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Revista / Entrevista

Após cirurgia, Alcione volta aos palcos e celebra carreira

Alcione celebra marco histórico com 50 anos de carreira e exalta sua resiliência

Por Daniel Palomares Publicado em 15/10/2022, às 09h04

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Alcione na Revista CARAS - Fotos: Fotógrafo: Vinicius Mochizuki; Assistentes: Rodrigo Rodrigues, Josias Vieira e Cleyton Machado; Maquiagem: Yann Fernandes e Cabelo: Luiza Helena dos Santos
Alcione na Revista CARAS - Fotos: Fotógrafo: Vinicius Mochizuki; Assistentes: Rodrigo Rodrigues, Josias Vieira e Cleyton Machado; Maquiagem: Yann Fernandes e Cabelo: Luiza Helena dos Santos

Poucos artistas comemoram a marca de 50 anos de carreira. Alcione (74), nossa eterna Marrom, é uma delas, e o peso dos anos não parece abalá-la. Depois de se recuperar de uma cirurgia na coluna, a cantora volta aos palcos neste mês para shows ao redor do Brasil, incluindo 13 apresentações gratuitas em bairros do Rio. A trajetória da estrela ainda pode ser conferida em Marrom, o Musical, idealizado por Miguel Falabella (65), em cartaz em São Paulo. 

Para arrematar as homenagens, um projeto audiovisual gravado no Theatro Municipal do Rio reúne os maiores sucessos da artista. Em papo exclusivo com CARAS, ela relembra tudo que enfrentou para chegar até aqui e garante: está pronta para muito mais!

– O que passa pela sua cabeça ao chegar aos 50 de carreira?
– Penso que essa foi uma escolha certa porque cantar é o meu ofício, o que sempre quis! Poderia fazer outras coisas, trilhar outros caminhos, mas só me realizaria mesmo fazendo o que faço. Amo cantar, e ainda me pagam pra isso!

– Você imaginava que chegaria tão longe? Tinha medo de não dar certo?
– Trabalhei pra conquistar meu espaço, mostrar meu canto. Temos desejos, anseios, trabalhamos pra realizar nossos objetivos. Mas nunca se sabe aonde poderemos ou iremos chegar.

Alcione na Revista CARAS

– Quais as dificuldades que você enfrentou?
– Minha batalha não é diferente das enfrentadas pelas outras mulheres, principalmente as mulheres negras. Mas sempre tive uma altivez, me fiz respeitar. Meus pais me ensinaram a ter autoestima, a não abaixar a cabeça para ninguém. E, felizmente, hoje, as mulheres e o povo preto estão mostrando o seu valor e exigindo mais respeito.

– O samba sofreu preconceito no passado, assim como o funk e o rap ainda sofrem. Como combater esse estigma?
– Enfrentando o preconceito e indo à luta... Pacificamente, claro! A arte, tendo ela nascido onde for, no asfalto ou na favela, sempre encontra um meio de extrapolar barreiras e de chegar ao público.

– Qual a importância de ter se tornado um símbolo do movimento das mulheres negras e referência para outras artistas?
– Acho que é importante termos em quem nos espelhar. Antigamente, as crianças negras não tinham uma boneca preta e nem viam protagonistas negros nas telas da TV ou do cinema. Hoje, acho que posso ter me tornado um símbolo para algumas dessas mulheres e artistas porque, graças a Deus, sou uma pessoa vitoriosa. Mas acho que não é apenas por conta do sucesso. Elas sabem identificar atitudes e comportamentos.

Alcione na Revista CARAS

– Você tem o privilégio de receber inúmeras homenagens. Qual a sensação?
– Total felicidade! Ver sua vida retratada, sua história contada... Nem pensava que minha vida poderia despertar tamanho interesse. Mas, também, ao assistir ao filme e ao musical, me deu uma saudade enorme de tanta gente, principalmente dos meus pais e dos tempos da minha infância e da minha adolescência.

– Qual o maior desafio de conseguir continuar produzindo música depois de todos esses anos de carreira?
– Com o carinho e o apoio do público, o que felizmente conquistei ao longo desse tempo, os desafios tornam-se mais fáceis de serem ultrapassados. E também servem para nos impulsionar ainda mais pra frente!

– Como percebe a transformação que a indústria da música brasileira passou, acha mais fácil fazer sucesso atualmente?
– Acho que são tempos distintos, principalmente com o advento das tecnologias modernas. Penso que fazer sucesso nunca é fácil ou simples. Hoje, as “ferramentas” são diferentes e existem as redes sociais, as plataformas digitais. Antes, eram as rádios que ditavam o sucesso. Mas, em qualquer dos casos ou tempos, uma coisa permanece sempre fundamental: trabalho. Trabalhar é primordial.

Alcione na Revista CARAS

– Quais das artistas que surgiram nos últimos anos mais te inspiram? Quem está trilhando uma carreira que você admira?
– Tem muita gente boa por aí, e uma fila interminável de ídolos que me inspiraram. Atualmente, tenho ouvido muito a Iza (32) e a Glória Groove (27). Mas o Brasil é mesmo um celeiro repleto de talentos.

– Você passou por uma cirurgia recentemente que te fez adiar boa parte dos shows. Como se sentiu? Já está recuperada e animada pela agenda que vem pela frente?
– Estou ansiosa para esses encontros com o público. Já tenho uma agenda enorme com shows e apresentações pelo País e exterior. Também está me agradando muito fazer uma série de apresentações pelas lonas culturais cariocas, uma iniciativa da Secretaria de Cultura da Prefeitura que propicia abrir as portas, gratuitamente, para os fãs. Estava com saudade dos palcos.

– Ao longo desses 50 anos de carreira, ainda tem algum sonho que falta realizar?
– Sempre tenho planos e projetos, e terei sempre! Atualmente, eu estou focada na retomada das turnês e no lançamento do álbum gravado no Theatro Municipal do Rio. Aliás, um momento lindo e inesquecível que também ficará registrado na minha história. É mais um sonho antigo que foi realizado.

– O que mais você espera para o seu futuro?
– Espero continuar com a mesma disposição e alegria para continuar cantando para o povo do meu País. O resto é lucro! 

Alcione na Revista CARAS

Alcione na Revista CARAS

Alcione na Revista CARAS

Fotos: Fotógrafo: Vinicius Mochizuki; Assistentes: Rodrigo Rodrigues, Josias Vieira e Cleyton Machado; Maquiagem: Yann Fernandes e Cabelo: Luiza Helena dos Santos