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Os desejos e as lições da modelo Vivi Orth

‘Sou uma avó da moda’, avalia ela

por Luciana Marques Publicado em 13/04/2016, às 08h31

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Aos 25 anos e 12 de reconhecimento nas passarelas do Brasil e exterior, Vivi aponta, na Ilha de CARAS, os ônus e bônus da profissão - Divulgação
Aos 25 anos e 12 de reconhecimento nas passarelas do Brasil e exterior, Vivi aponta, na Ilha de CARAS, os ônus e bônus da profissão - Divulgação

A modelo Viviane Orth (25) já pode ser considerada uma veterana das passarelas. Natural de Toledo, Paraná, a top de reconhecimento nacional e internacional iniciou sua carreira aos 13 anos. “Já são 12 de profissão. Sou uma avó da moda!”, avalia, aos risos, na Ilha de CARAS. O trabalho precoce a fez amadurecer de forma mais rápida. Muito ligada à família, admite não ter sido fácil romper o “cordão umbilical”. Mas, em compensação, isso a tornou mais forte e segura de si. “Não conseguia ficar um dia longe deles. Hoje, tenho liberdade grande de ir e vir a hora que quero. Qualquer coisa que acontece na minha vida consigo me reerguer, levanto a cabeça e sigo em frente”, conta.

Falante, desenvolta e bem-humorada, Vivi surpreende também pela sinceridade ao enumerar os ônus e bônus da carreira. “Não é fácil. O glamour são cinco por cento. O resto é pauleira! Você tem de ralar, colocar o book embaixo do braço, levar não na cara. E é complicado, lidamos com ego, beleza, e precisamos nos superar a cada dia. Mostrar ao cliente que podemos ser versáteis, porque modelo é atriz, um personagem a cada dia. É louco isso, mas é o que amo fazer!”, explica.

A modelo também falou da temporada de trabalho no exterior. Em agosto, segue para a Austrália, depois Londres e Nova York. “Sempre tive o sonho de conhecer a Austrália. É mercado novo, quero abrir meu leque de clientes. Hoje me adapto fácil às viagens. Sempre tem um amigo de amigo que a gente conhece, a tecnologia atualmente também ajuda. Fora que adoro descobrir e conhecer coisas, lugares, restaurantes”, conta ela, que grava um programa sobre lifestyle para o canal Models TV, da internet, com estreia no fim do mês. Solteira, garante ainda viver fase feliz e de autoconhecimento.

Você não sente falta de ter alguém ao lado?
Fazia cinco anos que não ficava solteira, emendava uma relação na outra. Agora posso viver isso. Cada dia saio com um amigo, faço algo novo, vou ver uma peça, um filme, tomar um saquê, vinho, ir à balada, colocar projetos em prática. E é tão gostoso... Acho que ainda estou muito nova para me desesperar. Hoje sei o que quero, aonde chegar. Tive relacionamentos, não me arrependo, cada um agregou muita coisa na minha vida. Por um segundo quero ser egoísta e poder olhar só para mim.

É difícil conquistá-la?
Tudo depende se é para ser. Não tem como forçar relação que não existe. Não sou difícil, tem de ser uma pessoa bacana, que vá agregar na minha vida de certa forma, me mostrar algo novo, me surpreender de algum jeito.

A mulher bem-sucedida assusta um pouco os homens?
Acho que sim. A mulher está criando um espaço grande, dando a cada dia passos mais largos. É difícil hoje um homem levantar e dizer “quer sair comigo?”. Faz tempo que não escuto! Por outro lado, tem muitos que, por serem bonitos, acham que saem na frente, não precisa de mais nada. Aí você conversa e a pessoa não acrescenta nada. Prefiro ficar sozinha.

Como lida hoje com as saudades da família?
A gente se acostuma, vou para casa uma ou duas vezes ao ano só. No fim de 2015, fiquei 20 dias com eles, o que não acontecia há 10 anos. Foi revigorante. Família é a base da minha vida. Sem eles, mãe, pai, irmãos, não estaria aqui, sempre me apoiaram. Até nas vezes em que batia o desespero, que queria desistir, voltar, a mãe dizia “deita e dorme, amanhã você decide o que quer”. Isso aconteceu várias vezes comigo.

A genética sempre ajudou?
Se você tem genética que não ajuda, é difícil seguir nessa carreira. Aí há meninas com bulimia, querendo mudar o rosto, fazer lipo. As pessoas precisam aceitar que modelo nasce modelo, alta, magra, esse é o padrão. Na minha família, sou a única assim. Pode ser um pouco egoísta a minha forma de falar, mas é a realidade. Uma menina mais baixinha, cheinha, não vai dar certo. Quantas garotas são modelos e não queriam, mas isso acabou entrando na vida delas?

Como mantém a forma?
Me dedico muito ao meu corpo. Malho seis vezes na semana, faço pilates, muay thai, funcional, drenagem linfática. Procuro ter uma alimentação balanceada. Tem todo um cuidado que a gente deve ter, hidratação do cabelo, dermatologista, o trabalho é diário.

Tudo tem acontecido do jeito que sonhava na carreira?
Acho que conquistei a maioria das coisas que queria. Trabalhei com nomes como Greg McGill, John Galliano, Marc Jacobs, Karl Lagerfeld, fiz a capa da W, alta-costura de todos os desfiles de Paris. Obviamente há fotógrafos com quem busco trabalhar ainda, o Steven Meisel, sonho de toda modelo. Mas posso dizer que peguei uma época da moda que não existe mais, tudo ficou plastificado, comercial, fast fashion. Postou no instagram, foi, já precisa de roupa nova. Tive o pra- zer de viver a real alta-costura, desfiles performáticos, com aquela magia, passarela elaborada. Isso é algo que vou levar para sempre e poderei mostrar a filhos e netos.

Na sua opinião, qualquer pessoa pode ser elegante?
Acho que sim, desde que tenha ciência do seu corpo. Ficar na frente do espelho se olhando, trocando de roupa, como amo fazer, super ajuda. Pesquisar na internet também, acha-se tudo lá. Mas falta bom senso nas pessoas, aí acaba ficando vulgar, feio, passa uma imagem mais barata. Não digo da roupa, porque, se usar direito, pode parecer que vale um milhão de dólares. Depende da forma como você carrega. Por isso, a modelo é boa quando coloca um trapo e todo mundo acha que vale milhões, ou uma bijuteria e acham que é diamante no seu dedo.