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SÉRGIO REIS COMEMORA 50 ANOS DE ESTRADA

Brinde ao jubileu com a mulher e parceira musical, Ângela Márcia, na casa de campo

Redação Publicado em 04/12/2008, às 12h31 - Atualizado em 05/12/2008, às 15h23

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O casal de músicos passa o fim de semana no seu recanto em Igaratá, interior de SP. - ADILSON FELIX
O casal de músicos passa o fim de semana no seu recanto em Igaratá, interior de SP. - ADILSON FELIX
Quando criança ele era apaixonado por música. Nos anos de 1950, entoava hits da época - rock e rock balada - em programas de rádio, nos quais se apresentava como Johnny Johnson, nome com que este paulistano do bairro de Santana iniciou a carreira. Mas seu coração lhe dizia que o estilo musical que deveria seguir era outro. Ele mudou e passou a percorrer o Brasil de ponta a ponta, ganhando fama com Coração de Papel, Panela Velha e Pinga Ni Mim, entre outras canções. Em 2008, o cantor sertanejo Sérgio Reis (68) comemora 50 anos de estrada. No total, ele gravou 67 CDs, participou de três filmes - O Menino da Porteira (1977), Mágoa de Boiadeiro (1978) e Filho Adotivo (1982) -, quatro novelas (entra elas Pantanal e O Rei do Gado), além de apresentar dois programas de TV, Sérgio Reis do Tamanho do Brasil e Sérgio Reis, exibidos, respectivamente, em 1997 e 1999, na extinta TV Manchete e no SBT. Ao lado da mulher, a cantora e backing vocal de sua banda Ângela Márcia (54), com quem trabalha há 20 anos e está casado há 10 meses, ele garante estar realizado pessoal e profi ssionalmente. "Não tenho do que reclamar. Tudo valeu a pena. Eu só recebo carinho do público. A vida do artista é essa", diz ele enquanto prepara seu chimarrão, hábito adquirido em inúmeras viagens ao sul do país. Feliz, o casal, que teve uniões anteriores e tem filhos, recebeu CARAS na casa de campo em Igaratá, no interior de SP. - São 50 anos de carreira, como nasceu a paixão pela música?Sérgio - Meu pai era seresteiro, minha mãe, afinadíssima. Nossas festas sempre tinham fogueiras, balões, pipoca, batata-doce. Meu pai tocava violão; meus tios, violino e sanfona; e meu avô tocava sanfona até dormindo. A família toda cantava. Com 10 anos, não perdia o programa Na Beira da Tuia, de Tonico e Tinoco. Meu pai percebeu e me deu uma viola. - Que história divertida você se recorda do início da carreira?Sérgio - Quando tinha 20 anos, estava estourado e concordei em tocar no circo do irmão de um amigo porque naquele dia a bilheteria foi fraca. Durante o show, vi a tábua do atirador de facas. Parei tudo e disse que, se acertasse as 12 facas no alvo, a bilheteria seria minha. Se errasse uma, o dinheiro seria do proprietário. Ele concordou sem saber que eu atirava faca.Acertei uma por uma. A platéia vibrava. O dono do circo implorou para eu errar a última, mas acertei. Foi divertido. Depois dei todo o dinheiro para ele. - O que mais marcou nestes anos todos de estrada juntos?Sérgio - O ciúme que ela tinha das mulheres. (risos) Ângela - Não achava certo as fãs se atirarem em cima dele. Ele era casado e tinha uma que até colocava morango na boca do Sérgio, bem na frente dos filhos dele, Marcos Sérgio e Paulo Augusto, que são músicos e nos acompanhavam nas turnês. Achava absurdo. Ele dizia que eu saía batendo os tamancos. Meu terapeuta dizia que era ciúmes, mas eu não acho. - Demorou muito tempo para vocês se aproximarem?Ângela - Eu o observava. Para ser amiga dele custou, porque falo o que penso. Brigava com ele, falava dos defeitos dele e ele, dos meus. Foi muito bom conhecê-lo, nós éramos muito sofridos. E somos bastante iguais. - Sérgio é um bom marido? - É supersimpático, bondoso, gentil, adora servir. Agora sei o que é um casamento de verdade. Quando ele fez a novela O Rei do Gado, me deu o cachorro, porque eu ficava muito sozinha. O Mike, porém, é louco pelo Sérgio. - Por que decidiram comprar esta casa de campo?Ângela - Sempre quis ter uma na represa. Em 1986, conheci o terreno, gostei e comprei. Aqui não tinha nada... Eu plantei as árvores. Aqui, o Sérgio não fica parado, esperando que eu faça tudo. Ele cozinha, assa picanha no forno e prepara o churrasco. Sérgio - É um lugar muito bom para passar os fins de semana sem ouvir o barulho dos carros. A marina fica logo embaixo, de onde temos uma bela vista da represa. - Como foi que aprendeu a fazer churrasco?Sérgio - Estava no interior do Paraná e procurava um lugar para comer. Passei por uma festa que tinha 2000 pessoas. A churrasqueira era gigante. Experimentei a picanha, que tinha um tempero maravilhoso. Ensinaram-me a receita que uso até hoje: a cada quilo de sal grosso, quatro dentes de alho e folha de louro picadinhas. - Quais são os seus planos para festejar os 50 anos de carreira? - O CD está pronto e também vou fazer um DVD-documentário. Vai começar com a dona Wilma, que fez meu parto e ainda está viva. A casa onde nasci também existe. Quanto à trilha, quero fazêla com arranjos bem clássicos, com o maestro Júlio Medaglia, que também comemora 50 anos de regência. Gravaremos no Theatro Municipal com a orquestra sinfônica. Para completar, ainda vou gravar um CD em espanhol, que será lançado na Argentina. - Como lida com fãs agora? - Se você não os trata bem, nem deve ser artista. Não tenho seguranças, caminho no meio do povo. Na época dos atrasos de vôos, tirei umas 3000 fotos no aeroporto. Uma turma, em coro, pediu para eu tocar o berrante. Toquei e todo mundo aplaudiu. Não é simpático? Sou o homem que mais divulga o chifre no Brasil.