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Hepatites A, B e C são as mais freqüentes na população mundial

Mário Kondo Publicado em 07/02/2006, às 11h39

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Mário Kondo
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A mídia divulgou que a atriz Glória Pires (42) interrompeu as gravações de Belíssima por causa de uma hepatite. Essa doença se caracteriza pela inflamação do fígado. Pode ser provocada por remédios como compostos de paracetamol; hemocromatose (acúmulo de ferro no organismo) e doença de Wilson (acúmulo de cobre no organismo), entre outras moléstias congênitas; e também por vírus. As hepatites virais são as mais comuns. Podem ser provocadas tanto por vírus que atacam ao mesmo tempo outros órgãos (vírus da herpes, citomegalovírus e outros), quanto pelos hepatotrópicos, ou seja, os que têm predileção por causar doenças quase que apenas no fígado. Esses últimos são classificados em letras: A, B, C, D (delta), E, F e G. As hepatites A, B e C são as de maior incidência no planeta. Hepatite A. Tem vacina. Só se pega uma vez. O vírus é disseminado na natureza pelas fezes, sobretudo em regiões pobres na periferia das cidades em que não há coleta de esgotos. O mesmo ocorre com os milhares de cidades e condomínios que despejam esgotos em rios e mares. O vírus é contraído pela boca por meio de líquidos e alimentos contaminados. Como o saneamento básico é deficiente no país, a maior parte dos brasileiros tem hepatite A nos primeiros anos de vida. Os sintomas muitas vezes são discretos. O mais característico deles - amarelão, ou icterícia - às vezes até passa despercebido. Em geral a doença não provoca danos ao fígado. É grave, porém, em 1% dos doentes, que apresentam hepatite fulminante: destrói o fígado em poucos dias. A indicação é confusão mental. Salva-se quem faz transplante rapidamente. Hepatite A em adultos, porém, é uma tragédia social e profissional. Eles têm muitos sintomas - amarelão intenso, febre baixa, dor abdominal, náuseas e vômitos - e letargia. A recuperação leva de três a oito semanas e a pessoa é obrigada a repousar. Então, perde o ano na faculdade ou se afasta do emprego. Hepatite B. Tem vacina eficaz, que até faz parte do calendário oficial de vacinação infantil. O vírus é adquirido nas relações sexuais desprotegidas, como na aids. Hoje, pelos cuidados que já são tomados no país, o risco de adquiri-lo em transfusão de sangue é quase nulo. Mas pode ocorrer no dentista, na manicure, ao tomar injeções na farmácia com seringa não esterilizada, no uso compartilhado de seringas por usuários de drogas e da mãe para o filho na hora do parto. O organismo de parte das pessoas que adquirem o vírus o neutralizam e elas se curam. Outro grupo, embora tenha o vírus, não desenvolve inflamação no fígado a vida inteira, mas contamina terceiros. Um terceiro subgrupo apresenta inflamação contínua. Portadores crônicos de hepatite B dispõem hoje de muitos tratamentos, podendo curar-se. Quem sofre da doença por duas a três décadas e não se trata em geral tem o órgão destruído e morre. Está também mais suscetível ao câncer de fígado, o que pode ser igualmente fatal. Nos dois casos, o doente só se salva com transplante. Crianças que nascem de mãe portadoras do vírus podem curar-se tomando vacina e globulina. Hepatite C. Não dispõe de vacina. O vírus é adquirido como na B, mas a contaminação pela via sexual é baixa. Quem mais contrai a moléstia são consumidores de drogas que compartilham seringas. Muitos dos que se descobrem portadores da hepatite C hoje contraíram o vírus em transfusões de sangue, pelo fato de o vírus ter sido descoberto no início dos anos de 1990. Todos que fizeram transfusão até aquele período devem fazer exame. Pode-se infectar ainda em dentistas, manicures, tatuadores e colocadores de piercing. Pequena parcela dos portadores do vírus da hepatite C o inativa - alguns até se livram dele. Os outros se tornam doentes crônicos, o que pode acabar em falência hepática ou câncer. A progressão da doença, felizmente, é lenta. Quem a identifica pode se tratar com medicamentos e até curar-se. O vírus da hepatite C, porém, ainda é a principal causa de transplantes de fígado em todo o planeta.