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A moda é reciclar

Projeto apresentado durante a Rio+20 prevê coleta e reciclagem de sobras de tecido e pretende diminuir o impacto ambiental da indústria têxtil

Redação Publicado em 27/06/2012, às 18h41 - Atualizado em 18/02/2013, às 06h44

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Iniciativa quer dar destino ecológico aos retalhos produzidos pelo país - Shutterstock
Iniciativa quer dar destino ecológico aos retalhos produzidos pelo país - Shutterstock

Hoje, o Brasil produz cerca de 175 mil toneladas de retalhos por ano e recicla apenas uma pequena parte. Para piorar a situação, o país ainda importa mais de 13 mil toneladas de trapos de tecidos, o equivalente a US$ 13 milhões, para abastecer empresas que reciclam esse material e fabricam novos fios. Mas, ao que parece, essa realidade vai mudar. O Sinditêxtil de São Paulo acaba de lançar, na capital paulista, o projeto Retalho Fashion, que pretende organizar o descarte e a coleta desse tipo de resíduo. “Vamos começar na região do Bom Retiro, mas depois devemos expandi-lo para o Brás”, afirma Alfredo Bonduki, presidente do sindicato. “A ideia é que o projeto seja replicado em todos os polos de confecção do país.”

“Atualmente, na melhor das hipóteses, esses retalhos vão parar no lixo comum”, diz Bonduki. Isso porque, muitas vezes, os catadores abrem os sacos à procura de algo que interesse e deixam o resto espalhado. Quando chove, os retalhos ajudam a entupir bueiros e poluir rios. E, vale dizer, no caso dos tecidos de poliéster, a decomposição pode demorar até 100 anos! “Mas essas sobras de tecido, quando recicladas, podem virar barbantes, enchimentos, forros e roupas.” Com o serviço de coleta seletiva, os resíduos serão retirados dentro das confecções, separados por matéria-prima e cor, passarão por um “desfibrilador”, que os transformará em fibras novamente, e retornarão ao mercado.

O projeto foi apresentado durante a Rio+20 e pretende não apenas economizar com as importações, mas gerar emprego e renda. “Já existem empresas que fazem esse tipo de reciclagem, mas é totalmente viável que outras sejam instaladas”, diz Bonduki. Outra vantagem é que, como os fios já têm cor, não há necessidade de tingi-los novamente, diminuindo o impacto ambiental. Por fim, se não importarmos mais retalhos, também não correremos o risco de comprar material contaminado, como aconteceu recentemente na Paraíba e no Maranhão e a história dos lençóis hospitalares. A iniciativa paulistana tem o apoio do SENAI SP, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), do Mackenzie, da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro e da Prefeitura de São Paulo.


Por Camila Carvas
ccarvas@caras.com.br