MILA MOREIRA FAZ UM BRINDE NO CEARÁ

por Aline Kozak A atriz Mila Moreira (60) calcula que há 20 anos não atuava no teatro. Portanto, a volta aos palcos em Acorda Brasil, peça de Antônio Ermírio de Moraes (77) em cartaz no Teatro Shopping Frei Caneca, em São Paulo, merece um brinde. Mesmo que seja com água-de-coco. "Nossa Senhora, a peça é um espetáculo! A platéia está sempre lotada, tem sido ótimo", comemora Mila, que está solteiríssima, em breve temporada de folga no Beach Park, em Aquiraz, próximo de Fortaleza, no Ceará. Mesmo tendo o mar do Rio de Janeiro, onde mora, a seus pés, a atriz paulistana se deixa levar pelas ondas nordestinas. "A praia doBeach Park é imbatível", atesta ela, ao caminhar pela areia, sempre protegida com bloqueador solar. "Excesso de sol faz mal. Hoje, todo mundo sabe o que deve e o que não deve fazer para se cuidar." Modelo de sucesso nos anos 1960 e 1970, Mila segue como exemplo de elegância. Da antiga profissão, herdou a classe. Tanto que, na TV, quase sempre é escalada para papéis que exigem muita pose. "É preciso uma chance para mostrar o contrário", diz a atriz. Mas, que fique claro: Mila não se incomoda em interpretar a chique. - Você estreou como atriz de novela em 1979. Que desafio quer enfrentar na interpretação? - Tenho vontade de fazer mais cinema. Ainda não tive a chance de participar desta bela fase que o cinema brasileiro está vivendo. - Quase sempre você interpreta o papel de uma mulher elegante, rica. Quer fazer o oposto? - Se não há variedade, as pessoas te rotulam, pensam que só posso fazer a fina. É preciso ter a chance para mostrar o contrário, e acredito que no cinema isto é mais fácil que na televisão. - Esse tipo de personagem a incomoda? - Nunca. As pessoas sempre gostam. Tem gente que tem um tipo. Humphrey Bogart era milionário, mas tinha cara de malandro. Fui modelo, aprendi a sentar direito, cuidar da postura. Quando se tem o tipo, é mais fácil de convencer. - Gosta de ver desfiles? - Acompanho porque sou mulher, mas não fanática. Vou para xeretar, para ver o novo. - As modelos de sua época tinham mais conteúdo? - Tínhamos mais chance de estudar. Meu pai, por exemplo, não me deixou largar a escola. Hoje, elas começam a trabalhar muito cedo. As mães empurram as filhas para essa profissão. - Você se considera vaidosa? - Sou cuidadosa. Aprendi a equilibrar a alimentação. Faço musculação, aeróbica, caminho. Mas meto o pé na jaca quando vejo doces. - Faria cirurgia plástica? - Já fiz e farei outras, mas se precisar. Nada contra, mas acho horrível quem exagera. FOTOS: JARBAS OLIVEIRA