora é o segundo passo, o que dependia da gente está aí, agora é passar para o público, a visão de cada um sobre o espetáculo.
- Sua tia, Malu Mader, te ajudou no projeto?
- Foi muito engraçado porque a Malu leu o texto, foi uma das poucas pessoas a quem mostrei o texto, além de minha mãe, um amigo, enfim, e nunca imaginou que ia virar isso. Ela assistiu ao ensaio final e está super satisfeita, ficou bem orgulhosa acho, ficou feliz. Não ajudou em nenhuma decisão.
- Você é apresentadora, repórter, atriz e agora diretora. Você gosta de “jogar nas onze”, fazer um pouco de tudo?
- Isso é uma marca da minha geração, essa multidisciplinaridade, interdisciplinaridade, a gente está vivendo, e isso não é exclusivo aos artistas e nem a mim. Hoje a gente tem uma autonomia maior, uma independência profissional que permite fazer diversas coisas envolvendo uma mesma área. Dizem que a gente é a geração barra, você é isso barra aquilo barra outra coisa. Não significa um lado ruim ou pejorativo, pelo contrário, tende a enriquecer, somar, sem dúvida meu lado atriz traz uma contribuição para o meu lado diretora. Apresentar o Bastidores traz uma compreensão muito maior do universo artístico, entrevisto muitos diretores, atores, dramaturgos, então é saber focar. É uma geração, que diria, tem um foco tentacular. Não é jogar nas onze porque isso parece pretensioso e não é a minha intenção.
- Pensa em fazer novela ou não está nos seus planos?
- Não consigo pensar tão a longo prazo. Estou me permitindo, nessa fase da minha vida em que sou jovem, a fazer aquilo que me motiva de fato, arriscar mais. Então, no momento, estou muito motivada a fazer essa peça. Estou satisfeita de estar trabalhando com teatro agora, ao mesmo tempo estou na TV, no fim do ano reestreio em “Mandrake”, na HBO, um telefilme. Então é um momento profissional em que estou feliz, fazendo Bastidores, os ao vivos, teatro, reestreando na TV a cabo. Ainda é muito cedo para pensar em outros projetos.
- Mora sozinha?
- Sim, já faz algum tempo.
- Como se sai como dona de casa?
- Adoro. Os ensaios da minha peça foram na minha casa. Empurrei todos os móveis da sala, virou durante dois meses uma bagunça, não tem noção do que virou. Cuido bem da minha casa.
Assista o vídeo de Érika para TV CARAS.
