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Mulheres jovens são as que mais sofrem com obstipação intestinal

Alexandre Margutti Fonoff Publicado em 29/03/2006, às 18h43

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Alexandre Margutti Fonoff
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Obstipação, ou prisão de ventre, é uma doença exclusiva do intestino grosso, última porção intestinal, que se liga ao reto. A função básica do intestino grosso é armazenar as fezes até que o organismo"avise" que chegou a hora de expeli-las. Por volta de 75% do peso fecal deve-se a líquidos. Se essa porcentagem cai, a pessoa começa a ficar obstipada. Caracteriza-se a obstipação quando as fezes se tornam muito ressecadas, pouco volumosas ou em bolinhas, sendo eliminadas de maneira infreqüente ou com esforço. A indicação básica do problema é: menos de três evacuações por semana, e com dificuldade. O portador sofre, queixa-se com o parceiro, pais, irmãos; às vezes até fica transtornado e procura o médico. Uma pessoa que vá só três vezes à toalete semanalmente, mas evacua com facilidade, é considerada sadia. Também é normal a que vai três vezes por dia; o ritmo intestinal das pessoas varia mesmo. Cerca de 30% da população apresenta prisão de ventre em algum momento. O fenômeno é mais comum em mulheres de 20 a 40 anos. Mas pode manifestar-se tanto nos primeiros anos de vida - quando é mais freqüente nos meninos -, quanto depois dos 65 anos, período no qual a incidência em homens e mulheres é igual. A primeira indicação, como disse, pode ser a constatação do próprio portador de que está indo pouco à toalete e se sente incomodado. Outros indícios são se ele evacua pouco e fica com a sensação de que não eliminou tudo. Sintomas comuns são, ainda, acúmulo de gases, cólica, sensação de distensão ou aperto abdominal, mau humor, dor de cabeça ou no canal anal, mal-estar e irritabilidade. A causa mais importante da obstipação em brasileiros jovens é o megacólon chagásico, ou seja, estreitamento do reto e dilatação do sigmóide - última porção do cólon, ou intestino grosso - em conseqüência da doença de Chagas. O sigmóide e o reto não funcionam. A doença de Chagas é endêmica no país. É provocada pelo Trypanosoma cruzi, protozoário presente nas fezes do barbeiro. Outras causas importantes da doença são: adoção nas últimas décadas dos chamados fast food, alimentos industriais ricos em açúcar e pobres em fibras vegetais; envelhecimento natural; medicamentos compostos de cálcio e alumínio, antiinflamatórios, analgésicos, antihipertensivos e diuréticos; câncer, doença diverticular e outras moléstias; e, finalmente, lesões neurológicas. De outro lado, parece que os hormônios femininos favorecem a obstipação. Já o sedentarismo tanto pode provocá-la quanto agravá-la. As atividades físicas regulares levam à liberação de substâncias que produzem bem-estar e fazem o organismo funcionar melhor. A melhor alternativa é prevenir-se. Pode-se evitar a prisão de ventre com algumas medidas básicas. Alimente-se de maneira saudável, ou seja, coma regularmente frutas, legumes, verduras e outros produtos ricos em fibras. Evite os fast foods. Pratique atividades físicas. Procure tomar remédios só quando indicados por um médico. Pessoas com sintomas não devem automedicar-se, pois existe o risco de intensificar o problema. O ideal é consultar um médico do parelho digestivo (clínico, cirurgião ou coloproctologista). O diagnóstico é clínico: o médico conversa com o paciente para descobrir a sua doença. É importante também descartar a existência de moléstias como câncer, o que é feito por meio de exames de imagem ou a colonoscopia. Os casos mais simples de obstipação muitas vezes são superados apenas aumentando a ingestão de líquidos, o consumo de alimentos ricos em fibras e fazendo atividade física. Nas outras situações, o tratamento é feito com remédios ou por meio de cirurgia. Os remédios constituem-se basicamente de lubrificantes, laxantes e supositórios de glicerina. Nos casos emergenciais, recorrem-se a lavagens intestinais. Laxantes devem ser usados com cautela, porque, em excesso, às vezes pioram a obstipação.