Casal celebra bodas de diamante com paixão, respeito e afinidade
Bianca Portugal Publicado em 11/11/2019, às 14h04 - Atualizado às 14h06
Quando Rosamaria Murtinho (84) entrou no teatro para ser apresentada ao elenco da peça Rua São Luiz 27, 8º Andar, até os amigos de Mauro Mendonça (88) logo imaginaram que eles formariam um casal. “Mauro vai namorar esta garota”, previu Raul Cortez (1932–2006), um dos atores do espetáculo. “Tome cuidado com ele. Ele é muito namorador”, advertiu Fernando Torres (1927–2008) à jovem atriz. Dois anos depois, Rosamaria e Mauro estavam casados e, este ano, celebraram 60 anos de união, bodas de diamante. O segredo? “Coragem!”, brinca Rosamaria, que entrou na peça porque foi chamada para substituir uma atriz que havia torcido o pé. “Assim que olhei deu um clique. Fez tóin! Foi amor à primeira vista”, conta Mauro.
Hoje, eles têm três filhos — João Paulo Medonça (56), Rodrigo Mendonça (55) e Mauro Mendonça Filho (54) — e uma longa história de amor. “Tivemos, como todo casal, altos e baixos. Inclusive nos separamos por um período, mas achamos que deveríamos voltar e estamos juntos até hoje. Nunca nos divorciamos, nos separamos apenas de corpos”, disse a atriz, no ar como a Linda em A Dona do Pedaço.“Tenho um slogan. Brigamos, brigamos, mas ninguém ganhou a guerra”, brinca Mauro.
Essa longa jornada a dois começou com um pedido inusitado de casamento. A aliança de noivado foi escondida entre os presentes da árvore de Natal na casa da família de Rosamaria. Como dois jovens atores em início de carreira, afinidades não faltaram. E respeito mútuo. “Nós dois somos muito temperamentais. Ele é ariano e eu sou escorpiana. Nenhum de nós dois se deixa dominar. Mauro nunca interferiu no meu trabalho, nem eu no dele. Tenho muito orgulho de minha carreira. Só sinto falta de não ter sido mais ambiciosa”, explica a atriz.
No dia a dia, eles mantêm hábitos caseiros, como jogar baralho e tomar café com bolo. A casa é um resumo da história do casal, onde cada objeto tem um significado. “Nos mudamos provisoriamente para o Leblon porque Mauro teve pneumonia dupla, ficou seis dias em coma induzido. Nossa casa em São Conrado é muito úmida”, explica Rosinha, que, mesmo não sendo um endereço definitivo, fez questão de levar alguns de seus objetos preferidos para a nova residência, incluindo a foto do casamento, a poltrona onde Mauro gosta de relaxar e peças de arte que eles colecionaram durante toda a vida. Tudo para ficar organizado não apenas para eles, mas também para receber a família e os amigos.
“Sou muito feliz e orgulhoso com a minha família”, resume Mauro. “A família sempre veio em primeiro lugar. Nunca deixamos de trabalhar. Mauro, por exemplo, não assistiu a nenhum dos partos de nossos filhos porque estava sempre viajando a trabalho. Mas conseguimos sempre conciliar tudo e dar a atenção aos filhos e à nossa casa”, conclui Rosamaria.
