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Tabagismo é responsável por 80% da incidência de câncer no pulmão

Artur Katz Publicado em 28/11/2007, às 15h14

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Artur Katz
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A Associação Brasileira do Câncer, com sede em São Paulo, promoveu no último dia 22 campanha de esclarecimento e conscientização da população sobre o câncer de pulmão. O evento ocorreu ao mesmo tempo em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Brasília. O câncer de pulmão é o mais comum em todo o mundo. A cada ano são diagnosticados 1,3 milhão de casos novos, com 1,2 milhão de óbitos. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, houve 27 mil casos novos em 2006, sendo 7 mil no Estado de São Paulo. Mas os números brasileiros devem estar subestimados, pois, guardada a diferença populacional, os números dos Estados Unidos e do Brasil são parecidos. E as entidades de saúde americanas estimam que haverá 213 mil casos novos no país em 2007, sendo 115 mil em homens e 98 mil nas mulheres. Muito mais, como se vê, do que os computados pelos organismos brasileiros. A doença ocorre sobretudo em pessoas de 50 a 60 anos. A principal causa é o tabagismo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, aliás, 80% dos casos da doença estão relacionados ao tabagismo. Fumantes têm 40 vezes mais possibilidade de desenvolvê-la do que não fumantes. Mas pode aparecer também em fumantes passivos e até em quem vive isolado em regiões distantes e nunca teve contato nem com fumaça de cigarro. A doença é mais comum em homens, mas a incidência em mulheres aumenta bastante. A tendência é o número de casos em homens e mulheres igualar-se, pois nas últimas décadas elas adotaram muitos hábitos masculinos. Há vários tipos de câncer de pulmão. Os mais importantes são os adenocarcinomas, os carcinomas epidermóides e o carcinoma de pequenas células. Alguns deles, como o carcinoma de pequenas células, são exclusivos de fumantes. Ao se comparar, ao microscópio, as células com câncer de um fumante com as de um não fumante se percebe que são iguais. Mas hoje se sabe que o câncer de pulmão dos fumantes tem características piores do que o dos não fumantes: ele é menos sensível tanto à quimioterapia quanto a uma droga fundamental hoje no tratamento da doença, a erlotimib. Em geral os cânceres de pulmão iniciais não têm sintomas. Quando surgem, normalmente a doença está em estágio avançado; muitas vezes até já se espalhou pelo organismo. Os sintomas mais comuns são: tosse persistente, falta de ar, escarros com sangue, perda de apetite e de peso, diminuição da capacidade física, dores de cabeça, no peito e nos ossos, crises de bronquite e de pneumonia. Pode-se evitar o câncer de pulmão não fumando. Ou abandonando o vício. Nunca é tarde: pesquisas indicam que o risco é proporcional à quantidade de cigarros que se fuma. Elas indicam ainda que, 15 anos após se deixar o tabagismo, o organismo está praticamente recuperado, o que reduz em 90% o risco do câncer. Pessoas com sintomas devem consultar logo um oncologista. A doença é diagnosticada com raios X torácico e tomografia computadorizada. Faz-se também biopsia para identificar o tipo de tumor. Cânceres iniciais são tratados cirurgicamente: retira-se o tumor. A possibilidade de cura, nessa situação, é de 80%. Quando a doença já se espalhou pelo organismo, a chance de cura cai muito. O esquema de tratamento, então, é específico para cada caso. Pode-se lançar mão tanto de cirurgia, quimioterapia e radioterapia quanto de medicamentos orais.