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Reynaldo Gianecchini: O triste adeus ao grande companheiro

Reynaldo Gianecchini interrompeu o tratamento para honrar o pai, vítima de câncer

Redação Publicado em 18/10/2011, às 12h49 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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A comoção do ator no enterro de Reynaldo Cisoto Gianecchini, em Ribeirão Preto. - David Brasil
A comoção do ator no enterro de Reynaldo Cisoto Gianecchini, em Ribeirão Preto. - David Brasil

O ator Reynaldo Gianecchini (38) acaba de passar por mais um momento triste e complicado em sua vida. Lutando contra um linfoma não-Hodgkin T Angioimunoblástico desde agosto, o galã perdeu o pai, Reynaldo Cisoto Gianecchini, seu grande amigo e confidente, que faleceu na manhã da última segunda-feira, dia 17, aos 72 anos, em decorrência de complicações de câncer no trato digestivo. “Todos os valores que eu tenho, o respeito pelas pessoas, eu puxei do meu pai. Eu tenho muita coisa do meu pai, inclusive eu sou do mesmo signo que ele”, declarou Giane, em uma de suas entrevistas concedidas à CARAS.

Professor de Química, Patão, como Gianecchini pai era conhecido pelos amigos e familiares, lecionava a matéria em um cursinho pré-vestibular na cidade de Penápolis, SP, até ser afastado há 10 meses, época em que descobriu o câncer no pâncreas e no fígado. No último domingo, seu estado de saúde se agravou e Giane, que segue em tratamento na capital paulista, viajou no mesmo dia para encontrar o pai, que estava internado no hospital São Lucas, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. “Às vezes, acho que somos parecidos com a falta de paciência que temos. Mas também a intensidade na vida. É tudo muito intenso. Se gosta, gosta de verdade; se não gosta não gosta, não tem meio termo”, contumava dizer o artista, que suspendeu a sessão de quimioterapia, a terceira que faria.

Apesar dos quadros de doença na família, Giane encontrou forças para se dedicar às crianças e adolescentes, que, assim como ele, passam pelo doloroso e delicado tratamento contra o câncer. “É um diagnóstico que assusta. Primeiro, porque não pensamos que poderíamos ter um câncer. Segundo, porque é uma doença que tem um estigma. Mas durante o tempo que fiquei esperando o resultado, eu e minha família nos iluminamos muito. Quando a notícia virou pública, todo o amor que recebi com certeza foi fundamental para o meu crescimento”, desabafou ele, em depoimento à Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Na gravação, Giane fala pausadamente e apresenta um semblante sereno.

Ele, que ultimamente esboçava sorriso no rosto e otimismo, apesar da fraqueza aparente, no enterro do pai, realizado no Cemitério Bom Pastor, em Ribeirão Preto, onde também foi realizado o velório, foi vencido pelo luto e não conteve as lágrimas. Abatido, de óculos escuros e com o cateter usado para a quimioterapia na parte de cima do tórax, o ator ficou o tempo inteiro abraçado à mãe, Heloísa Helena (71), que vinha se desdobrando nos cuidados com o marido, no interior, e com o filho, na capital. Com ele, as irmãs, Roberta Gianecchini Vignard (40) e Cláudia Gianecchini (42) e os sobrinhos, Giovana e Renan, filhos de Roberta.

Ao contrário do ente mais famoso da família, eles mantiveram a pacata vida no interior. Apesar dos holofotes, Giane sempre faz questão de reunir o clã. Em todas suas estreias teatrais ou em festas de novelas, ele contava com o carinho dos familiares. Vez ou outra, Patão visitava o ator no Rio, como aconteceu durante as gravações da novela Esperança, em 2002. “São raros os momentos em que podemos ficar juntos, por isso eu quero aproveitar”, disse Giane, à época.

Com uma rosa vermelha nas mãos, assim como os familiares ao redor, Gianecchini despediu-se do pai com aplausos e lágrimas, na tarde de segunda-feira, certamente uma das mais tristes de sua vida. Único filho homem de Cisoto, Giane tinha o pai como grande exemplo e desde a descoberta da doença, fez questão de acompanhá-lo nas etapas do tratamento. O ator, inclusive, foi com o pai ao Instituto de Medicina do Além, em Franca, no interior paulista, onde o médium João Berbel (56) realizou uma cirurgia espiritual no professor. Cinco meses depois a cena se repetiria, desta vez com o artista, internado como paciente no Hospital Sírio-Libanês. O pai, porém, não pôde retribuir a parceria do amado herdeiro, pois já estava hospitalizado e com a saúde cada vez mais debilitada.