CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Eventos / One Day Golf

UMA SEREIA DO OUTRO MUNDO: EUGENIA KUZMINA

TOP RUSSA FESTEJA ÊXITO NO FASHION RIO E SPFW E DIZ COMO A VIDA MUDOU COM O CAPITALISMO

Redação Publicado em 14/02/2007, às 15h47

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Estrela de 11 desfiles no Fashion Rio e 13 no SPFW, Eugenia, que já fez campanhas para Chanel, Cartier e Dior, mergulha em Angra com seu visual Blade Runner
Estrela de 11 desfiles no Fashion Rio e 13 no SPFW, Eugenia, que já fez campanhas para Chanel, Cartier e Dior, mergulha em Angra com seu visual Blade Runner
por Bianca Portugal Nascida na mítica Moscou, na Rússia, com corte de cabelo andrógino e olhos azuis translúcidos, à primeira vista a modelo Eugenia Kuzmina (23) lembra as personagens do cultuado Blade Runner - o clássico filme de ficção de Ridley Scott (69). Mas, ao contrário das figuras robóticas do longa, a top chama a atenção pelo carisma, simpatia e bom humor. "Bom dia. Meu nome é Eugenia e eu a-do-ro o Brasil. Já conheço a Amazônia, São Paulo e o Rio", disse ela, em português com pronúncia perfeita, ao desembarcar no deck da Ilha de CARAS, em Angra dos Reis. Pela segunda vez no país, Eugenia estreou nas passarelas brasileiras nas recentes edições do Fashion Rio e do São Paulo Fashion Week, e teve seu visual futurista como uma das grandes atrações dos eventos. "Fiz 11 desfiles no Rio e 13 em São Paulo. Amo os estilistas brasileiros. Estou morando em Nova York e lá fiquei muito amiga do Carlos Miele e do mineiro Francisco Costa, que trabalha para Calvin Klein. Com eles descobri a moda daqui e algumas frases em português. Minha pronúncia é boa porque, por incrível que pareça, o português é muito parecido com o russo. Não nas palavras, mas nos sons", contou. Realizada no trabalho - já fotografou com os principais profissionais do mundo, como Steven Meisel (52) e Steven Klein (44) e participou de importantes campanhas para Dior, Chanel e Cartier -, Eugenia não se ilude. Ciente de que a carreira de modelo é curta, já planejou seu futuro. "Quero estar ligada a cinema. Não necessariamente atuar, mas talvez produzir ou qualquer outra função que me faça estar nesse universo. Por isso aproveitei a viagem para fazer mais uma parte do meu documentário sobre favelas", contou a top, que produziu o curta em comunidades de Brasília, na Índia, Mongólia, entre outras regiões, e já tem no currículo uma participação no longa Buffalo 66, de Vincent Gallo (45). - Como começou sua carreira? - Tinha 14 anos quando um olheiro me viu. Na Rússia é bem diferente daqui, onde a profissão de modelo está organizada. Lá as agências são raras e as meninas têm mais dificuldades de entrar no mercado. Elas precisam participar de concursos ou então são descobertas pelos próprios olheiros. Mesmo assim, está havendo uma grande procura pelo tipo de beleza das modelos russas. Especialmente nas passarelas da Europa. - Como é a beleza das russas? - Com a abertura do país, tudo está mudando. No socialismo só tínhamos acesso ao básico. Ou seja, cremes hidratantes para combater os efeitos do frio na pele. Mas as mulheres estavam cansadas de estar sempre iguais e, desde 1991, com a dissolução da União Soviética, elas começaram a mudar. E a moda e a maquiagem são fundamentais nesse processo. - Pode explicar melhor? - Estão todas viciadas em batom, rímel, glosse tudo aquilo que sempre foi tão comum nas bolsas das mulheres do resto do mundo. Agora existe na Rússia todas as grandes grifes como Chanel, Dior, Versace, Lancôme, e as mulheres estão com a auto-estima elevada. Elas querem se cuidar, querem ser femininas e não ter mais aquela cara de quem usa um uniforme. - Sua vida lá era boa? - Era muito boa. Tinha essas restrições, mas era mais uma coisa de não esbanjar. Não passávamos fome. Estou há três anos em Nova York por causa de trabalho mesmo. Tinha que morar em um grande centro da moda, mas sinto saudades de algumas coisas. Especialmente dos banhos nos rios congelados (risos). Parece mentira, mas é muito comum na Rússia as mães fazerem buracos na neve que cobre os rios durante o inverno e dar banhos nas crianças com aquela água gélida. Fiz isso durante toda a minha vida e juro que é uma delícia. - Da Rússia para Nova York, templo do consumo mundial. Você gasta tudo o que ganha? - Sou bem mulher. Adoro roupas e maquiagem. O pior é que moro em Nova York exatamente em frente da Bloomingdale's, aquela megaloja de departamentos. É irresistível porque é só atravessar a rua. - Você então gosta de ser modelo, de viver esse universo feminino? - Esse é um dos motivos mesmo de eu estar nessa profissão. Mas também porque adoro viajar. E quer trabalho melhor para fazer isso? Já conheci meio mundo fotografando e outros tantos lugares a lazer mesmo. Fui recentemente ao Marrocos e amei conhecer a Amazônia. Foi muito engraçado. Na primeira noite, dormindo em um hotel na selva, não consegui fechar os olhos. É impressionante como a floresta é barulhenta. Sempre imaginei justamente o oposto. Eram tantos sons estranhos... Mas tenho uma grande vantagem para esse tipo de viagem. Os mosquitos me odeiam. Acho que, por ser russa, devo ter vodca no sangue. - O que você gosta no Brasil? - Tudo. As pessoas e a beleza dos lugares, mas tenho um prazer especial: comer pão de queijo. Não resisti também, aqui em Angra, a dar um mergulho noturno e foi uma delícia. Sou russa, para enfrentar o verão nos trópicos, passo gelo no pescoço e, quando posso, mergulho no mar. - Você namoraria um brasileiro? - Adoraria. Estou solteira porque meu último namorado não aguentou meu ritmo de trabalho, sempre viajando. Queria mesmo que o próximo fosse brasileiro. Gosto da energia das pessoas daqui e além de divertidos e educados, os homens brasileiros são muito bonitos. FOTOS:CADU PILOTTO E SAMUEL CHAVES/S4 PHOTO PRESS