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Paulo Autran morre aos 85 em São Paulo...

Redação Publicado em 12/10/2007, às 16h27

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Paulo Autran morre aos 85 em São Paulo...
Paulo Autran morre aos 85 em São Paulo...
"Infelizmente, não poderei mais fazer o que mais gosto na vida, que é atuar". Essa foi a última frase dita em público pelo maior ícone do teatro brasileiro contemporâneo, na 3ª edição do Prêmio Bravo! Prime de Cultura, na semana passada. Autran foi internado ontem em estado grave, segundo boletim médico, no Hospital Sírio Libanês. Desde o ano passado, o ator lutava contra um câncer no pulmão e um enfisema pulmonar. Na semana passada, Autran fora internado para o tratamento de rádio e quimioterapia, tendo deixado o hospital na terça-feira. Em junho passado, o ator ficou nove dias na Unidade Crítica Coronariana após sentir dores no peito e, em fevereiro, permaneceu três dias no hospital por causa de uma infecção. Segundo o primeiro boletim assinado pelo médico Riad Younes, diretor-clínico do Sírio Libanês, o estado de saúde de Autran pela manhã era "grave com piora do seu quadro clínico". O ator emocionou o Brasil na semana passada, quando, numa cadeira de rodas e ao lado da companheira Karin Rodrigues, anunciou, com voz embargada, que abandonaria os palcos. Eleito Artista Prime do Ano, ele disse: "Sempre fui durão. Só chorava em cena quando o personagem exigia. Hoje é diferente. A emoção de receber este prêmio é muito grande", disse na ocasião, aplaudido de pé pelo público emocionado. Carreira O ator Paulo Autran nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de setembro de 1922, mas veio cedo para a cidade de São Paulo, onde viveu a maior parte de sua vida. Se formou em Direito em 1945, pensando em se tornar diplomata, mas logo mudou de idéia quando conheceu o teatro, em 1947, sua grande paixão. Logo encenou a peça Esquina Perigosa, com o grupo Artistas Amadores. A partir daí, não parou mais. Para citar algumas: Um Deus dormiu lá em casa, em 1949, Antígone em 1952, Otelo, em 1952, My Fair Lady em 1962, Liberdade, liberdade, em 1965, Édipo rei, em 1967, O homem de La Mancha, em 1972, A morte do caixeiro viajante, em 1976, A vida de Galileu, em 1989, Rei Lear, em 1996, Visitando o Senhor Green, em 2000, Variações enigmáticas, em 2002, Adivinhe quem vem para rezar, em 2005 e O avarento, em 2006. A última interpretação de Autran - ele atuou em 90 peças - foi O Avarento, de Molière, traduzida e adaptada por Felipe Hirsch. Algumas sessões tiveram de ser canceladas em virtude das internações do artista. No cinema, o "senhor dos palcos" encenou: Uma pulga na balança, em 1953, Terra em Transe, de Glauber Rocha, em 1967 e Fogo e Paixão, em 1988, citando alguns trabalhos. Autran também fez uma participação no filme O anoem que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger, escolhido para tentar representar o Brasil no Oscar de 2008. Paulo ainda arrumava tempo para fazer alguns papéis na TV, como o hilário Otávio de Guerra dos Sexos, contracenando maravilhosamente com a diva Fernanda Montenegro, em 1983, e mais recentemente, como o padre Nelson, na minissérie HildaFuracão, em 1988.