CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Correção do pé torto congênito deve começar logo que a mãe recebe alta

por Miguel Akkari* Publicado em 02/05/2011, às 23h05 - Atualizado em 03/05/2011, às 14h27

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Correção do pé torto congênito deve começar logo que a mãe recebe alta
Correção do pé torto congênito deve começar logo que a mãe recebe alta
O pé torto congênito é uma deformidade grave que se forma durante o crescimento de um feto saudável no útero da mãe. Os pés dos bebês, vale relembrar, são gerados após a quarta semana de gravidez levemente voltados para dentro. À medida que se desenvolvem, isso vai sendo corrigido para que nasçam na posição certa. Em alguns bebês, a correção não acontece, o que os torna portadores de pé torto congênito. As estatísticas sobre a doença variam. Algumas indicam a existência de um caso em cada grupo de 1000 bebês nascidos vivos, ao passo que outras relatam a ocorrência de até seis casos em 1000 crianças nascidas vivas. O pé torto congênito se manifesta em todas as raças. Embora ainda não se saiba por quê, é mais comum nos meninos. Pode ocorrer tanto em apenas um membro quanto nos dois ao mesmo tempo. A doença tem traços familiares, isto é, famílias que contabilizam casos estão mais suscetíveis a apresentar outros. Os casos de pé torto congênito variam desde leves até graves. Os mais leves são aqueles nos quais os pés se mostram mais flexíveis, o que normalmente é notado logo ao primeiro exame. Um dos fatores implicados nesta situação é o posicionamento não habitual dos pés, que acabam sendo comprimidos pela parede uterina. Já os mais graves são os pés mais deformados e rígidos, o que pode estar associado ao mau desenvolvimento dos ligamentos e dos tendões, e até mesmo a alterações vasculares. Os pés tortos congênitos podem ser percebidos nos exames de imagem que a mulher faz ao longo da gravidez, em especial depois do segundo trimestre de gestação. Cabe ao médico que a acompanha alertar o casal sobre o problema. Normalmente os familiares levam um susto, claro, pelo fato de as deformidades em membros chamarem muito a atenção, chocarem bastante. É importante, então, que o médico tranquilize a família e esclareça que não se faz nada durante a fase intrauterina, mas, a partir do momento em que o bebê nascer, a doença poderá ser tratada, na maioria dos casos com a correção total do problema. O tratamento de pé torto congênito, aliás, é obrigatório, porque senão todo o desenvolvimento da criança ficará comprometido, levando a graves problemas psicológicos e funcionais. O tratamento, como disse, deverá iniciar-se logo após o nascimento, quando a mãe, orientada por um ortopedista, vai realizando manobras específicas nos pés da criança, de forma suave e delicada, com o objetivo de ganhar flexibilidade e alongar as estruturas ligamentares. O tratamento propriamente dito terá início depois da primeira semana de vida do bebê, com a realização de trocas seriadas de gesso. Pode ser realizado em qualquer hospital, não importa se público ou privado, onde houver um serviço de ortopedia de boa qualidade. Nos hospitais universitários, em geral estes pacientes são encaminhados aos grupos específicos de ortopedia pediátrica ou de cirurgia do pé. Por volta de 90% dos casos de pé torto congênito são resolvidos somente com o uso de gesso. Consiste em engessar, deixar por uma semana, retirar o gesso e engessar novamente. Vai-se fazendo isso e corrigindo aos poucos a deformidade. Durante esse período, a mãe precisa ficar muito atenta ao filho e, se ele manifestar algum sintoma de desconforto, levá-lo ao médico, porque o gesso pode estar apertado demais, por exemplo. Nessa situação, há o risco de ferir o pé do bebê. Em dois a três meses de gesso, a maioria dos casos são resolvidos. Quando não se conseguem os resultados esperados, recorre-se à cirurgia. Em alguns casos graves, principalmente naqueles em que o tratamento é iniciado tardiamente, podem ser necessárias várias cirurgias. Depois da correção das deformidades, indica-se o uso noturno de orteses até em torno dos 3 anos de idade. Como se vê, o tratamento pode ser demorado, mas vale a pena, pelos enormes benefícios para a vida dessas crianças.