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Música / dia do rock!

Para além da guitarra: O rock como movimento cultural que conta a história de uma sociedade

No Dia Mundial do Rock, entenda como o gênero musical é importante na luta social e no registro de momentos históricos

Bruno Cominatto Publicado em 13/07/2021, às 17h00 - Atualizado às 17h06

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Roger Waters performando 'The Wall' em show na Pensilvânia - Getty Images
Roger Waters performando 'The Wall' em show na Pensilvânia - Getty Images

Nesta terça-feira, 13, é comemorado o Dia Mundial do Rock. Tido por muitos como um gênero musical bagunçado por guitarras distorcidas e vocais gritantes, o rock se manifesta como algo muito maior: um movimento de rebeldia que luta pela liberdade.

A própria data comemorativa nasceu por um motivo humanitário, o festival Live Aid, de 1985, que reuniu diversos artistas para cantarem em prol da arrecadação de alimentos para combater a fome na Etiópia. Queen, U2, Led Zeppelin, Paul McCartney, Scorpions e David Bowie são alguns dos nomes que se apresentaram.

Devido à essência de sempre se opor a qualquer opressão, o rock ganha destaque por se manifestar como uma resposta aos problemas de sua época. Originário dos Estados Unidos durante as décadas de 1940 e 1950, o gênero musical ganhou força desde os anos 60 e é celebrado por gerações no mundo inteiro.

Aqui no Brasil, de acordo com dados de 2020 divulgados pelo Spotify, o rock teve cerca de 115 milhões de ouvintes, somando artistas nacionais e estrangeiros. Nos EUA, é o segundo gênero musical mais ouvidodo país, atrás apenas do R&B/hip-hop, segundo a MRC Data.

Um mundo paralelo a “sexo, drogas e rock’n’roll”

Grande parte dos sucessos do rock estão fora do imaginário coletivo, que já espera por sexualidade, uso de substâncias ilícitas, festas, entre outros. Muitas vezes, a agressividade ou a melancolia são as formas que os artistas encontraram de expressar um problema social.

Vale lembrar que o esteriótipo do "grito" faz parte de um dos vários subgêneros do rock, que se divide em categorias como garage rock, rock psicodélico, glam rock, punk rock, rock alternativo e muitos outros, que representam várias tendências de seu tempo, cada uma conversando com o meio em que nasceu e correspondendo na mesma intensidade. Confira abaixo alguns exemplos da diversidade do gênero, bem como os questionamentos filosóficos que trazem.

Another Brick In The Wall, do Pink Floyd

Lançada no fim de 1979, a faixa do álbum The Wall é um dos maiores exemplos de reflexão social. A letra faz uma crítica incisiva ao nazismo, movimento ditatorial que surgiu na Alemanha e se proliferou durante a Segunda Guerra Mundial.

Todo o álbum conta a história de Pink, personagem fictício inspirado na biografia de Roger Waters (77), vocalista da Pink Floyd, que perdeu o pai durante o combate quando era apenas um bebê.

Winds of Change, do Scorpions

A música é uma celebração da união da Alemanha feita pela banda que nasceu no país. Os “ventos da mudança” vem junto Queda do Muro de Berlim, que anunciou o fim da Guerra Fria e as tensões políticas entre os alemães e os estadunidenses.

Presente no álbum Crazy World, de 1990, a faixa é um dos 100 maiores sucessos na Alemanha e chegou a vender mais de 14 milhões de cópias ao redor do mundo.

Blackbird, do Beatles

A canção de 1968, que integra o álbum The Beatles, fala sobre a luta da mulher negra para viver em sociedade, uma vez que é vítima tanto do machismo quanto do racismo.

A palavra Bird, que significa pássaro, é uma gíria inglesa para “garota”. Os músicos se aproveitaram do trocadilho para demonstrar seu apoio à causa negra nos Estados Unidos e denunciar os conflitos raciais constantes no país.

Que País É Esse?, do Legião Urbana

No Brasil, o rock também eternizou a voz de lutas por igualdade e liberdade. Que País É Esse?, gravada pelo Legião Urbana em 1980, foi uma resposta à opressão dos 21 anos de Ditadura Militar em nosso país.

A letra como um todo expõe problemas da época que se assemelham com a realidade atual, como a corrupção, a violência e o abuso de poder, enquanto ironiza uma esperança coletiva de melhora nacional.

Admirável Chip Novo, de Pitty

Um dos grandes hits do álbum de mesmo nome, lançado em 2003, levanta um questionamento sobre o consumo em sociedade; um mercado que obrigado os consumidores a quererem mais a ponto de transformá-los em robôs.

A cantora, logo em seu álbum de estreia, refletiu sobre a existência de uma liberdade individual, dizendo que “nada é orgânico, é tudo programado” e, no fim, o sistema nos controla em cada decisão.