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VERA FISCHER RENOVA-SE COM A SOLIDÃO E A ARTE

16| EM SEU SÍTIO, ATRIZ FALA DE SUA AUTOBIOGRAFIA, DIZ QUE OS VALORES MUDARAM E QUE CANSOU DE SEXO

Redação Publicado em 12/12/2007, às 15h01

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A atriz festeja sua nova fase na sala do refúgio em Guaratiba, decorada com motivos africanos, onde escreveu o recém-lançado Vera, a Pequena Moisi. - Cadu Pilloto
A atriz festeja sua nova fase na sala do refúgio em Guaratiba, decorada com motivos africanos, onde escreveu o recém-lançado Vera, a Pequena Moisi. - Cadu Pilloto
por Bianca Portugal Deusa, símbolo sexual, eterna musa. Pela primeira vez, aos 56 anos, Vera Fischer se despe dos títulos que sempre a acompanharam para se mostrar como é. E não apenas para o público. A atriz, que viveu todas as fases de sua vida intensamente, hoje busca com a mesma força desmistificar a imagem que manteve até mesmo para si própria. O resultado da "Vera pela Vera", como gosta de frisar, não é apenas físico- acaba de lançar a primeira parte de sua autobiografia, Vera, a Pequena Moisi-mas também comportamental. "Estou pintando e escrevendo. Atividades solitárias que têm me feito ficar fechada no meu mundo. E isso não é um momento. Não vai passar. Daqui para frente serei assim, cada vez mais reservada", confessou ela, que como pintora já fez duas exposições. Em seu sítio em Guaratiba, Rio, onde se refugia nos finais de semana, Vera mergulhou ainda mais em sua intimidade e mostrou que a busca pela "desconstrução" pessoal não tem limites. "Não sinto falta da antiga Vera, de baladas e festas. Não sinto mais falta nem de sexo. Cansei!", disse ela, que não assume uma relação desde o fim do namoro de três meses com o ator Marcos Paulo (56), em outubro de 2005. A confissão é seguida por outras também surpreendentes. "Na verdade, cansei de sexo por sexo, agora só quero um relacionamento para valer, romance mesmo. Ninguém sabe e ninguém acredita, mas sou extremamente amorosa e carinhosa. Por isso nunca entendi os homens terem tanto medo de mim", questiona. - Por quê escrever? - Na verdade, há cerca de um ano fui achando trechos de coisas minhas. Anotações do passado e do presente. Comecei a compilar e um dia percebi que dariam um livro, aí está A Pequena Moisi. - O que significa Moisi? - Nada. Meu pais me chamavam assim, mas não tem significado. - Foi terapêutico? - Foi. Escrevendo boto demônios para fora. Por isso já terminei a segunda parte da biografia, que fala da época de miss, pornochanchada etc. E também já escrevi um romance. Foi bom, me lembrei de traços da minha personalidade que já existiam desde a infância. - Quais traços, por exemplo? - A transgressão, a necessidade de querer inovar, buscar e inventar coisas. Aos 12 anos, fui expulsa de uma escola porque inventei um livro em que eu ia para Londres encontrar os Beatles, tomar LSD e participar de orgias. Isso tudo saiu apenas da minha imaginação. - Você sempre quis chocar? - Não. Sempre quis uma resposta das pessoas. Gosto de provocar para ver a reação. Mas nunca quis chocar, só testar os limites. Parei naquela fase infantil de perguntar o por quê de tudo e passei a vida questionando. - Foi uma boa infância? - Maravilhosa. Achava que meus pais queriam um menino, então me comportava como um. Liderava um grupo de garotos. Era mandona. Brincava de médico, mas eu era o médico. Examinei todo mundo e ninguém nunca me examinou. - E sua feminilidade? - Despertou na época de miss, aos 17 anos. Mas a verdade é que nunca quis ser miss, mas foi a chance que eu tive para conhecer o Rio de Janeiro. Quando ganhei, saí de casa e nunca mais voltei. Hoje gosto de ser mulher. Gosto de me enfeitar e usar vestidos. - Por que sair de casa tão cedo? Sua educação foi rígida? - Meus pais trabalhavam muito e eu ficava com uma babá que não me segurava muito. Sou assim com meus filhos. Nada é proibido. Eles podem tudo. A Rafaela ficou até meio perdida um bom período com tanta liberdade. Ela também viveu uma fase em que eu era mais jovem, tinha outro ritmo de vida. E as pessoas a comparavam muito a mim. Não foi fácil. Já o Gabriel, apesar de ter enfrentando um difícil divórcio entre seus pais, era muito novo e é mais centrado. - Não conseguiam prendê-la? - Nunca. Nem pai, nem mãe, nem marido... ninguém. - E nunca vão conseguir? - Acho que não. - Você diz que deseja uma relação séria, não se sentiria presa? - Acho que não porque tem que ser uma pessoa livre como eu ou então não irá me amar como sou. - E como é você? - Livre, porém muito romântica. Por isso não quero mais transar ou ficar com alguém. Até digo no meu livro que hoje quero ouvir alguém dizer um "eu te amo". Não ouço isso há muito tempo. Escuto dos meus filhos, é claro, mas os homens não querem ou não souberam me amar. Nunca entendi o motivo. - Tantas reflexões significam que você amadureceu? - É isso. Estou amadurecendo.